Capítulo 15: "Bolo de Cenoura com Chocolate"

44 5 0
                                    

Thalita ainda estava estarrecida.

Como assim era Manu a remetente dos bombons?!

A garota ainda estava olhando para Manu, que, por sua vez, ainda olhava para o chão, envergonhada.

- Manu?! - Thalita chamou de novo, dessa vez, mais calma - Eu estou falando contigo! Era você o tempo todo? Você está mandando bombons para mim?

Manu sentara-se na cama, ainda cabisbaixa. 

- Desculpa, Thalita!

- Calma! - disse, pegando no braço da outra - Calma, está tudo bem! Eu só estou surpresa com isso. Mas, está tudo bem!

- Eu te achei muito atraente! - admitiu Manu - Desde o primeiro dia em que eu vi você. Você pareceu ser meiga, ser interessante, educada, inteligente... Pareceu ser alguém que merecia o meu sentimento, minha atenção...

Thalita tentava buscar palavras para continuar aquela conversa.

- Olha, Manu... - ela estava calma e, seria o mais franca que pudesse com a garota - Eu fico realmente muito honrada por você gostar de mim.

- Então fica comigo! - alegrou-se Manu.

- Bem... - Thalita continuou - Eu não posso! Não posso por dois motivos básicos: O primeiro deles, é que eu não me sinto atraída afetiva, física e sexualmente por meninas. A segunda, mas, não menos importante, eu acho que estou gostando de um garoto. 

Manu abaixara o olhar. O semblante era o mais melancólico que Thalita já havia visto em toda a sua vida.

- Não se sinta repreendida ou qualquer coisa do tipo! - continuava Thalita - Mas, eu ficar contigo seria a mesma coisa que você ficar com um menino, você entende?! 

- Sim... - respondera Manu - Seria algo sem sentido. Não me sinto atraída afetiva, física ou sexualmente por meninos!

- Exato! - Thalita sorriu de alívio, ela tinha conseguido não machucar os sentimentos da outra - É isso mesmo. Eu fico honrada e, devo admitir que gostei de receber os bombons e os bilhetes. Quem não gostaria, né?! Mas, nós seremos somente amigas. Tudo bem pra você?

Manu deu um arquear nos lábios. Estava abalada, era claro, mas, ela também entendia que, quanto a isso, nada poderia ser feito. As duas sentiam atrações por pessoas diferentes, ela teria que aceitar.

- Obrigada, Thalita! - Manu dissera - Eu estou envergonhada por tudo. Você deve imaginar o quão difícil é para mim aqui nessa cidade. Na escola, todos me olham estranho, minha mãe não fala comigo desde que contei a ela... Eu realmente não tenho ninguém.

- Agora toda essa situação ficou ainda mais clara para mim! - dissera Thalita, segurando as mãos da amiga - Sua mãe não fora visitar você, enquanto esteve internada no hospital, por conta da sua sexualidade... Isso é muito triste, Manu! Eu realmente sinto muito. 

- Ah... - Manu sorriu de leve - Tem outra coisa que você precisa saber!

- O quê? 

- Eu fui atropelada porque fiquei paralisada ao ver você beijando o Lincon! 

Thalita sorrira.

- Manu, eu e o Lincon não estávamos nos beijando! 

- Não?! - Manu franziu o cenho - Mas, achei que estivessem se beijando...

- Foi só uma ilusão de ótica! - continuou a menina - Bom... Nós íamos nos beijar, mas, há males que vêm para o bem, né?! Mas... Você diz que não tem ninguém... Outro dia, quando estávamos na praça de eventos, você fora nos cumprimentar e dissera que estava indo à casa de uma amiga...

Um Bombom Sobre Minha MesaOnde histórias criam vida. Descubra agora