Capítulo 3

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Como assim tentaram mata-lo? Isso não é possível! Ainda por cima deixaram para fazer isso hoje, podiam ter o executado (ou tentado) depois de amanhã. E o contrato? Vamos ter que adiar? Devem estar pensando que eu não tenho coração, mas fiquem sabendo que eu tenho, mas também só o uso quando é extremamente necessário, o resto do tempo ele só serve para me manter viva, pulsando o meu querido e tão precioso sangue. My blood is my life.

(Viajei legal... então infelizmente vamos voltar a vida real!)

-Você tem certeza disso Mia? Pode ter sido um engano, quem sabe seja um desses inúteis e irritantes trotes. - falo procurando um caminho que me leve a pensar que isso é uma grande e horripilante mentira.

-Infelizmente é verdade senhora. O próprio Valentim disse que precisa falar com a senhora urgentemente. - o caso é feio. Nunca vi Mia séria e... nervosa. Ela é sempre extrovertida e muito alegre. Até demais para o meu gosto! Mas tudo bem.

-O que ele quer falar comigo? Não deveria estar chamando pela família? É assim que acontece em filmes, certo? - eu realmente não tenho noção nenhuma sobre vida + acidentes. Nunca precisei ficar em um hospital, seja por doença ou acidente, então podemos dizer que isso é novo para mim.

-Eu acho que a senhora em vez de ficar se perguntando, já deveria estar no hospital descobrindo o que ele quer! - e não é que ela tem razão.

-Mande meu motorista ficar pronto em menos de dez minutos. - digo isso e vou em direção a minha sala.

Entro nela e me jogo no sofá, procuro por um rabicó para amarrar meu cabelo que está horrível, também, subir trinta e cinco (se eu não me engano) lances de escada não é fácil. Pior ainda foi subir correndo, em um salto alto e uma saia apertada (que é um pouco acima do joelho). Me arrumo de novo o mais rápido possível e tomo um copo de água.

-O motorista já está pronto. - Mia coloca a cabeça para dentro da porta.

-Estou indo. - me levanto e vou em direção ao elevador, tá meio na cara que eu não iria descer de escada, né?

Saio da empresa normalmente, todos já sabem o que aconteceu e estão com medo de acontecer um atentado aqui, até parece que vai acontecer um... espere um pouco... É isso, um atentado, não queriam matar ele, queriam passar medo. Mas medo do que?

Andando no automático entro dentro do carro, minha mente está explodido com possibilidades e paranoias. Pensem comigo! Se eles (quando digo eles, estou me referindo as pessoas desconhecidas, que querem acabar com a minha felicidade(tentando matar o dono do melhor contrato que iria fechar na vida) entenderam? Espero que sim!) queriam matar o Sr. Campbell, ele já estaria morto nesse exato momento! E é nesse pensamento que estou criando as maiores paranoias da minha vida inteira.

E para me ajudar completamente, o trânsito está... imaginem... isso mesmo está parado, no maior engarrafamento do mundo. Claro que não é o maior engarrafamento do mundo, isso é meio óbvio. Mas para uma pessoa com pressa, cada minuto parece um ano, extremamente irritante.

-Estamos muito longe do tal hospital? - pergunto exasperada.

-A mais ou menos um quilômetro e meio senhora.

Ótimo! Vamos andando... O que é um quilômetro e meio quando se está de salto e uma saia apertada em pleno calor do Rio de Janeiro? Que isso, não é nada!

-Vai aonde senhora Angerona? - pergunta educado.

-Vou andando, quando chegar lá me espere no estacionamento , irei lá depois.

-Sim senhora, e tome cuidado.

Saio andando rapidamente por aí, como uma pessoa normal (só que não). Espero que isso seja realmente importante, senão eu mesmo mato o Valentim e ajudo aos outros que querem se livrar dele. Falando nisso me lembro das minhas inteligentes e bem penssadas paranoias. O que mais me assusta é que ninguém sabia sobre o contrato, então pode ser sobre outra coisa. Mas por que ele me chamaria para ir lá, se não tivesse nada a ver comigo?

It's not my FaultOnde histórias criam vida. Descubra agora