Capítulo 19

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BOA LEITURA!

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Lola caminhou pelo frio e úmido corredor do dormitório em direção ao seu quarto, arrastando a sua mochila vermelha. As paredes eram da cor de um quadro negro poeirento – e todo o lugar era estranhamente quieto, salvo pelo maçante zumbido das lâmpadas fluorescentes suspensas no teto recuado manchado por gotas de água. Principalmente, Lola estava surpresa em ver tantas portas fechadas.

Lá em Dover, ela sempre quis mais privacidade, um tempo das festas no corredor do dormitório que duravam horas. Você não podia caminhar para o seu quarto sem se deparar com uma reunião de garotas sentando de pernas cruzadas em jeans iguais, ou um casal de lábios grudados pressionado contra a parede.

Mas na Sword &Cross.. bem, ou todo mundo já havia começado os seus artigos de trinta páginas... ou então a socialização aqui era mais do tipo atrás-das portas. Falando nisso, as portas fechadas era um sinal a ser notado.

Se os alunos da Sword&Cross eram cheios de recursos com as violações do código de vestimentas, eles eram completamente engenhosos quando o assunto era personalizar seus espaços. Lola já havia caminhado por uma porta moldurada por uma cortina de contas,e uma outra com um tapete de detecção de movimento que a encorajava a  "dar o fora dali" quando ela passou por ele.

Ela parou na única porta em branco do prédio. Quarto 63. Lar, amargo lar. Ela tateou em seu bolso a procura de suas chaves no bolso da sua mochila, respirou profundamente e abriu a porta da sua cela. Exceto que não era terrível. Ou talvez não fosse tão terrível como ela imaginava. Com costume, quase tudo era possível de se adaptar.

Quando fez o pequeno tour com a senhora Randy, não pode notar muito do quarto. Havia uma janela de um tamanho decente que se abria para deixar entrar um ar noturno menos sufocante. E além das barras de metal, a vista da lua era na verdade algo interessante, se ela não pensasse muito sobre o cemitério que ficava embaixo dela. No quarto tinha um pequeno closet e uma pequena pia, uma mesa para fazer seus trabalhos – pensando nisso, a coisa mais triste no quarto foi o vislumbre que Lola capturou de si mesma no espelho de corpo inteiro.

Ela rapidamente desviou a visão, sabendo bem demais o que ela ia encontrar em seu reflexo. Seu rosto parecendo apertado e sonolento. Seus olhos castanhos salpicados com estresse. Seu cabelo como o pêlo do poodle  histérico da sua família após uma tempestade. O suéter de Soph caía nela como um pano de saco. Ela estava tremendo.

Suas aulas da tarde não haviam sido melhores do que as da manhã, devido principalmente ao fato de seu maior medo ter se tornado realidade: Toda a escola já havia começado a chamá-la de Bolo de Carne. E infelizmente, muito como seu homônimo, o apelido parecia que ia grudar. Ela queria desfazer as malas, transformar o genérico quarto 63 em seu próprio lugar, para onde ela podia ir quando precisava fugir e se sentir bem. Mas ela somente conseguiu abrir o zíper da sua mochila antes de entrar em colapso na cama descoberta, derrotada. Ela se sentia tão longe de casa. Só levava trinta minutos de carro para sair das dobradiças soltas da porta traseira caiada da sua casa para os portões de ferro forjado enferrujado da Sword &Cross, mas poderia muito bem levar vinte e dois anos. Pela primeira metade da silenciosa viagem com seus pais essa manhã, a vizinhança parecera praticamente a mesma: subúrbio sulista de classe média adormecido. Mas então a rua foi sobre a marginal em direção à praia, e o terreno ficou mais e mais alagadiço. Um aumento de árvores de mangue marcava a entrada na terra úmida, mas logo até essas diminuíram. Os últimos dezesseis quilômetros até a Sword & Cross foram sombrios, acinzentado, inexpressivo, e abandonado.

Quando criança,ela sempre simplesmente presumira que era por nunca ter razão para vir aqui – todas as escolas, lojas, e todos que sua família conhecia estavam do lado oeste. O lado leste era simplesmente menos desenvolvido. Só isso. Ela sentia falta dos seus pais, que grudaram um Post-it na primeira camisa da mala – "Nós te amamos! Os Walker nunca quebram." Ela
sentia saudade do seu quarto, que tinha vista para a plantação de tomates do seu pai.

Ela sentia saudade de Liz que devia ter certamente mandando umas dez mensagens que nunca serão vistas.

Sentia saudades do Jackson...


Capítulo revisado, me desculpem se teve algum erro que passou despercebido!

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Love Will Remember (COMPLETO)Onde histórias criam vida. Descubra agora