Um Bombom Sobre Minha Mesa

Capítulo 23: "Bolo de Cenoura"

As três garotas estavam em estado de choque!

Elas não conseguiam acreditar em tudo o que tinham ouvido vindo da boca de Babi. 

A colega de classe morta estava mais viva que nunca e, para surpresa delas, era uma psicopata. 

A Mãe de Babi também estava com elas na sala. Àquela altura, Babi já havia vestido uma roupa  e os cabelos estavam quase secos.

- Isso é um absurdo! - exclamou Thalita - Garota, você tem noção de tudo que você fez? Tem noção do quanto essa sua ambição mexeu com a vida das pessoas?!

- Eu não mandei ninguém se intrometer em nada! - defendeu-se Babi - Custava vocês seguirem com a vida de vocês? Eu acho que não...

- O Victor está no hospital, Babi! - falou Manu - Ele é seu amigo, você não se sente nenhum pouco culpada pelo que aconteceu com ele?

- Não! - Babi deu de ombros - Eu não tenho mesmo culpa nenhuma. Não fui eu quem espancou o Victor. Eu também não pedi pra ele fazer nada pra mim... Isso aí é com ele e com o Lorenzo. Aliás, vocês têm culpa nisso também... Não tentem jogar isso pra cima de mim. Eu estou com a consciência mais que tranquila. Eu não fiz nada.

Era incrível como o tom de voz de Babi não demonstrava sentimento algum.

Layza estava calada, apenas tratava de digitar algo no celular. Ela tomava cuidado para não ser pega. Tremia de medo, estava receosa. 

- Eu fiz o que fiz para salvar a vida da minha mãe - dizia a loira - A vida dela e a minha também, porque o Camaleão ia me matar se eu não aparecesse com o dinheiro. 

- Meu Deus - Thalita sorria de nervosismo - Você é muito sem noção, garota! Você sabia que roubar cadáver também é crime? Você invadiu um cemitério, arrancou um corpo da cova com as próprias mãos. 

- Ah, vai me dizer que vocês não fariam o mesmo?! - disse Babi - Não iriam querer se defender, salvar a vida da mãe de vocês e a vida também?! Não iam?! - fez uma pausa - Não me julguem por fazer algo que qualquer pessoa faria. E, depois, aquela mulher já estava morta mesmo, que diferença faz ela ter ficado enterrada lá ou ter sido enterrada aqui com o meu nome?!

- Babi, você é um monstro! - disse Manu, quase sem notar.

- Epa! - berrou a Mãe - Não fale assim com minha filha. Eu também não me orgulho do que fizemos, mas, foi necessário. Naquele momento, essa era nossa única opção.

Ficaram em silêncio por um curto período.

- E o Seu Osvaldo?! - perguntara Thalita, franzindo o cenho - Ele está preso! Ele confessou ter te matado, mesmo sabendo perfeitamente que você estava viva. Por que ele faria uma loucura dessas?!

Babi e a Mãe se entreolharam.

- Isso sim... - falou Babi - Isso sim é culpa minha...

                                                                             * * * 

Alguns Dias Antes...

A água gelada do chuveiro caía forte nas costas de Reynaldo. 

O calor de Pedra Dourada chegava a ser insuportável em alguns pontos do dia. 

A porta do banheiro estava entreaberta, mas, o box estava completamente fechado e ele não notara que, sobre sua cama, seu celular recebia uma chamada de um número já conhecido.

- Amor... Seu celular! - berrara Patrícia, da cozinha.

A mulher notara que o marido não havia escutado o celular tocando, por isso, resolvera ir até o quarto para atender à chamada.