Capítulo 16

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(Para quem quiser escutar, a música, coloque-a quando o homem do carro começar a falar com a Nix, mas se quiser, também pode escutar dês do começo do capítulo, fica por sua escolha!)

Tenho que falar que não tem como essa maravilhosa noite terminar melhor (extremo sarcasmo). As estrelas com certeza me levaram para o local errado, só pode!

Estou andando perdidamente em uma estrada de terra, com os pés, mais apropriadamente minhas botas pretas cheios de terra e grama, e cheirando a pólvora (nem sei como aquele cheiro grudou em mim). E juntando tudo isso mostra que estou em um situação horrível, e que certamente ninguém me dará uma carona. Nossa por que você está pensando em carona? Pega o celular e chama um Uber ou um Táxi... (não te repreendo se estiver pensando nisso, mas analise a situação no meu ponto de vista: Primeiro de tudo, estou perdida, isso mostra que com toda a certeza do mundo não conseguirei falar para o motorista aonde estou. Em segundo lugar, estou em um local que não PEGA SINAL, dá pra acreditar que não tem uma maldita rede de telefone aqui perto, e isso aí mostra minha enorme FALTA de sorte. Acho que vou tentar voltar para aquelas pedras, pegar a cabeça do Valentim e bater nelas até não sobrar um único pedaço daquele cérebro, se ele tiver cérebro né!

Qual a ideia do jumento de que para comemorar um plano bem sucedido, vai e me leva para o meio do mato e mostrar umas pedras que revelam o que realmente somos, isso é mais assustador do que festivo... fala sério!

Estou frustrada e irritada, tudo por causa daquele lá! Se eu soubesse que era assim, nem tinha vindo. Ficava em casa assistindo Grimm (de novo) e comendo brigadeiro, prefiro mil vezes torcer para a Muralha de Adriano e ficar irritada com a Garra Negra e o Sean Renard do que vim passar ódio com algum que eu tinha uma parcela de consideração. Dá onde que já se viu, povo sem noção hein!

Cá entre nós que ficar reclamando da vida não vai me ajudar a sair daqui, então é bom continuarmos andando, sem rumo, mas andando... Uma coisa que eu não posso reclamar é da noite, pode estar escuro mas pelo menos não tá um calor infernal, que se tivesse eu me jogava na rua e esperava o carro passar por cima, a é me lembrei que carros não passam por aqui! Até porquê se passasse eu já tinha me jogado na frente de entrado e mandado eles me levarem de volta para cidade. Estou com sede, minha garganta está seca e ardendo... que ódio!

E como uma força sobrenatural do destino, começa a chover, temos alguns pontos positivos e negativos com essa força da natureza, e para explicar melhor só estou pensando no ponto negativo, que é a baita gripe que eu vou ter depois. E isso não é muito animador. E como uma pessoa com sérios problemas, tento tomar a água da chuva, nem ligo se ela está poluída ou não, só quero acabar com a queimação em minha garganta, e o que acontece é que a ação não foi muito bem executada, como já era previsto... Do que adianta a chuva se não consigo usufruir dela? Também não sei!

Escuto o som de um carro e logo após vejo a luz dos faróis, nunca foi boa em distinguir coisas de automóveis, então só sei que é uma picape grande e branca, que está marrom por causa do barro. Percebo que o motorista diminui a velocidade ao perceber alguma coisa (que no caso sou eu) parada na estrada, ele se aproxima bem devagar e para ao meu lado. Eu certamente estaria pulando de alegria ao ver um carro que me tiraria daqui, só que as coisas são bem diferentes do que pesamos, e após alguns segundos descobri que esse cara é um tremendo idiota!

-E ai gatinha, o que tá fazendo aí? - isso me irritou, primeiro porque ninguém pode chegar em você e te chamar de gatinha, eu nem conheço esse cara e  ele já vem com isso pra cima de mim, por favor... para que tá feio moço!

-É que eu vi essa estrada com a chuva e quis me perder aqui... - falo estupidamente, adicionando mentalmente um babaca no final da frase.

-Olha a gata é brava! - eu preciso desse carro, só tenho que arrumar um jeito de tirar esse idiota dai.

-Será que você poderia me dar uma carona? - já tenho um plano em mente.

-Só se o destino for na minha casa! - BABACA, hora de ligar minha falsidade. Sorrio.

-Ta bem, até porque estou perdida e não sei para aonde ir... 

-Sobe aí! - dou a volta no carro e rezo mentalmente para que o plano de certo.

Abro a porta e entro, ele sorri e começa a dirigir. Eu já disse que ele é um idiota? Acho que sim. Abaixo aquele coisinha que tem nos carros, na parte de cima e me olho no espelhinho, minha maquiagem preta está bem borrada por causa da chuva, meu cabelo está escondido pelo capuz, o que é bom, ele com certeza não vai me reconhecer e obviamente não vai ter o que falar de mim para a policia...

-Cê tá bem, novinha? Maquiagem borrada, no meio da estrada, sozinha. O que estava fazendo? - pensa, pensa Nix, alguma história... já sei!

-Moro em uma fazendo por aqui, quase não saio de casa por causa da minha mãe, ela quer que eu me case com um homem que ela escolheu, mas eu não quero. Ele veio me buscar hoje, então eu corri e me perdi. - não é uma história muito boa, mas é o que temos para hoje.

-Que bom que fugiu novinha... - o vocabulário dele está me assustando. Até porque se um homem para no meio da estrada te oferece carona e te chama de novinha, gatinha ou qualquer coisa com inha, você sabe que vai dar ruim, então você corre ou senão bate nele e rouba o carro. (Não siga minhas dicas, principalmente a segunda, tenho certeza que se fizer isso não vai dar bom! Ok, corra e grita, só em ultima caso use a violência) Mas como eu tenho problemas, sei lutar e estou praticamente irreconhecível, irei mesmo bater nele e roubar o carro. 

Espero ele dirigir mais um pouco e grito.

-PARA! - ele assustado faz o que eu pedi.

-O que foi? - pergunta com raiva.

-A chuva... estou com enjoo e dor de cabeça, não quero sujar seu carro. - faço uma cara de dor. - Vou descer volto rápido... - tento abrir a porta e finjo não conseguir, do jeito burro que ele é com certeza vai cair direitinho. - Abre a porta para mim, ela não quer abrir por dentro.

-Tu é chata menina... - sai com raiva, qualquer pessoa inteligente, tentaria abrir por dentro primeiro, não sair e dar a volta no carro igual o idiota.

Me posiciono pronta para acertar um chute nele...

-Pronto... - ele abre a porta.

-Babaca. - digo e acerto um chute na boca do estomago. Ele se abaixa de dor, desço ligeira do carro e acerto uma cotovelada em seu rosto, logo depois bato em um parte especifica do seu pescoço fazendo-o desmaiar. Ótimo, trabalho feito.

Entro de novo na picape e começo a dirigir, coloco no rádio e logo percebo que está tocando Kiwi do Harry Styles, rapidamente começo a cantar e interpretar a musica enquanto dirijo. 

-Hoje eu tô fora da lei!!! - falo rindo...

É, eu estou com sérios problemas!

"Não me culpe por fazer coisas que saem totalmente da lei, não é minha culpa!"

It's not my FaultOnde histórias criam vida. Descubra agora