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Com um pigarro alto na garganta, a acompanhante interrompeu o transe. Lola corou e fingiu estar muito ocupada coçando a cabeça.
- Aqueles que entenderam o funcionamento estão livres para sair depois que deixarem aqui seus pertences de risco- a acompanhante apontou para uma grande caixa de papelão sob uma placa que dizia em grandes letras pretas MATERIAIS PROIBIDOS. - E quando eu digo livre, Peter - ela fechou a mão para baixo no ombro do garoto, o que o fez pular. - Eu quis dizer dentro dos limites do ginásio, para encontrar o estudante predestinado para ser seu guia. Você - ela apontou para Lola - despeje seus pertences e fique comigo.
Quatro dos estudantes se juntaram em volta da caixa e Lola assistiu perplexa, como os outros alunos começavam a esvaziar seus bolsos. A menina puxou um canivete suíço rosa de sete centímetros. O cara de olhos verdes relutantemente sacou uma lata de spray de tinta e um estilete. Até o infeliz Peter teve de deixar várias caixas de fósforos.
Lola se sentiu quase estúpida por ela mesma não estar escondendo nada perigoso - mas quando ela viu os outros depositarem seus celulares dentro da caixa, ela engoliu em seco.
Inclinando-se para ler a placa de MATERIAIS PROIBIDOS mais de perto, ela viu que celulares, pagers e todos os dispositivos de rádios bidirecionais estavam estritamente proibidos. Já era ruim o suficiente que ela não poderia ter o seu carro! Lola fechou a mão suada em torno do celular em seu bolso, sua única ligação com o mundo exterior. Quando a acompanhante viu a expressão em seu rosto, Lola recebeu pequenos tapinhas na bochecha.
- Não desmaie comigo, querida. Eles não me pagam o suficiente para fazer ressuscitação. Além disso, você tem direito a uma ligação telefônica por semana no átrio principal.
Uma ligação? Por semana? Mas...
Ela olhou para seu telefone mais uma vez e viu que havia recebido mais duas mensagens de texto. Não parecia possível que essas seriam suas duas últimas mensagens de texto. A primeira era de Liz
Me liga imediatamente! Estarei esperando ao lado do telefone a noite toda, então, esteja pronta. E se lembre do mantra que eu te ensinei: Você vai sobreviver! De qualquer forma, se isso importar, eu acho que todo mundo esqueceu sobre...
Do jeito típico de Liz, ela havia ido tão longe que o celular de Lola cortou quatro linhas da mensagem. De qualquer forma, Lola estava aliviada. Ela não queria ler sobre como todos em sua antiga escola haviam finalmente esquecido o que havia acontecido com ela. O que a fez vir parar nesse lugar.
Ela suspirou e abriu sua segunda mensagem. Era de sua mãe, que só havia aprendido a enviar torpedos há algumas semanas e que certamente não sabia sobre aquela coisa de uma-ligação-por-semana.
Querida, nós estaremos sempre pensando em você. Seja boa e tente comer proteína o suficiente. Nos falamos quando pudermos. Amor, Mãe & Pai.
Com um suspiro, Lola percebeu que seus pais deveriam saber. O que mais poderia explicar suas expressões elaboradas quando ela deu um tchauzinho do portão da escola essa manhã, com sua mala em mãos? No café da manhã, ela havia tentado fazer piada sobre finalmente perder o sotaque que ela havia adquirido quando morava em Oxford, mesmo depois de se mudar para Seattle e ainda continuar com o sotaque, mas os seus pais não esboçaram nenhum sorriso. Ela pensou que eles continuavam chateados com ela. Eles nunca haviam feito completamente aquela coisa de elevar a voz, então quando Lola estragou tudo, eles deram a ela o tratamento do silêncio. Agora ela entendia o estranho comportamento dessa manhã: seus pais estavam de luto pela perda de contato com sua única filha.
Capítulo revisado, me desculpem se teve algum erro que passou despercebido!
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Love Will Remember (COMPLETO)
FantasyEmily Walker vivia sua vida como uma adolescente comum de cidade grande, estudava, tinha momentos de diversão com sua melhor amiga e ia em algumas festas. E em uma dessas festas ela se vê entrando no próprio inferno. Todos os diagnósticos diziam a...