Onze

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Emily e eu estavamos indo bem, bem até demais. Como ela não é muito de ter alguém fixo, estou até estranhando. Combinamos de assistir alguns filmes a noite, algo que eu duvido que realmente vai acontecer, mas a gente finge. Assim que chego, vou até a sala dela.

- Emi, achei um filme que voce talvez gost... - digo entrando na sala, mas nem ao menos consigo terminar a frase, a cena que se encontra ali dentro é algo que eu não queria ter visto. - Desculpa! Vou deixa-los a sós.
- Spencer, não é nada disso.
- Ah não? - digo em tom irônico.
- Eu posso explicar! - diz Emily aflita.
- Explicar o que? Não precisa explicar como David veio parar na sua sala, nem como vocês estavam agarrados se engolindo!
- Spencer, não é nada disso! - diz Emily me segurando.
- É sério que voce achou que ela iria se contentar com você? - diz David quase gargalhando. - meu caro, ela gosta de homens de verdade, não de algo que pareça ser um.
- Cala a boca David! Sai daqui! - grita Emily.
- Não, pode ficar. Sou eu quem vai sair. - saio o mais rápido possível daquela sala. Não consigo enxergar e nem escutar nada ao meu redor direito. Entro em minha sala e pego minha bolsa. Respiro fundo e junto forças para ir embora, quando estava saindo dou de cara com Mary na porta.

- Você precisa de ajuda?
- Não, eu só preciso ir embora! - digo me desvencilhando dela.
- Eu avisei que isso não iria dar certo!
- Não enche Mary! - dou as costas e saio andando. - Ah, diz pra sua chefe que eu não ponho mais os pés aqui. - Saio do prédio e a última coisa que escutei foi Emily desesperada atrás de mim quando entrei no elevador. Tudo que eu queria era sumir dali. E tudo que eu pensava era como eu fui idiota em acreditar que ela ficaria só comigo.

*********

Emily:

Spencer sumiu! Simplesmente não apareceu nem para pegar as coisas dele. O celular só cai na caixa postal, fuçando a vida dele consegui contato com a família e alguns amigos próximos dele, mas ninguém soube me dizer como acha-lo. Passo a maior parte dos meus dias dentro da sala que foi dele, que por sinal eu nem tirei nada do lugar, exceto o porta retrato no qual eu estou agarrada. De cinco em cinco minutos eu olho o celular para ver se tem mensagem, atualizo a página de e-mail para ver se chega algo dele, mas não, ele não manda nem um ponto final se quer. Isso tudo me mata por dentro, eu não consigo falar com ele, explicar que tudo aquilo não passou de uma cena tramada por David que não se viu satisfeito com o início de um possível relacionamento meu com Spencer. Não posso dizer que a única boca que eu queria beijar era a dele. Spencer ja tinha virada uma parte de mim, mesmo sem eu ter percebido. Agora essa parte está perdida por aí, em algum lugar desse imenso mundo e eu estou aqui, perdida no que restou de mim.

Jogando com Minha ChefeOnde histórias criam vida. Descubra agora