Capítulo 41

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— Eu quero dizer, você parece que talvez seja uma boa nadadora. — Ele deu de ombros. — Só isso.

Ela deu um passo na direção dele. Eles estavam a apenas trinta centímetros de distância. Gotas d‘água caíram do cabelo dela e tamborilaram como chuva nos tapetes do ginásio.

— Não era isso o que você ia dizer — ela insistiu. — Você disse que eu sempre...

Charlie se ocupou enrolando a corda de pular ao redor de seu pulso.
— É, eu não quis dizer você você. Eu quis dizer no geral. Eles sempre devem deixar você vencer a sua primeira corrida aqui. Um código de conduta não-falado nosso, os mais velhos.

— Mas a Gabbe também não ganhou — Lola disse, cruzando seus braços sobre seu peito. — E ela é nova. Ela nem ao menos entrou na piscina.

— Ela não é exatamente nova, só está voltando após um tempo... fora. Charlie deu de ombros, não transparecendo nada de seus sentimentos por Chloe.

Sua tentativa óbvia de tentar parecer despreocupado fez Lola ficar com ainda mais ciúmes. Ela observou ele terminar de enrolar a corda de pular em uma bobina, o jeito que suas mãos moviam-se quase tão rapidamente quanto seus pés.

E aqui estava ela, tão desajeitada e solitária e gelada e isolada de tudo por todos. Seu lábio tremeu.

— Oh, Emily — ele sussurrou, suspirando pesadamente.
Seu corpo todo aqueceu por aquele som. A voz dele era tão íntima e familiar. Ela queria que ele dissesse seu nome novamente, mas ele tinha se virado. Ele prendeu a corda de pular em um prego na parede.

— Eu deveria ir me trocar antes da aula. Ela descansou uma mão no braço dele.

— Espera.

Ele empurrou com violência como se tivesse levado um choque – e Lola sentiu isso, também, mas era o tipo de choque que é bom.

— Você já teve a sensação... — ela levantou seus olhos para ele.
De perto, ela conseguia ver como eles eram diferentes. Eles pareciam cinzas de longe, mas de perto havia grãos violeta neles. Ela conhecia outra pessoa com olhos como aqueles...

— Eu podia jurar que nos conhecemos antes — ela disse. — Estou louca?

— Louca? Não é por isso que está aqui? — Ele disse, afastando-a.

— Estou falando sério.

— Eu também — o rosto de Charlie ficou vazio. — E só para constar – ele apontou para um dispositivo piscando pregado ao teto – os vermelhos monitoram os perseguidores.

— Eu não estou te perseguindo.
Ela endureceu, muito ciente da distância entre seus corpos.

— Você pode dizer honestamente que não faz ideia do que eu estou falando?
Charlie deu de ombros.

— Eu não acredito em você — Lola insistiu. — Olhe-me nos olhos e diga-me que estou errada. Que nunca na minha vida eu te vi antes dessa semana. Seu coração disparou enquanto Charlie dava um passo na direção dela, colocando ambas as mãos em seus ombros. Seus dedões cabiam perfeitamente nas ranhuras de sua clavícula, e ela queria fechar seus olhos ao calor do toque dele –
mas ela não fechou. Ela observou enquanto Charlie curvava sua cabeça para que seu nariz quase tocasse o dela.

Ela conseguia sentir seu hálito em seu rosto. Ela conseguia sentir um toque de doçura na pele dele. Ele fez como pedido. Ele olhou-a no olho e disse, muito vagarosamente, muito
claramente, para que suas palavras não pudessem possivelmente ser mal-
interpretadas:

Você nunca, na sua vida, me viu antes dessa semana.


— Você nunca, na sua vida, me viu antes dessa semana

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Love Will Remember (COMPLETO)Onde histórias criam vida. Descubra agora