Capítulo 17: "O Assassino De Babi"

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Thalita estava parada, olhando para Lincon, ela não tinha reação. 

Não havia mesmo o que falar. O que ela poderia falar?

- Não vai dizer nada? - indagou o menino.

- Ué... O que eu posso fazer?! - ela recompôs-se - Espero que você seja muito feliz lá no lugar pra onde você vai.

- Vou me mudar para a Barra, a cidade vizinha.

- É bom! Eu fiquei sabendo que lá é bem melhor que aqui, tem até Universidade Federal... Eu fico feliz por você, Lincon!

Seguiram para a sala. 

Lincon tinha ficado visivelmente abatido com aquela reação de Thalita, a garota parecia simplesmente não ter ligado para a mudança dele. 

Ele esperava que ela pedisse para que ele ficasse.

Ele estava triste.

                                                                                      * * * 

Lorenzo Mello estava intrigado. Um bilhete de Babi, que ele guardara em seu criado-mudo, havia simplesmente desaparecido.

Dona Maristela, sua empregada, havia negado ter tocado no bilhete e, honestamente, ele acreditava na mulher. Ela não teria motivos para fazer nada com ele.

Lorenzo era um homem rico e, como toda pessoa abonada, preocupava-se com sua segurança e com a segurança de sua casa.

Alguns anos antes, quando planejara a casa junto a um Arquiteto, Lorenzo tivera o cuidado de planejar um quarto secreto dentro de seu próprio quarto, caso houvesse uma necessidade.

Ele estava dentro daquele pequeno cômodo naquele momento.

Lorenzo havia instalado câmeras de segurança por toda a casa e, o quarto secreto servia como central de monitoramento dessas câmeras. 

Ele não precisou voltar muito tempo nas fitas do circuito interno de TV (apenas algumas horas, para a noite anterior), para descobrir o que havia acontecido.

O bilhete havia sido pego por dois adolescentes, que entraram em sua mansão na calada da noite.

                                                                                        * * * 

Para alívio de Samile e Mariana, a Diretora Débora Dantas e o Conselho de Classe da escola haviam decidido que as duas só estariam suspensas por dois dias.

Era o suficiente, na visão deles, para que as garotas repensassem seus próprios atos.

Em casa, no entanto, o castigo fora um pouco mais perverso: Samile e Mariana tiveram os celulares apreendidos pelos pais. Total de dias: 31!

Elas só poderiam se ver na escola e, para desespero de Samile, o contato com Thalita seria ainda mais limitado.

Tudo tinha desabado.

O mundo dela havia caído.

                                                                          * * * 

O Delegado de Pedra Dourada nunca tivera muito trabalho a fazer, justamente porque a pacata cidade do interior quase não tinha ocorrências policiais para serem resolvidas.

Até a morte de Babi Andrada mudar tudo aquilo.

O Delegado tinha quase 20 anos de carreira e, em todo aquele tempo, ele nunca havia se deparado com um caso tão controverso: Babi Andrada, jovem, bela, usuária de drogas, prostituta, estudante, morta.

Um Bombom Sobre Minha MesaOnde histórias criam vida. Descubra agora