Ana estava olhando para o céu tempestuoso, ela não acreditava no viu e ouvirá naquele dia, Laura odiava ela mesma ou seu filho? Ela suspirou fraco ao tocar a janela de vidro fume, as primeiras gotas de chuva caiam com calma até um raio romper o céu e o estrondoso barulho de trovão lhe fazer encolher.
Maya olhava para o pai tentando não transparecer seu nervosismo quanto a notícia que ele daria o próprio barulho do trovão a fez ficar tensa, ela tentaria se explicar ou esperaria? Suspirava ao fixa o olhar na figura do pai, ele parecia estar da mesma forma que ela insegura, ansiosa e deslocada.
__Maya... Eu não sei como vai aceitar isso mas... __Maya mordia o lábio machucado, era agora, Nícolas por outro lado olhava para o pai como se fosse ditar palavras de morte
__A Aya não vai sair daqui__ Léo olhava para o filho juntando as mãos com seriedade, Maya estava prestes a repreende-lo quando o pai disparou.
__Ela não vai
__Não vou? __Maya perguntou de maneira automática
__Não, não vai. Maya eu sei que as coisas estão difíceis pra você, eu espero que não tenha ouvido Laura, ela disse coisas cruéis, você está assim por conta disso não é? __Maya não sabia muito bem o que dizer então confirmou em um aceno de cabeça__Eu sabia, desculpe ela. Laura não sabe o que estava falando e provavelmente você ficou horrorizada
__Sim... eu fiquei__Maya encarava o pai com dúvidas, ele sabia o que Laura lhe disse naquela noite e estava lhe dando razão?
__Laura estava dormindo, Maya. Não passou de palavras bobas__Maya franziu o nariz, ela não sabia do ele estava falando
__Mamãe não tava dormindo, ela tava acordada e rindo da Aya__Desta vez foi o pai quem se sentiu confuso, ele olhava para Nícolas e para Maya que parecia refletir sua expressão
__Laura disse alguma coisa ontem? __Parecia uma simples pergunta mas Nícolas sabia que tinha falado demais, Maya mordia o lábio machucado com mais força fazendo-o sangrar novamente__Maya, seu lábio
__Hm? O que tem? __Léo olhava para a filha com as sobrancelhas arqueadas
__O que ela disse?
__Nada. Ela disse algumas coisas sobre o Nick__Léo suspirava levemente, a filha estava desviando o olhar, estava escondendo algo.
__Maya você sabe que se mentir pra mim eu vou descobrir de qualquer forma__Maya suspirou levemente deslisando a mão sobre o braço do irmão com uma expressão triste__Nícolas e Mike me deixe falar com sua irmã um minuto
__Não. Eu não vou deixar a Aya sozinha __Ele olhava para o pai cruzando os braços, Maya então estava prestes a morder o lábio novamente quando se levantou e saiu, o pai ficou lhe observando, não acreditava que a filha saiu sem sua permissão. Maya voltou minutos depois com o celular e seus fones de ouvido, ela sentou-se ao lado de Nícolas e os colocou no irmão, ele não se moveu e ficou a observa a irmã, a música começou e tudo que ouvia era a Moonlight sonata de Beethoven, ela movia os lábios enquanto Mike saia da sala, ele tentava ouvi-los mas não conseguia, Maya sabia que o irmão prestaria mais atenção nas notas da música apesar de a atenção de seus olhos estarem nela.
__O que ela disse? __Léo olhava para a filha com o semblante passivo.
__Bom... eu cheguei tarde e Laura ficou me esperando, talvez eu tenha derramado algum tipo de bebida alcoólica em mim ou respingo sei la...__As sobrancelhas de Léo se arqueou, Maya não estava mentindo, apenas ocultando algumas coisas__A questão é que eu cheguei tarde e Laura começou a falar, eu ouvi algumas coisas na escada mas ela começou a falar de Nícolas, que ele deveria ter morrido por ser quebrado... por ser um sociopata e eu sair correndo porque se eu ficasse ia machuca ela e eu poderia ir embora. Pai, se você tivesse ouvido o que ela disse sobre Nícolas, ela queria que ele tivesse morto... que ele não existisse
Maya soltou o ar que nem sabia que tinha segurado, as mãos tremiam novamente e seu lábio voltava a sangrar quando ela mordeu e enterrava os dedos sobre o cabelo negro, as íris verdes estavam transparecendo sua angústia.
__Maya, eu sinto muito, eu não imaginava que Laura...
__Ela ria de mim quando a mandei calar a boca, ria quando viu o quanto suas malditas palavras me afetavam e ria por saber que se eu calasse a boca dela eu iria embora__Maya levantou o olhar enquanto suas íris escureciam aos poucos, Nícolas tocou o braço da irmã e ela pode vê-lo por trás dos pensamentos obscuros, ela iria se vingar de Laura, nem mesmo que isso custe tudo. Ela abraçou o irmão com carinho, retirando os fones dele__Vou proteger meus irmãos pai. Você deve saber que mesmo se eu tivesse que ir eu iria dar um jeito de voltar.
