Capítulo 10

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Luz

Que merda  eu fui fazer ao oferecer vinho a ele e ao permitir minha mente viajar e fantasiar com ele.

Assim que fecho a porta me arrependo do que falei, ou da forma que falei. Afonso deve ter seus casos por ai, e é melhor eu me manter longe, me aproximar só vai me machucar, e eu não estou pronta pra mais feridas.

Vou até minha cama e me deito, adormeço imediatamente e acordo com meu despertador as quatro e meia da manhã, tomo um banho relaxante e tomo um café forte, as cinco e meia a campainha toca e eu abro dando de cara com Afonso.

-Você está pronta Luz? Precisamos ir.

Assinto e pego minha bolsa, respiro fundo e saio. Logo estamos no carro e o cheiro dele me toma fazendo minha mente dar voltas, e parar comigo e ele nus, sinto minhas bochechas corarem e quando vejo seus olhos de gato estão me encarando com desejo.

-Luz.

Ele diz meu nome e vejo que se contém se mantendo em silêncio. Adormeço após um tempo e depois de algum tempo acordo com ele me chamando.

-Luz, estamos a duas horas de Angra, parei num posto comprar água e alguma coisa pra gente comer, você quer vim comigo ou ficar no carro?

Passo as mãos no meu cabelo, e resolvo.

-Vou com você.

Entramos na conveniência do posto e pego dois refris e chocolate e vou pro caixa e espero Afonso que em silêncio paga tudo.

-Luz, como pode em menos de dois dias você tirar minha concentração dessa forma?

Respiro fundo com as palavras sussurradas atrás de mim, e me forço a andar. Entramos no carro e resolvo conversar e aliviar o clima.

-Hellene está bem?

Ele sorri como se só de pensar na irmã tivesse trazido luz a ele.

-Tirando os enjoos que ela.disse ter pela manhã ela esta bem. Obrigada por ontem novamente.

Sorrio feliz por saber que ela está bem.

-Não foi nada Afonso, mas acho que já sei com quem falar depois de conversar com a noiva do seu amigo. Lincoln Ramon Antonini ele foi meu mentor até eu vir pra você como juíza, ele ainda está na vara de infância e mesmo detestando fazer isso vou tentar convence-lo a dar a guarda das crianças ao seu amigo.

Ele assente, e sinto que algo está errado.

-O que foi Afonso?

-Antonini é o pai da Deborah, ele a abandonou num orfanato e se casou com outra mulher, depois que a mulher morreu ele ficou rico mas foi morar numa favela com outra mulher e nunca a tirou da favela, e que eu saiba ele nunca procurou a filha, mas se ele é bom pra você tudo bem, as pessoas podem mudar, quase demiti a Deborah porque ela foi preconceituosa e descobri sobre Antonini ontem depois que sai da sua casa, mas não sabia que você iria pedir ajuda pra ele.

Respiro fundo ao saber o passado de alguém que é tão querido pra mim, e agora entendo os erros que ele disse ter cometido no passado, sabia que ele buscava a filha mas ele nunca disse como a perdeu.

-Não sabia do passado do Antonini apenas que ele tinha cometido muitos erros e que procurava a filha, mas não sabia como ele tinha perdido essa filha, é triste e cruel ao mesmo tempo.

-Sim, realmente é.

Depois dessa conversa continuamos a viagem em silêncio e assim que chegamos em frente de uma casa de dois andares ele estaciona, descemos e logo um segurança abre a porta nos convidando a entrar.

E então sou apresentada a Lucco, o mafioso, mas que ao meu ver é apenas um homem normal, mas sei que ele pode ser perigoso, logo uma linda mulher loira desce e somos apresentados a ela, e quando as crianças reagem daquela forma Lucco acalma eu sei que independente se ele faz parte da máfia ou não essas crianças vão ficar com eles.
Olho pra Afonso e me pergunto se um dia poderei ter um futuro assim e com ele, eu o conheço a menos de dois dias e me sinto como se o conhecesse a várias vidas, como se nossas almas estivessem interligadas há séculos.

O Juíz - Série Federais PossessivosOnde histórias criam vida. Descubra agora