A adrenalina de Lola tinha crescido enquanto ela nadava, mas agora ela tinha caído tanto que Soph teve que ajuda-la a sair da piscina.
Lola observou Richard pular das arquibancadas.
— Você estava muito bem lá — ele disse, jogando-lhe uma toalha e a chave do armário do vestiário que ela tinha perdido. — Por um tempinho.
Lola pegou a chave no ar e amarrou a toalha ao seu redor.Mas antes que ela pudesse dizer algo normal, como ―Obrigada pela toalha, ou ―Acho que estou
simplesmente fora de forma, esse novo e estranho lado cabeça-quente dela, ao invés, simplesmente falou:— Charlie e Chloe estão juntos ou o quê?
Grande erro. Enorme. Ela conseguia dizer pelo olhar nos olhos deles que a
pergunta dela estava direcionada bem para Charlie.— Ah, entendi — Richard disse, e riu. — Bem, eu não sei dizer ao certo...
Ele olhou para baixo, para ela e coçou seu nariz e deu-lhe o que pareceu ser um sorriso solidário. Então ele apontou na direção da porta do corredor aberto, e quando Lola seguiu seu dedo ela viu a silhueta composta e loira de Charlie passar.— Por que você simplesmente não pergunta a ele?
O cabelo da Lola ainda estava pingando e seus pés ainda estavam descalços quando ela se encontrou pairando na porta de uma enorme sala de musculação.
Ela tinha intencionado ir diretamente para o vestiário se trocar e secar.
Ela não sabia por que esse negócio com a Chloe estava balançando tanto com ela. Daniel podia ficar com quem ele quisesse, certo? Talvez Chloe gostasse de garotos que mostrassem-lhe o dedo do meio. Ou, mais provável, esse tipo de coisa não acontecia com Chloe.Mas o corpo de Lola venceu sua mente quando ele captou outro vislumbre de Charlie . As costas dele estavam voltadas para ela e ele estava de pé em um canto pegando uma corda de pular de uma pilha de emaranhados. Ela observou
enquanto ele selecionava uma fina corda azul-marinha com cabos de madeira, então se moveu para um espaço aberto no centro da sala. Sua pele dourada estava quase radiante, e cada movimento que ele fazia, fosse girando seu longo pescoço para esticar ou se curvando para coçar seu joelho esculpido, fazia Lola
ficar completamente extasiada. Ela ficou pressionada contra a porta, alheia de que seus dentes estavam tremendo e sua toalha estava ensopada.Quando ele levou a corda para trás de seus tornozelos logo antes de começar a pular, Lola foi golpeada com uma onda de déjà vu. Não era exatamente que ela sentia que tinha visto Charlie pular corda antes, mas mais que a postura que ele tomava parecia inteiramente familiar.
Ele ficou de pé com seus pés a uma distância de quadril, destravou seus joelhos, pressionou seus ombros para baixo enquanto enchia seu peito de ar. Lola quase podia ter desenhado isso. Foi só quando Charlie começou a girar a corda que Lola saiu do transe... e entrou logo em outro.
Nunca em sua vida ela tinha visto outra pessoa se mover como ele. Era quase como se Charlie estivesse voando. A corda passou por cima e sobre sua alta estrutura tão rapidamente que desaparecia, e seus pés – seus graciosos e estreitos pés – eles ao menos estavam tocando o chão? Ele estava se movendo
tão rapidamente, mesmo ele não devia estar contando.Um alto resmungo e uma pancada no outro lado da sala de musculação tirou a atenção de Lola. Ed estava em um amontoado na base de um dos nós das cordas de escalada. Ela sentiu, momentaneamente, pena de Ed, que estava olhando para baixo para suas mãos com bolhas.
Antes que ela pudesse olhar de volta para Charlie para ver se ele tinha notado, uma fria precipitação negra ao redor de sua pele fez Lola tremer. A sombra varreu-a, primeiramente devagar, gelada, tenebrosa, seus limites ocultos. Então, repentinamente bruta, ela golpeou seu corpo e a forçou para trás. A porta para a sala de musculação bateu em sua cara e Lola ficou sozinha no corredor.
— Ai! — ela gritou, não exatamente por estar machucada, mas porque ela nunca fora tocada pelas sombras antes.
Ela olhou para baixo para seus braços, onde quase parecera que mãos tinham agarrado-a, empurrando-a para fora do ginásio. Isso era impossível – ela simplesmente tinha estado em um lugar bizarro; um
vento muito forte deve ter passado pelo ginásio. Desconfortável, ela se aproximou da porta fechada e pressionou seu rosto contra o pequeno retângulo de vidro.Charlie estava olhando em volta, como se tivesse ouvindo algo. Ela tinha certeza que ele não sabia que era ela: Ele não estava fazendo cara feia. Ela pensou na sugestão de Richard de que ela simplesmente perguntasse a Charlie o que estava acontecendo, mas rapidamente dispensou a ideia. Era impossível
perguntar qualquer coisa ao Charlie. Ela não queria trazer a tona aquela carranca no rosto dele. Além do mais, qualquer pergunta que ela talvez pudesse apresentar seria inútil. Ela já tinha escutado tudo que precisava escutar ontem a noite. Ela
teria que ser algum tipo de sádica para pedir que ele admitisse que estava com a Chloe. Ela se virou na direção do vestiário quando percebeu que não poderia partir.Sua chave.
Deve ter escorregado de suas mãos quando ela tropeçou para fora da sala. Ela ficou na ponta dos pés para olhar para baixo pelo pequeno painel de vidro na porta. Ali estava, uma mancada bronze num tapete azul acolchoado. Como tinha
ido parar tão longe na sala, tão perto de onde ele estava malhando? Lola suspirou e empurrou a porta para abrir, pensando que se tivesse que entrar, pelo menos ela iria rápido.Alcançando sua chave, ela roubou uma última olhada nele. Seu passo estava ficando devagar, devagar, mas seus pés ainda mal tocavam o chão. E então, com um salto, leve-como-o-ar, final, ele parou e virou para encará-la.
Por um momento ele não disse nada. Ela conseguia sentir-se ruborizar e
realmente desejou que não estivesse usando um maiô tão horroroso.— Oi — foi tudo que ela conseguiu dizer.
— Oi — ele disse de volta, em um tom de voz muito mais calmo. Então,
gesticulando para o maiô dela, disse: — Você ganhou?Lola deu um riso triste e reticente e balançou sua cabeça.
— Bem longe disso.
Charlie franziu seus lábios.
— Mas você sempre foi...
— Eu sempre fui o quê?
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Love Will Remember (COMPLETO)
FantasíaEmily Walker vivia sua vida como uma adolescente comum de cidade grande, estudava, tinha momentos de diversão com sua melhor amiga e ia em algumas festas. E em uma dessas festas ela se vê entrando no próprio inferno. Todos os diagnósticos diziam a...