Capítulo 10

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Faz exatamente vinte minutos que estou parada em frente ao portão esperando o 'bonito' do Valentim aparecer. O cara sumiu do nada e não aparece, eu que sou demorada já me arrumei e nada do ser falante, quando ele chegar aqui eu vou quebrar a cara daquele traste. Não venha me dizer que ele é um coitado, isso não vai mudar nada, nadinha mesmo.

-ALELUIA JESUS CRISTO!!! - grito assim que vejo a pessoa andar em direção do carro.

-Desculpe-me senhora, ouve alguns imprevistos no meio do caminho. - ele incorporou mesmo no disfarce, só Deus para ajudar esse ser, é Deus ou internar no hospício, porque não tem mais jeito.

-Ache uma boa explicação para esse imprevisto, senão eu vou quebrar a sua cara na bordoada mesmo. - expresso irritação, acho que funcionou já que ele arregalou os olhos e está gaguejando.

-Eu... eu... quero dizer... a roupa... - gagueja.

-Fala direito cara!

-É meio difícil falar direito, com uma louca que acabou de te ameaçar te olhando com uma cara de psicopata. - ele tá meio desesperado.

-Eu não sou louca. - falo o óbvio.

-É sim, louca desiquilibrada e as vezes com cara de serial killer. - Senhor! Será que eu tenho essa cara mesmo? Começo a rir.

-Você tá rindo? - minha vontade é de responder: não, to chorando. Mas outa vontade fala mais alto.

-Sim eu estou rindo, mas é de desespero. - eu devo ter algum problema sério mesmo, porque se eu não tivesse eu não estaria rindo igual uma desiquilibrada assim. - Você está certo. Eu tenho alguma coisa.

Sabe a vontade de bater nele? Então, ela passou.

-Vamos entrar já perdemos tempo demais. Eu trouxe esse computador e mais alguns acessórios. - ele diz me mostrando os computadores que eu nem tinha notado.

-Por que? - indago recebendo um olhar irritado.

-Eu ia explicar então faz um favorzinho de não me interromper, odeio isso. - ele me imita no final da frase, não tenho culpa se odeio ser interrompida. - Outra coisa que percebi, foi que a dona Maria espera exatos quinze minutos para mandar as informações ao seu respeito para o código super esquisito. - também não tinha reparado nisso. Deu pra perceber que eu não reparo em quase nada né?

-Então quer dizer que você quer receber as noticias em primeira mão?

-Exato.

-Ok, então vamos lá. - digo entristecida.

Todos em seus devidos lugares partimos em direção ao orfanato, tirando o fato que ele quase bateu em três carros em menos de meia hora, com um intervalo de dez minutos em cada quase batida. Estou achando que ele comprou a carteira, agora sei do que são aquelas infrações de trânsito que coloquei em seu relatório, deve existir um monte que com certeza ele escondeu ou apagou sei lá, mas que tem, tem!

Ele para uma quadra antes, se vira para trás e me pergunta:

-Tudo bem?

-Por que não estaria? - ele revira os olhos.

-Estou perguntando se já está pronta, precisa chegar lá e já descer do carro, não pode ficar se enrolando. 

-Eu sei disso. - é claro que eu não sei, mas não precisamos contar isso pra ele. - Sim, estou pronta podemos ir.

Com os motores ligados saímos de onde estamos e vamos uma quadra á frente. Enfim chegamos! Não sei se choro, sorrio, vomito ou finjo, vamos pela razão, o que quer dizer que 'Comecem os jogos'. Saio do carro e vou até a porta que por algum motivo esta fechada. Aperto a campainha e como esperado a Maria vem atender.

It's not my FaultOnde histórias criam vida. Descubra agora