Copiloto (Amor sem limites #2)

Capítulo dez

Acordo assustado com o barulho do meu despertador. Olho as horas e são sete da manhã. Sinto meu corpo sendo consumido pelo sono. Por que eu fui dormir tão tarde ontem? Por causa dele. A primeira coisa que pensei quando acordei foi em Henri, em como sua voz estava baixa e triste. E ainda, ele me dizendo que ficou feliz em falar comigo. Fez toda a diferença na minha vida. Deixou a minha noite muito melhor. Espero realmente que ele esteja melhor, me deixa mais tranquilo – suspiro. Preciso me levantar. Dou um pulo da cama, caminho para o banheiro do meu quarto e tomo um banho frio para espantar o sono. Depois saio enrolado na toalha para trocar de roupa e levo um susto.

– SURPRESAAAAA! – Carla aparece já arrumada para o trabalho com a sua tradicional roupa preta e cabelos loiros trançados. Ela me abraça forte, dando pulinhos animados. – Feliz aniversário P.O.zinho mais lindo do mundo! – Ela se afasta, me olha dos pés à cabeça e assovia. – E gostoso, tenho que dizer.

Meu rosto começa a queimar de vergonha.

– Obrigado, Carlitcha! – Tento disfarçar a minha timidez.

– Agora sei o que ele viu em você. – Ela pisca para mim e começa a rir. – Você é muito gato.

Eu engasgo e começo a tossir, minha bochecha está em chamas.

– Isso é para você. – Ela me entrega uma pacote, toda sorridente.

– Obrigado. – Pego o pacote e abro para ver o que é. Uma sunga azul escura.

– Você vai precisar quando formos à praia. Vai ficar perfeita em você. – Ela me olha inteiro novamente e morde um lábio, pensativa.

– Para com isso! – Digo brincando.

– Tá bom... Tá bom... não falo mais nada. – Ela se vira e vai saindo. – Vou deixar você se arrumar, para sairmos juntos. Ah – ela se vira para mim – Lucinha chegou, já me apresentei para ela, inclusive está preparando um café delicioso de aniversário. – Ela me olha de novo e levanta as sobrancelhas. – Você fica bem só de toalha. – Eu fecho a cara.

– Tá bom! Estou saindo! – Ela sai, ainda rindo de mim, e fecha a porta.

Pego a sunga azul que Carla me deu e dou uma olhada, segurando-a no alto. Bem bonita, simples e bonita. Guardo meu presente e volto a me arrumar. Quando termino me olho no espelho, não vejo nada de diferente em mim, gostaria de ter mudado como a Carla mudou, mas não tenho a beleza necessária. Você é muito gato. Sorrio com o pensamento.

Chego na cozinha e Carla está sentada, mexendo no celular. A mesa de café da manhã está cheia de coisas deliciosas. Vários tipos de pães, bolo de cenoura com chocolate, suco de laranja, café, leite, iogurtes, sanduíches, misto quente. Nunca tomei um café da manhã tão completo assim. Passo pela Carla, que imediatamente guarda o celular, e vou até a área de serviço, procurando por Lucinha.

– Lucinha... Esta aí?

– Oi, Sr. Pedro. – Ela vem ao meu encontro e me dá um abraço. – Parabéns! Que Deus lhe dê bastante saúde e juízo nessa cabecinha. – Ela para de falar e suspira. – Nossa! Tá cheiroso hein?

– Pois é, hoje eu dei uma caprichada, afinal de contas é um dia especial né? – Ela me solta do seu abraço.

– É verdade. Você merece, Pedro. Você é um menino de ouro!

– Obrigado, Lucinha, você é uma preciosidade que eu tive a sorte de encontrar.

Ela sorri, lisonjeada.

– Ai, para...

Seguro no seu braço e puxo ela para a cozinha.

– Vem tomar café com a gente.