O Juíz - Série Federais Possessivos

Capítulo 16

Luz

Eu escutava tudo em silêncio e surpresa por um dia minha vida ter sido interligada com a de Afonso e por quase ter sido vítima da prostituição infantil assim como minha mãe quase foi. A tristeza me toma a alma ao tentar entender minha mãe e compreender a história triste dessa família. Olho pra todos e vejo Hellene pálida e pelo que já vi em grávidas sei que ela não está bem. Me levanto enquanto Henri entrega água com açúcar a dona Flor e vou até Hellene que tem as mãos geladas. A Abraço enquanto as lágrimas dela molham minha roupa.

-Shii.. Tá tudo bem agora querida, sua mãe e seu pai superaram o passado e foram felizes até a morte. Agora se acalma, seu filho ou filha precisa de você agora.

Ela respirou fundo e assentiu mas logo Matteo que parecia aéreo chegou até nós duas.

-Obrigada Luz mas agora vou levar minha irmã pro quarto.

Assenti enquanto eles saíram olhei pra Afonso que segurava um copo de água na mão e olha vidrado pra foto dos pais na grandiosa parede da mansão. Olhei pra Henri que ajudava dona Flor a sair e acenei com a cabeça mostrando que mesmo sem conhecer nenhum deles eu ficaria ao lado deles e ao lado de Afonso.

-Afonso?

Ele respirou fundo ao sentir meu toque em seu ombro.

-Eu estou tentando assimilar toda essa merda que aconteceu com todos que eu amo e amava. Minha mãe, meu pai, dona Flor e agora esse lunático determinado a acabar com minha vida, com você.

Senti o medo dentro de mim mas o guardei numa caixinha no fundo da mente.

-Tudo vai ficar bem Afonso, vamos conseguir acabar com ele.

Ele sorriu me dando um olhar que nunca achei capaz de ver nele.

-Vamos sim Luz, eu vou acabar com ele nem que pra isso eu tenha que mata-lo.

-Afonso não fala assim.

Disse sentindo medo de que ele cometesse alguma loucura. E ele veio até a mim.

-Sabe Luz? Nenhuma mulher me chamou atenção como você tem me chamado em nem três dias. Você vai tentar fugir de mim ainda, e eu vou atrás de você. Porque sou possessivo, sou ciumento. Eu já sabia que era mas controlava, mas você tem despertado esse meu lado cada vez mais. E isso só tem menos de três dias.

Respiro fundo determinada a ignorar suas palavras. Homem nenhum vai me controlar.

-Bom, se acalme Afonso eu vou pra minha casa. Tá na hora de descansar e tentar entender essa história toda do passado dos seus pais e da minha mãe.

Ele assente mas ainda me olha intensamente, então cola seu corpo no meu e enfia suas mãos no meu cabelo, me segurando pela nuca e encosta sua testa na minha me olhando nos olhos.

-Fuja Luz, fuja.

Então se afasta e me olha sério como o impenetrável juiz que conheci.

-Sua equipe de segurança já tá lá em baixo. Eles vão te levar. Você ainda vai dirigir mas nunca saia sem um dos seguranças. E como hoje já é sexta eu te espero segunda no fórum. Temos que trabalhar não é?

Ele diz e e eu tento achar uma resposta pra arrogância dele, mas fico sem fala.

-Boa noite Afonso.

Resmungo enquanto pego minha bolsa e saio da mansão dando de cara com cinco homens de preto, altos e fortes. Um deles se aproxima de mim e eu me afasto um pouco.

-Senhorita, sou Marcus, chefe da segurança do Juíz, esses quatro homens farão sua segurança a partir de agora. Eles são gêmeos, dois pares de filhos do mesmo casal com dois anos de diferença. Otto e Olavo, os de olhos azuis e os de olhos pretos são Nick e Juan. Eles são de segurança.

-Ok.

Resmungo enquanto ele joga as informações em cima de mim. Meu Deus o que mais tem pra hoje? Vou acabar ficando louca e esses só foram meus primeiros dias de trabalho.

Depois de uma hora chego em casa e dois gêmeos me acompanham, ficando na entrada do meu apartamento. Respiro fundo quando fecho a porta e vou direto pro banheiro tomar uma ducha.

A água cai quente sobre mim e olhos esverdeados quase castanhos cercam minha mente e tento entender a contradição ambulante que aquele homem é. Afonso Barbosa.
O homem que tem ficado na minha cabeça.

Deito na cama e quando fecho os olhos tudo que me lembro são de los seus olhos e seu olhar vidrado ao saber o passado dos pais e meu coração dói, dói pelo homem impenetrável que eu vi hoje sem a máscara da frieza que ele carrega como o famoso Juíz. Respiro fundo e adormeço lembrando dos beijos dele e dos sorriso sincero que obtive em alguns momentos antes da chegada de notícias ruins.