Oito

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Emily:

As semanas vão se passando e Spencer parece ter perdido a graça que via em mim. Ele está cada vez mais distante, eu o chamo para me fazer companhia e ele simplesmente recusa. Hoje é sábado e não nos vemos, mas nada que uma surpresa não resolva. Pego minha bolsa e sigo até o apartamento dele. Subo direto e bato na porta e nada dele abrir, ligono celular e nada dele atender. Quando já estava furiosa e desistindo ele sai do elevador cheio de sacolas do supermercado com a tal Hanna, que por sinal desde que voltou não larga mais dele.

- Ah, ou Emily! - diz ele surpreso.
-  Oi! Vejo que está ocupado. - digo
- É, Hanna e eu fomos ao mercado. Lembra da Hanna, não lembra? - ela acena e eu simplesmente a ignoro.
- Preciso falar com você, em particular!
- Okay, entra. - diz Spencer abrindo a porta, enquanto Hanna me olha de um modo desagradável.
- Espero aqui fora. - ele dá os ombros e entra, demora alguns longos minutos e volta.

- Pensei que não te deixariam sair. - digo demonstrando irritação com a situação.
- A mandona aqui é você. Você quem curte controlar! - ele diz em tom irônico.
- Adoro suas ironias! - digo encurralado ele na parede. O mesmo parecia não saber mais reagir como antes. - o que houve? Tá com medo de que ela veja?
- Veja o que Emily?
- Isso! - digo e tomo seus lábios para mim. Tudo que eu conseguia pensar era o quanto eu sentia falta daquela boca, daquele corpo... somos interrompidos com o som da voz de Hanna, que por sinal, não gostou do que viu. Bateu a porta e saiu sem atender ao chamado de Spencer, que inutilmente tentou impedi-la de ir sem ao menos escutar uma explicação.

- Ops, acho que ela acabou vendo! - digo o provocando.
- Você tá satisfeita agora?
- Não! Satisfeita eu vou ficar depois que você me recompensar por todo o tempo que eu tive que te esperar em vão. - chego perto dele outra vez e tento beija-lo, porém sou impedida de faze-lo pois ele sai e entra me deixando ali fora sozinha.

Spencer:

Entro e corro para ligar para Hanna. Chama, chama, chama e ela não atende. Fico ali jogado no sofá me perguntando o porquê de não estar bravo com Emily por ter feito o que fez. Depois de alguns minutos abro e Emily ainda estava ali parada no corredor.

- Ainda está aí? - pergunto tomando sua atenção para mim.
- Estou, mas já estou indo embora. Não precisa se preocupar, não vou fazer mais nada hoje.
- Espera! - a seguro pelo braço.
- Adoro quando me pega assim! - ela sorri e me abraça. A gente acaba entrando e conversando um pouco, ela ficou sentada na bancada da cozinha me olhando cozinhar. Ela sorria e conversava como uma pessoa extremamente diferente do que demonstra ser no dia-a-dia. Por um instante eu fiquei ali vidrado nela sorrindo, nunca tinha reparado o quão bonito era o sorriso dela.

- Acho que já vou indo! - diz ela olhando o relógio.
- Não está meio tarde para ir embora sozinha?
- Não tem problema, é rápido!
- Okay, vou descer com você. - ela confirma com a cabeça e assim descemos. Ao chegar no carro dela nos despedimos com um beijo e um sorriso, e eu ja estava me sentindo bobo aquela altura. Ela entra no carro e eu fico olhando o carro dela seguir em direção a saída da garagem. Enquanto eu a olhava dois homens se aproximaram de mim, e sem explicação começaram a me empurrar e a me bater com socos e pontapés. Emily por algum motivo voltou com o carro fazendo assim os homens saírem correndo sem que eu soubesse quem eram ou o porquê deles terem me batido. Emily sai do carro desesperada sem saber como reagir. Ela me ajuda a levantar e me leva de volta para meu apartamento.

- Quem era aqueles caras? - pergunta Emily aflita ao me colocar na cama.
- Não sei! Nem sei porquê apanhei.
- Tá bem, depois a gente pensa nisso. Vou cuidar desses machucados, e depois te levar a um hospital pra ver se quebrou algo. - Eu sem forças para discordar do que ela disse só dei os ombros.
Acordo pela manhã e Emily estava deitada em meu peito agarrada a mim, dou um sorriso ao vê-la tão "desarmada". Ela desperta e logo se levanta.

- Como está se sentindo? - pergunta ela enquanto senta na cama.
- Estou com um pouco de dor, mas nada que vá me matar!
- Ainda bem, porque a gente tem que descobrir que fez isso e o porquê!
- Tá bem, mas por enquanto eu quero ficar bem quietinho aqui.
- Tudo bem, vou ver se consigo fazer algo pra gente comer. - diz Emily saindo do quarto.
- Só não coloque fogo no apartamento, por favor!
- Tá duvidando de que sei fazer algo para comer?
- Não, é só precaução! - sorrimos e ela sai. Me levanto com um pouco de dificuldade e vou até a sala. Meu celular tinha várias chamadas não atendidas de Hanna. Me sento no sofá e penso em ligar de volta, mas Emily me toma o celular das mãos e o desliga. Tomamos café de manhã e passamos maior parte do dia. Depois que almoçamos Emily acabou tendo que ir resolver coisas e me deixou sozinho. Não foi agradável ter que vê-la sair, mas só fiz aceitar.
Hanna voltou a ligar, mas eu tinha adormecido e acabei não vendo, acordei apenas quando Emily. Ela atendeu uma das ligações de Hanna e gritou poucas e boas para ela. Eu fiquei sem entender nada.

- O que está fazendo? - pergunto tentando entender aquela atitude.
- Essa menina não me desce. Ela não é confiável como você pensa.
- Por que tá falando isso?
- Não sei explicar, só sei que ela não é confiável! Fique longe dela, isso pode custar o seu bem. - fico olhando ela durante um tempo e ainda assim não consegui entender tal atitude.

Jogando com Minha ChefeOnde histórias criam vida. Descubra agora