Capítulo 32

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— Nunca mais me assuste desse jeito! — Liz reprimiu Lola na tarde de quarta- feira.

Foi logo depois do pôr do sol, e Lola estava dobrada dentro do cubículo telefônico da Sword & Cross, um confinado minúsculo no meio da área do escritório frontal. Estava longe de ser privado, mas ninguém estava ali vadiando.

Seus braços continuavam doloridos por causa da detenção do dia anterior no cemitério, o orgulho dela continuava ferido da fuga de Charlie no instante em que eles foram puxados para baixo da estátua. Mas por quinze minutos, Lola estava tentando tirar tudo aquilo de sua mente para absorver cada palavra alegremente frenética que sua melhor amiga poderia cuspir para fora no tempo repartido. Era tão bom ouvir a voz estridente de Liz que Lola nem ligava que ela estivesse gritando.

— Nós prometemos que não nos ficaríamos sem nos falar nem uma hora — Liz continuou, acusadora. — Eu pensei que alguém te comeu viva! Ou então eles talvez te prenderam na solitária em uma dessas camisas de força que você tem que mastigar através da manga para coçar seu rosto. Por tudo que eu sei, você
poderia ter caído num desses nonos círculos de...

— Okay, mãe — Lola disse, rindo e exercendo o papel de instrutora de respiração de Liz. — Relaxe.

Por um milésimo de segundo, ela se sentiu culpada por não ter usado sua única ligação telefônica para ligar para sua mãe de verdade. Mas ela sabia que Liz iria se descabelar se ela descobrisse que Lola não havia agarrado a primeira oportunidade de entrar em contato. E de um jeito estranho, era sempre tranquilizador ouvir a voz histérica de Liz.

Era uma das muitas razões que as
duas eram uma boa dupla: a paranoia acima do normal de sua melhor amiga na verdade tinha um efeito calmante em Lola.

Ela poderia apenas visualizar Liz
em seu dormitório na Dover, acariciando seu tapete laranja, com Oxy espalhado sobre sua zona T e espumas de pedicure separando seus dedos dos pés pintados com esmalte fúcsia ainda molhado.

— Não me chame de mãe! — Liz bufou. — Comece a falar. Como são os outros por aí? São todos assustadores e disparam diuréticos como nos filmes? E suas aulas? Como é a comida?

Através do telefone, Lola podia ouvir Strangers Things tocando ao fundo na TV de Liz. A cena favorita de Lola sempre foi a que Eleven entra na casa de Will e todos ficam surpresos em vê-la.

— Okay, Princesa, é sobre a sua vida que eu quero ouvir — Liz importunou. Infelizmente, não havia nada sobre a Sword & Cross que Lola consideraria descrever como maravilhoso. Pensando sobre Charlie. Em circunstâncias normais, isso seria quando Lola falaria tudo sobre Charlie para Liz. Exceto, por
uma razão, ela não fez.

O que quer que ela desejasse dizer sobre Charlie não seria baseado em nada que realmente aconteceu entre eles. E Liz sempre foi boa em fazer os garotos perceberem o quanto eram dignos de você. Ela gostaria de saber coisas sobre como quantas vezes ele abriu a porta para Lola ou se ele tinha percebido quão bom era seu sotaque francês.

Lola pensou em várias coisas para dizer sobre Charlie. E na verdade, Liz estaria mais interessada em ouvir sobre alguém como Matt.

— Bom, tem um cara aqui — Lola sussurrou para o telefone.

— Sabia! — Liz guinchou. — Nome.
Charlie. Charlie. Lola pigarreou.

Matthew

— Direto, sem complicações. Eu posso lidar com isso. Comece do começo.

— Bom, nada aconteceu ainda.
— Ele acha que você é maravilhosa e blá blá blá.

— Bem... — Lola interrompeu.
O som de passos na sala a calaram. Ela inclinou-se para o lado do cubículo e esticou seu pescoço para ver quem estava interrompendo os melhores quinze minutos que ela estava tendo em três dias inteiros.

Matt estava andando na direção dela.
Falando do diabo. Ela engoliu as horríveis palavras falhas na ponta de sua língua: Ele me deu a paleta da guitarra. Ela ainda o tinha dentro do bolso.

O comportamento de Matt era casual, como se por algum golpe de sorte ele não tivesse escutado o que ela havia dito. Ele parecia ser o único aluno da Sword & Cross que não tirava seu uniforme escolar no minuto seguinte que a aula acabasse. Mas o visual preto-no-preto parecia feito para ele, tanto quanto fazia Lola parecer a menina do caixa da mercearia.

Matthew estava rodando um relógio de bolso dourado, que balançava a partir de uma longa cadeia laçada em volta de seu dedo indicador. Lola seguiu aquele brilhante arco por um momento, um pouco hipnotizada, até que Matt agarrou a face do relógio para parar em seu punho. Ele olhou para baixo para ver isso, e depois
olhou para ela...



~


Aí o capítulo prometido, espero que gostem, tô tentando ao máximo deixar esse história menos longa, porque a original é enorme, mas como o final obviamente vai ser diferente, muita coisa vai ser mudada.

Gostaram da referência de "Strangers Things" 💜

Capítulo revisado, me desculpem se teve algum erro que passou despercebido!

Love Will Remember (COMPLETO)Onde histórias criam vida. Descubra agora