Quando Lincon, finalmente, começara a sentir a respiração de Thalita aproximar-se da dele, o menino ouviu um barulho ensurdecedor, parecia uma freada de carro e, então a garota à sua frente berrou:
- Meu Deus!
Quando Lincon abrira os olhos, notara que Thalita estava correndo alucinadamente na direção contrária à que ele estava olhando.
Quando ele virou-se para saber o que, afinal de contas, estava acontecendo ali, notara que havia um carro parado, uma C-10 azul 1976. Um senhor de meia idade e, um pouco acima do peso, estava saindo de dentro do carro e indo acudir o que estava bem à frente do veículo.
Lincon começara a correr também de forma alucinada, quando notara o que, de fato, havia acontecido ali: A C-10 azul 1976 havia atropelado uma menina que estava de bicicleta.
Aproximando-se mais da cena, Lincon notara que não era qualquer menina.
Thalita estava tentando ajudar Manu.
- Manu, você tá bem? - indagava Thalita - Calma, calma que a gente vai ajudar você! - depois, virou-se para Lincon - Liga para o serviço de emergência.
Manu estava acordada, a perna esquerda da menina estava sangrando, ela tinha dois arranhões do no rosto: um sobre a sobrancelha esquerda e outro na bochecha direita.
Lincon tirou o celular do bolso e discou os três números do serviço de emergência.
- Eu tô bem! - exclamou Manu, tentando se levantar.
- Calma! - pediu Thalita - Melhor não se mover muito, você pode estar se sentindo bem, mas, talvez, tenha fraturado algum osso e, com um movimento, isso pode fazer seu quadro se agravar. Fica imóvel, o Lincon está chamando o serviço de emergência.
- Meu pai eterno! - lamentava o senhor gorducho, motorista da C-10 - Eu dirijo há tanto tempo por essas bandas, nada nunca me aconteceu.
Aos poucos, vários curiosos iam se aproximando da cena.
Em poucos minutos, Thalita e Manu tinham praticamente desaparecido em meio à multidão.
* * *
Lincon estava em pé na recepção do hospital municipal. Thalita aproximara-se do rapaz, ela estava vindo de uma breve conversa com sua tia, que era enfermeira na unidade.
- Lincon... - dissera Thalita.
- E aí? O que a sua tia disse?
- Ela vai ficar bem! - respondeu - Eles levaram ela agora pra fazer um Raio-X da perna, por causa do sangramento, mas, minha tia disse que, certamente, não foi nada demais. O exame é só pra afastar qualquer suspeita de algo mais grave.
- Graças a Deus! - alegrou-se o rapaz.
- Eu preciso que você vá sozinho para a casa de dona Rosa - disse Thalita - A mãe dela ainda não chegou e eu não quero deixá-la aqui sozinha.
- Você mal conhece ela, Thalita...
- Lincon, pelo amor de Deus, é nossa colega de aula. - a menina retrucou - E, depois, eu acho melhor você ir sozinho... Depois a gente se fala.
Lincon franziu o cenho. Aquilo parecia com algo do tipo "não quero sua companhia".
- Depois de conversar com dona Rosa - Thalita continuava, parecia uma profissional falando - Me dê um retorno... A gente se reúne mais tarde, eu, você, o Victor e a Layza.
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Um Bombom Sobre Minha Mesa
FanfictionThalita acabou de se mudar para uma cidade pequena. Ela acha que tudo em sua vida está um desastre, até ela se envolver numa investigação criminal e passar a ter certeza disso.