Capítulo 13: "Quelqu'un M'a Dit"

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Quando Lincon, finalmente, começara a sentir a respiração de Thalita aproximar-se da dele, o menino ouviu um barulho ensurdecedor, parecia uma freada de carro e, então a garota à sua frente berrou:

- Meu Deus!

Quando Lincon abrira os olhos, notara que Thalita estava correndo alucinadamente na direção contrária à que ele estava olhando.

Quando ele virou-se para saber o que, afinal de contas, estava acontecendo ali, notara que havia um carro parado, uma C-10 azul 1976. Um senhor de meia idade e, um pouco acima do peso, estava saindo de dentro do carro e indo acudir o que estava bem à frente do veículo.

Lincon começara a correr também de forma alucinada, quando notara o que, de fato, havia acontecido ali: A C-10 azul 1976 havia atropelado uma menina que estava de bicicleta.

Aproximando-se mais da cena, Lincon notara que não era qualquer menina. 

Thalita estava tentando ajudar Manu.

- Manu, você tá bem? - indagava Thalita - Calma, calma que a gente vai ajudar você! - depois, virou-se para Lincon - Liga para o serviço de emergência.

Manu estava acordada, a perna esquerda da menina estava sangrando, ela tinha dois arranhões do no rosto: um sobre a sobrancelha esquerda e outro na bochecha direita.

Lincon tirou o celular do bolso e discou os três números do serviço de emergência.

- Eu tô bem! - exclamou Manu, tentando se levantar.

- Calma! - pediu Thalita - Melhor não se mover muito, você pode estar se sentindo bem, mas, talvez, tenha fraturado algum osso e, com um movimento, isso pode fazer seu quadro se agravar. Fica imóvel, o Lincon está chamando o serviço de emergência.

- Meu pai eterno! - lamentava o senhor gorducho, motorista da C-10 - Eu dirijo há tanto tempo por essas bandas, nada nunca me aconteceu.

Aos poucos, vários curiosos iam se aproximando da cena.

Em poucos minutos, Thalita e Manu tinham praticamente desaparecido em meio à multidão.

                                                                                   * * * 

Lincon estava em pé na recepção do hospital municipal. Thalita aproximara-se do rapaz, ela estava vindo de uma breve conversa com sua tia, que era enfermeira na unidade.

- Lincon... - dissera Thalita.

- E aí? O que a sua tia disse?

- Ela vai ficar bem! - respondeu - Eles levaram ela agora pra fazer um Raio-X da perna, por causa do sangramento, mas, minha tia disse que, certamente, não foi nada demais. O exame é só pra afastar qualquer suspeita de algo mais grave.

- Graças a Deus! - alegrou-se o rapaz.

- Eu preciso que você vá sozinho para a casa de dona Rosa - disse Thalita - A mãe dela ainda não chegou e eu não quero deixá-la aqui sozinha. 

- Você mal conhece ela, Thalita...

- Lincon, pelo amor de Deus, é nossa colega de aula. - a menina retrucou - E, depois, eu acho melhor você ir sozinho... Depois a gente se fala.

Lincon franziu o cenho. Aquilo parecia com algo do tipo "não quero sua companhia".

- Depois de conversar com dona Rosa - Thalita continuava, parecia uma profissional falando - Me dê um retorno... A gente se reúne mais tarde, eu, você, o Victor e a Layza.

Um Bombom Sobre Minha MesaOnde histórias criam vida. Descubra agora