Capítulo 12: "Monster"

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Cinco Dias Depois...

Alguns minutos haviam se passado e, aparentemente, eles estavam lá sozinhos, no meio do mato com um cadáver ensanguentado.

Se eles soubessem que aquilo iria acontecer, tudo seria diferente. Para começar, eles não teriam ido de forma alguma até aquele lugar. 

- Quem fez isso?! - o garoto parecia mais calmo - Quem?! 

- Você não notou?! - Thalita questionara - A mesma pessoa que matou a Babi, óbvio! Isso significa que estamos indo no caminho certo.

- A que custo, né, Thalita?! - ele suspirou, estava nervoso novamente - Tem um corpo estirado no chão a poucos metros de nós... 

- Temos que ligar para a policia! - respondera Thalita, tentando ser racional - Vamos fazer uma ligação anônima, informando onde o corpo está e saímos daqui o mais rápido possível. A essa altura, o assassino já foi embora.

O garoto ficara pensativo, mas, ela tinha razão.

Apanhou o celular no bolso da calça e discou os três números da policia.

- Alô? - dissera ele, quando alguém atendera à ligação - Eu quero informar que encontrei um cadáver. Vou te passar o endereço, por favor, venha rápido, eu estou com muito medo!

O rapaz estava encenando, era claro, já que ele tinha que parecer nervoso, uma vez que ele não podia se tornar um suspeito do crime.

Thalita continuava olhando na direção do cadáver que estava a alguns metros de distância deles...


Cinco Dias Antes...

Sem sombra de dúvidas, a aula que Thalita mais gostava era a de Literatura. Primeiro, porque ela adorava escrever e adorava ler. Segundo, por que ela achava que a Professora Patrícia era simplesmente incrível. 

Sempre que podia, Patrícia tratava de soltar uma piadinha muito inteligente entre um exemplo e outro e, além disso, ela era adepta de técnicas de Biodança, possuía um estilo de vida todo alternativo e Thalita amava aquilo. Ela amava tudo que era alternativo.

A garota não se assustara quando chegara em sala e logo colocara os olhos num bombom sobre sua mesa. Aquilo já havia virado rotina e ela estava tão focada no Caso Babi Andrada, que nem tinha tido tempo para refletir de quem, afinal de contas, estavam vindo aqueles bombons.

- Mais um... - dissera Layza, sem toda aquela costumeira empolgação.

Na noite anterior, depois que Victor deixara Thalita em casa, ela conversara com Layza por telefone. Ela e Lincon já haviam concordado com a entrada de Victor no grupinho de investigação, mas, ao contrário do que Thalita pensara, Layza não estava tão empolgada com a ideia.

- Bom dia! - disse Thalita, apanhando o bombom e o bilhete.

Lá estava escrito:

"Sinto que devemos nos aproximar. E sinto que estamos fazendo isso!

Com afeto, alguém que te gosta!".

Sem pensar duas vezes, amassou o bilhete, jogando-o dentro da mochila junto com o bombom.

- E o nosso trabalho? - indagou Thalita - Faltam poucos dias para a entrega e a gente ainda não fez nada.

- Íamos fazer ontem... - continuara Layza - Mas, né...

- "mas, né..." o que, Layza? - Thalita notara que a amiga estava diferente, meio emburrada.

- Você foi para o Bar do Lula com o Victor, comer porção e bater papo.

Um Bombom Sobre Minha MesaOnde histórias criam vida. Descubra agora