Ermickville - A Fúria da Besta [Livro 1 - COMPLETO] (EFCW)

Capítulo 24

Do lado de fora do Românsec, Marie olhava ao redor, antes que qualquer inimigo ou aliado aparecesse a bruxa formaria sua linha de defesa. Os olhos dela estavam fechados, sua mente focando em seu elemento principal, os braços estendidos na linha corpo e as mãos abertas, a bruxa se concentrava, sentindo toda a umidade ao seu redor. Marie abriu os olhos, porém não via o comum, mas sim seu elemento, durante alguns segundos a bruxa pode ver toda a água ao seu redor, de modo que ela poderia usá-la para se defender.

Demorou alguns minutos até que Kendrick e Aiyra estivessem diante da bruxa. A negra não falou com eles, afinal não os conhecia e não tinha nenhuma obrigação de ser sociável, estavam ali juntos contra um inimigo em comum e nada além disso.

Kendrick olhou para Airya, era sua primeira batalha, o oriundi estava nervoso e o fato de proteger o quartel general de seu rei o deixava ainda mais receoso, Marie percebeu porém continuou calada, a bruxa havia visto muitas coisas ruins em sua curta vida e não tinha medo de uma batalha entre seres sobrenaturais.

Aiyra respirou fundo. – O que foi, Kendrick? – A vampira perguntou quase soando como Tanyah.

– E-eu... eu... – O rapaz gaguejava, o que fez Marie querer socá-lo. – Eu...

Antes que os oriundis escutassem os sons das batidas dos corações, Marie sentiu a mudança na água, a bruxa caminhou até ficar a frente de Kendrick e Aiyra. – Se está com medo, é melhor se esconder. – A mulher estava ciente de que seus poderes a ajudaria. – Ou se recomponha e haja como o caçador que é.

Aiyra segurou o riso, enquanto Kendrick fechou a cara. Os oriundis assumiram suas posições ao lado de Marie e esperaram pelos inimigos, porém diferente do que imaginavam, não houve invasão de vampiros, mas sim a chegada de três seres encapuzados.

O maior dos três encapuzados deu um passo a frente. – Em nome do Rei Aeron, rendam-se. – O ser retirou o capuz, revelando os olhos amarelos de lobisomem. – Ou morram! – Kendrick viu o homem se transformar em crinos e sua espinha gelou, antes que o oriundi pudesse agir, Aiyra correu em direção ao lobisomem.

– Em nome do Rei Henry, eu vou lhe conceder a morte. – A vampira cortou o ar com sua mão na direção do pescoço do lobisomem, porém a fera a segurou com facilidade e a jogou contra a parede. Aiyra se levantou, sorrindo para o que via, ela poderia ser ingênua como Tanyah costumava a afirmar, mas haviam motivos além de sua lealdade para Henry a ter transformado. A verdadeira face da indígena apareceu e mais uma vez a mulher seguiu para cima de seu adversário.

O crinos moveu-se, rápido demais para seu tamanho, atacando a vampira que segurou seu ataque com uma força exuberante. – Para uma sanguessuga, você até que luta bem. – A criatura bestial grunhiu.

As trocas de socos e entre oriundi e lobisomem resultavam em sangue, gritos e gemidos de ambos os lados, Aiyra se sentia livre para atacar, como em décadas não era. Já o lobisomem urrava com o poder que corria em seu corpo, de forma a atacar a mulher tom toda a sua determinação e vontade de matar.

Kendrick levou um tempo para perceber que seu adversário era um bruxo, o que fez o oriundi ficar super confiante. Com a velocidade vampiresca o rapaz seguiu pra cima do bruxo que apenas ergueu a mão e o ergueu no ar. – Me disseram que seria difícil, que lutar contra um oriundi requer mais do que apenas magia... – O bruxo caminhou em direção ao vampiro. – Mas você apenas correu em minha direção...

O bruxo encarava Kendrick, que não sabia o que fazer. – Pode ser, mas sou mais inteligente do que parece. – Kendrick levou a mão até seu bolso, pegando pequenas bolinhas de vidro. – Você vai precisar de mais do que magia para me vencer. – O oriundi deixou uma das bolinhas cair no chão, fazendo uma fumaça roxa subir.