Capítulo 5

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- Eu sei caminhar!

Digo com raiva, cansada de ser empurrada, olho mais uma vez pra ele e recebo mais um empurrão que me faz cambalear batendo contra uma parede, ele me puxa pelo braço e abre uma porta revelando uma grande sala, com uma mesa, olho para o lado e vejo vários  barris e baús, uma grande cadeira de couro do outro lado perto das janelas e uma mesa menor com papéis sobre ela, em uma parte mais escura dava pra ver parte de uma cama, havia detalhes em madeira nas paredes e desenhos pintados nas mesmas, a sala era linda e assustadora, as luzes das lâmpadas a olho criavam sombras  que faziam um frio percorrer toda minha espinha.

- Você queria falar com o capitão querida?!

Ele fala próximo ao meu ouvido e eu me retraio para longe dele, então ele vem pra minha frente, engulo em seco podendo ver seu rosto pela primeira vez, ainda um pouco escondido sobre a sombra de um chapéu negro como a maior parte de sua roupa, o cabelo de um castanho escuro, olhos pretos, disfarço minha voz enquanto termino de me desamarrar.

- E onde ele esta?

Ele solta uma risada divertida e caminha até a cadeira e se senta na mesma, engulo em seco mais uma vez "não tem como piorar" Termino de soltar minhas mãos.

- Quero que me leve pra longe dessa ilha.

Falo rápido, ele parece surpreso e arqueia a sombrancelha.

- E o que você poderia me dar? Eu tenho tudo por que iria precisar de você?

Com uma das mãos retiro o pequeno saquinho com as moedas e ofereço a ele, o capitão não parece impressionado com o fato de ter me soltado, ele simplesmente pega as moedas e analiza.

- Preciso que me leve pro outro lado do oceano... em segurança, longe daqui.

Ele ri mais uma vez e isso me irrita mais.

- Acha que é o bastante senhorita? O que me impede de mata-la agorae ficar com seu dinheiro, afinal você é uma compania nada agradável.

  Ele fala levantando e ficando a minha frente e poucos centímetros de mim, me afasto e caminho até a janela ao lado da mesinha, ele parece achar que não sou um risco pois nem se move fica apenas me observando, olho de relance pra mesa vendo os papéis.

- Por outro lado a semanas meus homens não tem com o que se divertir... Eles ficam semanas longe de terra e longe do calor do corpo de uma mulher.

  Ele fala se aproximando mais uma vez, vejo um brilho metálico sobre a mesa e sem pensar puxo o mesmo apontando a comprida espada para seu pescoço, minha respiração está acelerada e meu coração parece querer sair do meu peito.

- Se não vai me ajudar... fique fora do meu caminho pirata... quero um bote.
  Ele sorri e escuto um leve click e olho para baixo vendo que ele aponta uma arma pra minha barriga, olho de volta para seus olhos.

- Quando for puxar uma espada... tenha certeza do que está fazendo.

  Dou um passo pra trás me escorando na mesa ainda apontando a espada, discretamente passo a mao por alguns papéis escondendo algo que penso ser um caderninho em minha roupa sem que ele veja, se vai ficar com meu dinheiro vou ficar com isso.

Olhando em seus olhos baixo e espada.

- Fique com as moedas... Apenas me deixe ir.

Falo quase em um sussuro meu corpo pede pra mim correr mas sei que é bala em sua arma é mais rápida do que poderia ser então continuo olhando em seus olhos.

- Ou o que?

  Ele segura meu rosto e eu fecho os olhos tentando pensar em uma saida, fico em silêncio, vejo alguém entrar correndo.

- Capitão?! Estamos prontos pra zarpar.

Ele se afasta de mim e olha para o homem recém chegado.

- Senhor Carter... leve nossa convidada a um... aposento.

Ele fala rindo, o outro homem parece me notar apenas agora ele me analiza enquanto caminha em.minha direção.

- Uma mulher? Uma mulher no mar Capitão?

Ele continua me olhando e segura forte meu braço.

- Está me questionando?

Ele não responde apenas começa a me arrastar pra fora do aposento me levando para o convés onde vários piratas carregando diversos objetos e armas, vejo um bote ainda na água com homens saindo dele e entrando no navio, me aproximo um pouco discretamente mas alguém segura meu braço me viro vendo Carter.

- Nunca mais volte... fique longe ou eu mesmo me livro de você mulher.

Ele me empurra em direção ao bote, olho para ele sem entender muito mas decido não perguntar apenas começo a descer até o bote dou uma última olhada para o grande navio com velas negras, pego os remos um pouco desajeitada é começo a remar de volta a margem antes que mais alguém note, começo a me afastar das luzes logo ficando apenas sobre a luz da lua.

Sete MaresOnde histórias criam vida. Descubra agora