Problem

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Eu estava em um misto de pânico com perplexidade, sem acreditar no que eu escutei. Ainda achava que era piada porque se fosse verdade, eu surtaria.

— Espera, como assim, cara? Sem metáfora em uma hora séria dessa.

— Não é metáfora nenhuma! Eu coloquei fogo na casa dele com ele dentro. À essa hora, ele virou cinzas. Que Deus o tenha.

Senti um aperto no meu coração e a última coisa que eu disse pra ele foi que eu queria que ele morresse. Mas é óbvio que eu não estava falando sério.

— Seu idiota! — gritei e ele arregalou os olhos. — Eu não mandei você matar ninguém! Imbecil! — Fiquei nervosa e comecei a chorar. — Anta, burro, idiota! Eu sei que eu posso ser uma pessoa muito ruim, mas eu não vou aguentar levar a morte de alguém nas costas! Não vou! Não sei como você consegue fazer isso, mas eu não consigo ser assim! Eu não tenho nada ver com a morte dele! Nada!

— Como é que é, ô garota escrota?!

— Eu não mandei você matar ninguém!

— Não importa! Eu fiz minha parte no trato e você vai fazer a sua! E se eu cair nessa história, você cai tam... — O interrompi, quando fechei o notebook com força, retirei os fones de ouvido e me deitei completamente na cama, enquanto chorava.

— Jimin, por que você tinha que se meter comigo, cara? Eu disse tanto pra você ficar longe de mim. — perguntei, aos prantos.

A pior dor de todas é a dor da culpa, eu não quis dizer que era pra ele dar um fim no Jimin. Nem passou pela minha cabeça que ele entenderia isso, ou pior, que fosse capaz de fazer essa monstruosidade.

Crime hediondo.

Depois de um tempo chorando, fui ao banheiro lavar meu rosto, me fitei pelo espelho e tive uma alucinação alí como se tivesse visto escrito "Assassina" em vermelho na minha testa. Arregalei os olhos, pisquei algumas vezes e sumiu.

Eu tô surtando.

Na hora do surto, resolvi rezar, orar, meditar, ou seja lá que nome isso tenha. Eu resolvi conversar com Deus. Isso se realmente ele exista.

— Deus, ilumina o caminho do Jimin. Eu não queria que ele morresse, eu só... Só queria que ele me deixasse em paz, mas morrer? Morrer não! Ah, Jimin... Me perdoa. – Estava orando e chorando.

Não acredito em nada disso, mas estava rezando. Saí do meu quarto sem me importar com castigo, desci as escadas, vi que tinha gente na sala de jantar e fui até lá.

Foi nesse momento que quando vi a assombração que estava lá, gritei, mas gritei alto pelo susto. Me assustei por ver um defunto.

Meu pai e Jimin fitaram-me assustados e minha respiração estava acelerada. Meu coração estava do mesmo jeito. Eu estava pronta pra ter um infarto com apenas dezoito anos.

— Filha, o que aconteceu? Parece que vai ter um treco. — Meu pai se assustou.

— Eu hein, Megan. — disse Jimin, me encarando.

Seus olhos e bochechas estavam vermelhas, seu rosto estava molhado. Algo aconteceu. Ele tomou um copo de água e continuou me encarando confuso.

Resolvi nem responder, afinal não sabia se ele era real ou uma invenção da minha cabeça.

— O que aconteceu?

— E-eu pensei que tinha visto uma barata. É só isso. Foi só impressão.

Eu resolvi não falar com Park, não sabia se estava tendo uma alucinação ou se ele estava realmente na mesa junto com meu pai.

Peguei um copo d'água pra mim, pois estava muito nervosa. Eu só poderia ter certeza de que ele realmente estava lá se eu tocasse nele, porque não tem como tocar em fantasma ou em ilusões alucinógenas.

Garota má - Park Jimin Onde histórias criam vida. Descubra agora