Dois

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Para o meu azar era o namorado da Mary quem acabou de chegar. Como vou fazer para sair? É um bom questionamento.

- Você andou bebendo? - questiona Richard.
- Só um pouco. O que está fazendo aqui?
- Eu pensei em passar a noite com você. - ao ouvir essa frase já começo a me preparar para a confusão. Consigo escutar passos vindo em direção ao quarto e eu fico sem saber o que fazer, a confusão realmente me parece inevitável.
- Não, eu chamei você pra sair e você recusou. Preferiu fazer qualquer uma outra, agora eu quero ficar sozinha! - quando ela fala isso consigo enfim voltar a respirar. Pouco tempo depois de ouvir a porta da sala bater, Mary entra no quarto novamente.

- Desculpa por isso, não imaginava que ele viria até aqui hoje. - ela diz se jogando na cama.
- Tudo bem! Acho que o errado de estar aqui sou eu. - digo sorrindo deixando transparecer o nervosismo.
- Não precisa ficar nervoso! - diz Mary me puxando para perto de si.
- Acho melhor eu ir embora, já chega de surpresa por hoje! - saio sem dar chance dela argumentar algo em relação a minha ida. Pego meu carro e vou direto para meu apartamento.

No decorrer da semana eu acabei tendo que evitar Mary pois o namorado dela estava de olho. Estava se aproximando o dia do tal evento que terei que ir com Emily, com isso acabamos passando mais tempo juntos.

- Vamos almoçar? - diz Emily passando em minha mesa.
- Ah, eu preciso terminar esse último texto. - digo sem dar muita importância ao convite.
- Precisamos conversar sobre o evento do final de semana. Deixe aí e depois resolvemos essa pendência. - respiro fundo, pois não gosto de deixar nada para depois, mas como ela é a chefe, ela quem manda. Seguimos até o restaurante mais próximo, por cada mesa que passávamos sempre tinha um que olhava, afinal certamente ela é uma das mulheres mais bonitas que todos já viram. Chegamos até nossa mesa e conversamos sobre o evento que vamos juntos, vez ou outra ela passava uma de suas pernas na minha e isso já me dizia o que viria pela frente.

- Andei te reparando, te achei bem interessante. - Diz Emily me deixando surpreso. - gostaria de conhecer você melhor. - Ela fala com uma malícia escancarada.
- Mas e o evento?
- Passo no seu apartamento às sete para te pegar.
- Tudo bem!
- Você namora? - pergunta Emily demonstrando bastante interesse.
- Não, sou solteiro!
- Hm, interessante. - terminamos o almoço e voltamos até a revista. Após o fim do expediente resolvi andar um pouco na praia, pois era algo que eu gostava bastante, mas que não fazia a um bom tempo. Caminho um pouco pela areia e me sento para olhar o mar, até que sinto a presença de alguém. Olho para o meu lado e Richard, namorado de Mary estava em pé me olhando com cara de poucos amigos.

- Então é com você!
- Comigo o que? - questiono sem entender.
- Com você que a Mary está ficando pelas minhas costas!
- Olha cara, eu não tenho nada com isso e não quero confusão! - digo me levantando pronto para fugir dali o mais rápido possível.
- Não quer confusão? Mas eu quero! - ele vem em minha direção e me derruba me dando alguns golpes no rosto. Tento apenas me proteger, já que uma reação a altura me parecia impossível. De repente um homem de terno tira Richard de cima de mim e o segura, quando consigo ver quem era o tal homem, o reconheço como motorista da Emily. Ela vem andando até mim e me ajuda a levantar, o motorista dela despacha Richard.

- Vamos, vou te levar para fazer um curativo! Leon pode levar o carro e está dispensado por hoje. - Diz Emily pegando em meu braço e me puxando até meu carro. - Vamos, me da a chave do carro.
- Você não precisa fazer isso, posso me virar sozinho!
- É, eu vi que pode! Vamos, não temos todo tempo do mundo. - ela enfia a mão dentro dos bolsos da minha calça e acha a chave, entra no carro e espera até que eu decida entrar junto.
- Pensei que teria que te buscar! - ela dirige até a primeira farmácia onde me fazem curativos. Depois ela me leva até meu apartamento mesmo com todo meu esforço dizendo que não queria. - Então, vai me deixar subir ou vou ter que esperar o táxi aqui embaixo sozinha?
- Você pode subir, ja que faz tanta questão! - digo saindo do carro e ela vem bem atrás.
- Por que essa rejeição toda?
- Não é rejeição, eu apenas não caio de amores por você como todos que está acostuma a ter por perto.
- Tudo bem, mas a gente pode mudar isso! - diz ela me prendendo no canto do elevador.
- Não acho que seja possível. - afirmo debochadamente.
- Então vamos jogar!
- Você acha que todos têm que ficar aos seus pés, nao é mesmo? - digo irritado.
- Não! Isso é apenas uma consequência. Vamos jogar? Se você não se apaixonar deixo você em paz, caso contrário... - ela diz colocando seu rosto bem próximo do meu.
- Caso contrário? - questiono intrigado.
-  A gente resolve depois! - ela me beija rapidamente sendo interrompida pela porta do elevador sendo aberta.

Jogando com Minha ChefeOnde histórias criam vida. Descubra agora