Capítulo 18

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Ótimo, estou sentada em uma cadeira desconfortável de uma delegacia esperando o bendito do delegado me chamar para fazer não sei o quê. Não tive vontade de perguntar o que querem comigo, não perdi tempo, daqui a pouco verei o que farão...

-Senhorita Angerona, por favor siga-me! - um homem alto me chama, e como estamos em uma delegacia tenho que obedecer...

-O que exatamente querem de mim? - pergunto.

-Não perguntou para a secretária? - disse desconfiado.

-Por que eu perguntaria? - falo sem interesse.

-Não tem a mínima ideia do porquê estar aqui?

-Se eu soubesse não teria lhe perguntado! - falo ríspida.

-Percebe-se que a senhorita não tem medo das autoridades...

-Por que eu teria? Não fiz nada de errado, ou vai me prendar apenas por ter lhe respondido... acertei seu ego foi? - pergunto em tom de brincadeira. Eu não tenho jeito...

Ele em resposta revira os olhos.

-Uma garota difícil você hein! Ou devo dizer uma mulher? - o que ele quer dizer com isso?

-Que cargo o senhor ocupa aqui neste estabelecimento? - pergunto demostrando desinteresse.

-Vossa excelência faz muitas perguntas... - sorrio com o jeito dele falar.

-Então simplesmente responda minhas perguntas.

-Sou um dos detetives, senhorita. E é por isso que a chamei, ouve um roubo de uma picape ontem a noite, o homem veio relatar o assalto, achamos o carro e agora estamos procurando a suspeita.

-A suspeita... - rio, pelo fato dele falar assustado, demostrando seu espanto por ter sido uma mulher a roubar a picape do babaca... qual é o problema desses homens que acham que as mulheres não são capazes de se revoltar contra o mundo e principalmente contra eles? - E o que eu tenho a ver com um roubo? - falo inocentemente, sei que o cara nunca conseguirá me reconhecer, estava muito diferente ontem, e por um acaso, hoje minha maquiagem está leve e clara, totalmente diferente...

-Pela descrição do cara, você é bem parecida com a suspeita...

-Não tem como eu ser parecida com ela, eu sou única! - digo convencida.

-Então temos duas opções, ou você não tem nada a ver com isso ou você é a tão destemida suspeita! - diz rindo.

-Vocês estão me fazendo perder meu precioso tempo com tudo isso. - digo irritada.

-Mais do que você perdeu chegando atrasada na empresa não perderá.

-A empresa é minha, se eu não quiser ir eu não vou, ok? Vê se presta atenção nas coisas! Que chatice, quer vir me dar lição de moral, deveria me dar a um tempo atrás, sabe, quando todos estavam indo pra festas e eu estava em casa construindo a porra daquela empresa, então o senhor me faz um favor e cala a boca. - acabo me irritando, outra coisa que eu odeio é virem me passar lição de moral, parece que eles esquecem tudo que você fez pra chegar até ali.

-É bom não irritar essa dai Dominic, ela é bravinha... - olha para trás para ver quem é o retardado que tá me chamando de bravinha, e acabo dando de cara com o meu único ex-namorado. Que maravilhaaaaa.

-Como vai Nix, ou devo lhe chamar de Isa?

Será que não tem como eu mudar isso não? Não dá pra sair correndo?

-Dan, que bom te ver! - finjo empolgação, lembre-se como sou uma boa atora, boa não, ótima atora.

-Venha, não queremos tomar seu tempo... - Dan diz e começa a andar.

-Obrigada pela conversar Dominic! - falo ironicamente.

-O mesmo senhorita Angerona. - sorrio e vou atrás do Dan.

Eu o conheci no orfanato, ele foi com os pais que queriam adotar uma criança e bla bla bla, um tempo depois a minha família adotiva me fez entrar em uma escola particular, lá eu reencontrei o Dan, e começamos uma amizade que terminou em namoro... um tempo depois ele começou a ficar muito ciumento, me reprendia e não deixava eu fazer o que queria, me cansei disso e larguei ele. Um relacionamento não funciona quando um corta suas asas e te prende em uma gaiola, ele podia fazer o que queria mas eu não. Por isso terminei tudo e me defendi de suas ameaças e pequenos escândalos, o que quer dizer que em nossa ultima briga pós-namoro ele saiu com uma cara arrebentada e um braço quebrado. Graças a Deus, o Dan nunca mais me procurou, também né?

-Que ironia, eu lhe encontrar justo em uma delegacia. A ultima vez que eu lhe vi, sai um pouco machucado...

-Ninguém mandou não saber se defender! - retruco rapidamente.

-Agora eu sei. - diz rindo, o que me faz rir também. - Foi você que roubou a picape?

-Você sabe que não, o que eu iria querer com uma picape?

-Você sabe que não vou contar a ninguém...

-Como posso confiar em você? - ele sorri.

-Quem sabe eu ainda goste de você! - vejo ele corar. A única coisa que eu não preciso neste momento é achar alguém que goste de mim!!! Mas quem sabe eu posso usar isso ao meu favor. - Além do mais, você sabe que eu sei quando está mentindo. - ele acha que sabe quando estou mentindo, é bem diferente.

-Acho que aquela é a sala que tenho que ir. - digo apontando para a porta e cortando o assunto.

-É sim, vamos.

Começo a andar em direção da porta, mas antes de eu abri-la sinto ele segurar meu braço.

-Eu sei que foi você, e não vou deixar eles fazerem nada de ruim contigo, nem se tu for mesmo culpada. - apenas sorrio e abro a porta.

...

Estou igual a uma criminosa segurando aquela plaquinha com um numero na frente, Jesus me livre disso. Ao meu lado se encontra varias mulheres, mais ou menos umas cinco ou seis, todas são parecidas, algumas com o cabelo curto outras comprido, altas e baixas, e assim vai. Tenho quase certeza que o babaca está do outro lado da parede tentando me reconhecer, e com certeza está com dificuldades, já faz quase meia hora que estou de pé aqui, e estou seriamente pensando em pedir uma cadeira e um copo de café quente... mordomia? talvez.

Depois de aproximadamente cinco minutos, somos liberadas, pelo que escutei o babaca não achou nenhuma de nós parecida com a tal suspeita (que no caso sou eu), isso mostra que além de babaca ele é meio cego, quem sabe um transplante de córnea faz bem para ele.

Estou quase saindo desse lugar quando me chamam, diria que gelei na hora, se eu não conhecesse a bendita voz... no caso, o Dan!

-Nix... - diz quando chega perto de mim.

-Sim?

-O que você acha de sair comigo hoje as oito horas? - Nossa, ele é abusado ele.

-Não sei se é uma boa ideia...

-Ah, me dá uma chance, só uma? - me pede. Confesso que fiquei com dó.

-Tá bem, vou ficar até tarde na empresa, passa lá as oito. - digo por fim.

Eu sei, não deveria ter aceitado!

"Talvez eu consiga tirar proveito disso..."

Gente... eu to apaixonada nessa música, por isso trouxe ela pro capítulo 😅😍

E aí, já conferiram o insta do livro??? To arrumando o feed, tem varias frases q combinam com a história, estou gostando bastante do jeito q ele tá ficando❤️
Vai lá conferir kkkk

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💋Como sempre, bjs pro 6💋

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