Capítulo catorze

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Nós pegamos o elevador e subimos para o nosso apartamento. Carla subiu mexendo no celular sem ao menos puxar papo comigo. Que estranho! Carla não é de ficar calada me ignorando.

– Tá falando com quem hein? – Digo em tom acusatório, abrindo a porta.

– Com o David. – Ela sorri, fechando os olhos.

– O David? – Fico boquiaberto.

– Sim, senhor. – Ela digita mais alguma mensagem.

– Sua safadinha! Não acredito que você trocou contatos com ele!

– Claro que troquei! Mas como amigos, tá? Pode parar com essa acusação toda aí. – Ela me olha de esguelha.

– Não vou te julgar... – faço uma pausa dramática – Também troquei contato com o Ralph. – Digo, escondendo minha excitação.

– Você o quê?! – Ela dá um grito que faz eco no prédio todo. Ao perceber que fez escândalo ela baixa a voz. – Você o quê?

– Troquei contato com o Ralph. – Dou de ombros. – Na verdade ele me deu esse cartãozinho. – Digo, tirando o cartão do bolso, enquanto seguro meus presentes na outra mão.

Ela toma o cartão da minha mão e fica toda admirada.

– Que cartão lindo! – Ela vira o cartão na mão. – P.O.zinho do céu! Você sabe o que isso significa?

– Que ele quer ser meu amigo? – Digo, casualmente.

– Que ele quer o seu corpo nu. – Ela diz, com uma voz sensual.

Fico vermelho imediatamente e tomo o cartão da mão dela.

– Para com isso! Não tem nada a ver. – Ela passa na frente e entra no apartamento. E eu me viro para ganhar tempo e fecho a porta.

Quando volto a me virar ela está me olhando com olhos de desconfiança.

– Você tem que me passar essa água que você toma banho.

Eu rio da cara dela.

– Para com isso! – Cutuco ela de leve nas costelas, ela se contorce.

– Não, eu to falando sério! – Primeiro o Henri, agora o Ralph?! Você tem que me contar o seu segredo.

– Até parece, você mesma viveu a vida namorando e pegando os mais gatos que passavam pela cidade.

– Claro que não. Sempre fui de casar. Só namorei uma única vez na minha vida, o Caio. Depois daquilo só me interessei pelo Léo, mas não deu em nada.

Fico com a consciência pesada por ter beijado o Léo, sabendo que a Carla estava interessada nele.

– Vocês não ficaram mais?

– Não. – Ela faz um muxoxo. – Depois da formatura ele ficou meio distante, afogado em trabalhos, e como eu ia vir para cá, achei melhor me afastar também e sermos só amigos mesmo. Eu gosto dele, ele é engraçado e inteligente. Gosto de gente inteligente.

– Mas agora você está interessada no meu amigo. – Mudo de assunto. – Fala a verdade!

– Ah, eu achei ele gato e fortão, além de ser inteligente e divertido. – Ela dá de ombros. – Vou continuar conversando sem esperar nada e ver no que vai dar.

– Estou torcendo por vocês, Carlitcha. – Eu a abraço. – Seria meu sonho ver vocês juntos, porque eu gosto demais dos dois.

– Deus te ouça! – Eu a solto e ela se vira para ir para seu quarto, enquanto eu vou para o meu.

– Só sei de uma coisa. – Ela diz sarcástica. – O mundo é gay e eu sobrei. – E sai rebolando pra dentro do seu quarto.

Fico olhando de boca aberta sem acreditar no que eu acabei de ouvir. O mundo é gay e eu sobrei. Será?! Acho melhor eu ir dormir.

Copiloto (Amor sem limites #2)Onde histórias criam vida. Descubra agora