Capítulo 8

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-Pensei que você não soubesse o sobre nome dos seus pais... - diz Valentim.

-E não sei, eles inventaram um falso/verdadeiro para Joseph.

-Seus pais são uns monstros!!!

Isso é bem verdade, e olha que ele não sabe nem da metade.

-Vai ir procurar sobre ele ou vai ficar dando palpite na minha vida? - falo.

-Nossa, se fosse assim nem tinha vindo. Acabei de vir do hospital lhe contar novidades e a senhora espertona me trata assim. Depois que ficamos magoados e não ajudamos mais somos mortos, isso é triste sua sem coração. - era só o que faltava, outra pessoa dramática e sem noção para me ajudar. Deuses me deem paciência, porque se me derem mais força eu mato.

-Anda logo, quero que as pesquisas sejam feitas rapidamente, e para mostrar minha bondade, irei lhe oferece meu canto de tecnologia que tenho aqui em casa. Aceita? - é claro que só estou oferecendo para ficar de olho nele. Não posso mais ser feita de trouxa, isso já esta passando dos meus limites.

-Será uma boa, estou sem a mínima vontade de voltar para a casa. Por que escolher uma moradia tão longe? Demorei quase uma hora para chegar ate aqui. Deus me livre ter que voltar com fome, assim eu já fico para o almoço. - ele é abusado, dá onde já se viu uma coisa dessas?

-Me siga e chega de brincadeirinhas, estou farta por hoje. - digo autoritária.

-Não vai nem responder minha pergunta?

-Não... vou responder sua resposta decerto. - sarcástica? Nem um pouco.

-Você entendeu não se faça de burra!

-Suspeito que esteja ultrapassando o limite de perigo senhor Campbell. Devo lembrá-lo que o senhor esta em minha casa, e o mínimo que eu exijo é respeito. - digo olhando para ele, que em resposta só acena com a cabeça. - Me siga.

-As vezes você me dá medo. - escuto ele sussurrar.

-Eu escutei Valentim.

-Desculpe-me senhora. - sorrio, não um sorriso que expressa felicidade, um sorriso de vitória, algo maior, difícil de ser explicado.

Saio do meu escritório e vou andando, passo pelo corredor desço as escadas e paro na sala para falar ou melhor avisar a Mia.

-Mia! - a chamo.

-Sim chefona.

-Perto da hora do almoço, peça duas pizzas, escolha qualquer sabor.

-Não é melhor só uma? - ela pergunta.

-Valentim irá almoçar conosco. - aponto para a peste que esta ao meu lado. E o imbecil sorri. Ele só pode ter algum tipo de problema grave.

-Humm, que sabor prefere Valentim? - nossa Mia, ótima ajuda, já ta até querendo saber que sabor ele prefere. Brilhante.

-Portuguesa. - odeio portuguesa, não gosto da cebola, não sei o que os outros veem nela, todo mundo ama menos eu, como sempre.

-Vou pedir metade portuguesa e quatro queijos pra uma, e a outra metade seis queijos e chocolate. Feito? - eu em compensação amo pizza de queijo, mas odeio as doces que vem queijo em baixo, não mistura não, é doce pra cá e queijo pra lá.

-Pode sim, agora temos trabalho pela frente. Quando a comida chegar pode nos chamar? - pergunto.

-Sim senhora. - Mia bate continência. - Tenho um aviso importante ao soldado aí... - aponta para o Valentim - Se o trabalho sair mal feito, cê morre! - fala passando o dedo indicador pela garganta, eu já disse que amo a Mia? Ela ta tentando assustar ele... eu falo que são tudo um bando de loko, ninguém me acredita.

-Até mais Mia... - me despeço.

Começo a andar em direção da biblioteca que fica na última porta do corredor da esquerda, Valentim passou todo o percurso em silêncio, não to acreditando que ele acreditou na história da Mia. É claro que eu não vou cortar o pescoço dele fora, o que eu faria com a cabeça? Meio sem noção ele. Entro na biblioteca e paro para esperar o bonito que esta andando entre as estantes vendo os livros.

