Graças aos deuses do olimpo, hoje é sábado UHHUUUU... E como eu mereço, sábado e domingo é a minha tão esperada folga. E o que eu faço nesses dias? Nada! Isso é espetacular, não acham? Uma casa enorme, uma piscina enorme, tudo que você pode precisar... no meio de tudo isso você já acha uma Nix sozinha, forever alone. Triste realidade que não posso mudar, infelizmente.
Estou de pé, encostada no balcão da cozinha tomando meu café preto com quatro gotinhas de adoçante. Pareço aquelas pessoas chatas né? Não posso dizer que sou legal, nem uma pessoa espetacular, fiquem sabendo que sou meio implicante e esquisita, além de ser um 'pouco' bipolar. Uma coisa que eu prezo muito é a privacidade, amo ela, então se não quiser me irritar, não a invada. Fico muito agradecida.
Vamos dizer que estou pensando seriamente em dar uma passadinha na casa dos meus pais (os adotivos), faz mais o menos uns sete meses que não vou lá, Marcella deve estar louca comigo, mas, eu estava muito ocupada ultimamente e nos finais de semana estava com a mínima vontade de sair. Sou super preguiçosa, o que mostra que meus dias de folga se resumem em acordar meio dia, comer alguma coisa, voltar a dormir (ou só ficar deitada), assistir alguma coisa e só, as vezes vou ir nadar ou tomar um sol na parte da piscina, só as vezes também. Acho que vai ser bom sair um pouca da rotina.
Termino meu café e lavo a xícara, a empregada só vem em dias de semana, subo para o meu quarto, um lugar bem amplo, todo feito com cores frias e neutras, é bem espaçoso, a cama é enorme, tudo bem bonito e muito bem ajeitado. Vou para a parte do closet e fico ali parada quase uma meia hora pra escolher a roupa, o dia está bom, nem quente e nem frio (deixando claro que prefiro o clima assim) o que quer dizer que posso colocar um vestido comprido, ele é preto e aberto nas costas, tem uma pequena fenda do lado da perna para não ficar prendendo no andar, coloco uma rasteirinha e faço um coque meio despojado em meu cabelo. A maquiagem de sempre com um batom nude e estou pronta... nem sei como demoro tanto.
Saio de casa e entro em meu carro, hoje eu dirijo, deu pra perceber que no meu dia de folga os empregados também estão de folga, não gosto deles me olhando ou espiando, é bem estranho! Dirijo até a casa dos meu pais, o tempo de viagem foi de mais ou menos cinquenta minutos, aí vocês veem a parte da preguiça, o trajeto é longo, falando a verdade, qualquer trajeto é longo, já que minha casa é um pouquinho afastada da cidade, o pouco que eu me refiro é coisa mínima tipo quase uma hora e meia do centro da cidade. Quando eu comprei a casa eu procurava espaço e silêncio, e vamos dizer que eu achei! Paro o carro na frente do grande portão de ferro, desço meio apreensiva, mas mesmo assim continuo com a cabeça erguida. Aperto a campainha e espero abrirem o portão, odeio esperar mas é a vida, então vamos esperar. Um minuto depois já estou entrando na casa, se é que podemos chamar de casa, isso daqui é enorme, tá mais para uma mansão...
-Querida, quanto tempo! Pode começar a se explicar o que te fez ficar sete meses sem voltar para a casa! - diz Marcella, sem saber se me abraçava ou brigava comigo, e a segunda opção venceu (Por que todo mundo me chama de querida? Isso está me irritando!).
-O trabalho anda muito puxado mãe.
-Ainda não consegui entender porquê você abandonou sua família para ir trabalhar em uma livraria e morar em um apartamento minúsculo. - fala parecendo indignada. Podem me chamar de sem coração, eu menti para a única família que tenho, mas eu não podia contar que tenho uma multinacional e que tudo que eu faço como hacker é perigoso, com certeza ela cairia dura no chão, além de que eu tenho que proteger a Isis, minha irmã, a filha dos meus pais adotivos. Com o tempo eu me apeguei muito nela, eu a ajudava e via isso como uma coisa boa, posso realmente falar que ela é minha amiga e irmã.
-Eu não vou tentar te explicar de novo, sei que não vai adiantar.
-Isso mesmo, não venha com aquele papo de querer as coisas por mérito próprio e blá blá blá.
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It's not my Fault
ChickLit"-Você sabe que não podemos parar no meio do jogo.- eu odeio quando ela me fala isso. Pelo simples fato de sua enorme consideração pela vida." Uma menina abandonada em um simples orfanato para crianças que todos julgam serem sem destino, adotada por...