-Magnífico lugar, deve ter custado uma fortuna. - ri - E eu achando que você ia me levar em um calabouço, aqueles lugares escondidos de filmes. Aonde está os computadores?

-Nós ainda não chegamos em nosso destino final. - vou até o fim da sala e procuro pelo livro falso, ao acha-lo puxo para frente, exibindo uma porta logo ao lado.

-Maneiro!!!

Reviro os olhos e tiro a chave do bolso, com a porta destrancada dou uma passo para o lado.

-Pode abrir.

-Armas e animais não vai sair dai para me matar né? Odeio cobras, me diz que ai dentro não tem cobras, ou tem? - diz um pouco amedrontado.

-Abra e descubra...

Ele olha para mim e para porta umas três vezes antes de colocar a mão na maçaneta e gira-la, a porta range ao abrir, esta tudo escuro lá dentro, dou um leve empurrão fazendo-o adentrar no lugar. Fecho a porta atrás de mim, e ando até a parede para acender a luz.

-Senhor eu peço perdão por todos os meu malditos erros e... - sem esperar ele terminar sua insignificante e esquisita frase, acendo a luz.

-Bem vindo A Clave. -ele olha todo o lugar assustado.

-Isso é maneirissimo. Cara, aonde você consegui essas coisas? - diz apontando para todo o equipamento tecnológico e para as armas de diferentes tipos e calibres.

-Com alguns ex amigos... - digo não dando muita importância ao assunto.

-E aonde eles estão? Vai ser ótimo eu conseguir um equipamento desses e... - o corto.

-Quer saber aonde eles estão?

-Mas é claro! - sorri feliz. Coitado.

-Estão mortos, com certeza enterrados como indigentes. - o sorriso se esvaiu de seu rosto. - Dois meses depois que eu consegui isso, a policia invadiu a loja deles, claro que tudo que tinha ali era ilegal. Ouve uma troca de tiros, os que não morreram ali foram mortos na prisão. Tentei tira-los de lá mas não consegui, ainda era muito nova não pude fazer muita coisa. Eles eram gente boa.

-Meus pêsames.

Olho para ele, não consiguindo imaginar que ele ficou emocionado com a história.
Tá que ela é triste e tals, mas tem muita gente acha que eles mereceram, mesmo sem nunca terem feito mal a ninguém. Eles só tavam nessa pra conseguir dinheiro, lembro que o Dário só entrou no grupo pra conseguir pagar o tratamento de câncer para a filha dele, ele morreu na hora do tiroteio, abri uma conta no banco e ajudei a pagar o tratamento da criança. Foi uma época bem ruim.

Sem que eu perceba Valentim pega minha mão e me puxa pro outro lado da sala.

-Me diz pelo amor de Deus que eu posso usar esse?! É quase o último modelo, em menos de um dia eu consigo achar tudo que você precisa usando isso aqui! - fala maravilhado, parece uma criança quando ganha brinquedo novo.

-Pode sim, se quiser pegue pra você, nem uso ele. - vamos deixar as pessoas serem felizes um pouco.

-Obrigada céus, obrigada Nix, você é uma enviada dos anjos.

-Nem tanto, pode parar com isso, já quebro esse monitor e você fica sem. - digo rindo da sua loucura.

-To bem quieto fazendo o meu trabalho, daqui pra frente não falo mais nada.

Começamos o trabalho e imaginem... ele não calou a boca por um segundo, ameacei quebrar tudo umas dez vezes, e ele? Ele ficava um pouco quieto e já começava a falar.
Ainda não é nem meio dia e eu já estou explodindo de dor de cabeça. As coisas não vão ser nada fáceis...

"O que é felicidade? Estou procurando á muito tempo e até hoje não a encontrei."

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Hello people...
Como vão? Tudo bem aí?
Espero que estejam gostando da história, não esqueçam que curtir comentar e compartilhar. Qualquer ideia falem comigo sabem que estou a todo ouvidos.

Beijos pro 6

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