Mike encarava a porta, ele estava ali desde o começo das confissões de sua irmã, ele engolia seco quando ela fez sua promessa, Ana também estava ali, um palmo de distância de Mike cuja a cabeça estava baixa, ela deveria esnoba-lo e continuar com sua farsa soberba mas, sentiu-se minúscula e confusa quando segurou a mão dele, para todos os efeitos agora eles eram irmãos, o aperto solidário da mão de Ana fez Mike hesita mas retribuiu o pequeno gesto apertando sua mão, lhe agradecendo em silêncio, mesmo quando levantou o olhar e viu as íris de um castanho escuro demonstrarem dor e compaixão, pelo menos era isso que ele achava se viu um tanto frustrado. Tão misteriosamente quanto apareceu Ana se foi deixando Mike, ela mostrou sua compaixão para ele, ela mesma tinha repulsa por Laura agora, uma mãe deve amar os filhos mediante de suas falhas, a palavra 'Sociopata' lhe rondava a mente, ela não sabia o que era mas iria descobrir a qualquer momento, os pés de Ana seguiam pelo corredor de maneira silenciosa, mesmo quando ela abriu a porta do quarto de Laura fora silenciosa, ela observava a mulher que resmungava coisas repulsivas cujo retribuiu seus sorrisos e se imaginava o que aquela mulher sentiria por ela quando soubesse do que é capaz.
Maya abriu a porta para Mike tempo depois ele tinha a cabeça baixa quando sussurrou para a irmã pedido de desculpas pela mãe passando por ela e se acomodando ao lado do irmão. Léo teria de conversar com a esposa, ele mesmo fico incomodado com o que ouviu da filha, ele então suspirou pesado.
__Eu queria ter dito desde o começo que seus primos viram no final de semana__Maya encarava o pai com calma, ela chegou a suspirar e olhar para um ponto insignificante da parede, Guilherme viria vê-los depois de quatro anos.
Ana tinha um pequeno animal nas mãos, era uma aranha peluda de pernas longas e os olhinhos brilhavam em negro. Ela havia essa mascote a um bom tempo desde que 'deram' a ela no orfanato, depois de um tempo se viu pegando o animalzinho para si, ela tinha uma idéia de fazer Laura calar a boca pra gritar mais alto e talvez cair pelo quarto enquanto ela parecia que fugiria de um demônio. Ana colocou sua amiga encima das cobertas brancas de Laura, ela se preocupava com sua amiguinha então torcia pra Laura não esmagá-la por acidente. Teve que se esconder no armário e vigiá-la por uma fresta, ela pode ver sua mascote fazer muito bem seu trabalho e caminhar despreocupada pelo lençol e com timidez tocar a pele branca de Laura, ela resmungo quando a aranha ficou parada diante do nariz dela, Laura abriu os olhos devagar quando Ana abriu a porta do armário e a fechou fazendo barulho e em meio a resmungos Laura pode focalizar algo praticamente debaixo do nariz, seus olhos se arregalavam em descrença para então se levantar e grita estapeando as faces, a pobre aranha foi para o chão andando tranquilamente enquanto uma Laura assustada e enojada berrava pulando encima da cama, a face se encontrava vermelha quando gritou mais alto assustada duplamente quando viu o marido abrir a porta de maneira bruta ele olhava para todo o quarto procurando algo, invasores ou algo que seja quando as cabeças de Maya, Nícolas e Mike apareceram, Laura em sua afobação pra fugir para os braços do marido acabou se estatelando no chão e um coro de gargalhadas explodiu na direção da porta, Nícolas e Mike riam de Laura, a própria Ana teve que cobri a boca pra não rir, cujo o rosto se coloria em vermelho enquanto sua cabeça doia e quando lembro da aranha no chão se levantou em um pulo se enroscando no pescoço do marido.
Léo teve que reprimi uma careta quando sua esposa praticamente agarrou seu pescoço como uma garotinha, ela mesma olhava feio para os filho que continuavam a rir, ele tirou os braços de Laura de seu pescoço um minuto depois.
__Laura, o que aconteceu?
__Uma aranha enorme invadiu meu quarto e ficou bem aqui!__Ela apontou para debaixo do nariz e Léo suspirava levemente olhando para a figura de sua esposa.
__Laura não tem nenhuma aranha__Ana olhava pela fresta do armário quando sorria, sua amiguinha era bem esperta por ter se escondido__Maya, pode procurar?
__Hm claro, vai que seja perigosa__Maya resmungou mais alguma piada sobre aranhas quando recebeu o olhar da madrasta arrancando mais risadas dos irmãos. Ela olhava nas cobertas, debaixo da cama e pelo chão mais nada de aranha, mesmo quando olhou atrás de um criado mudo não achou nada estão abriu a porta do armário e viu Ana cujo o dedo indicador pedia silêncio, Maya arqueava a sobrancelha e fechou novamente o armário__ Acho que a aranha enorme que ficou bem debaixo do seu nariz é imaginária.
Maya virou de costas para o armário cruzando os braços, pode ouvir um riso atrás de si quando o pai olhou para ela, pegou Laura pelos braços e a levou para fora do quarto, Nícolas e Mike continuaram rindo um momento a mais quando Maya os chamou para dentro e pedindo de maneira baixa que fechassem a porta, Nícolas empurrou o irmão pra dentro e trancou a porta rapidamente então viu sua irmã abri a porta do armário, Ana saiu de lá com um sorriso de satisfação no rosto.
__O que a adotada faz aqui? __Nícolas franziu o nariz e Ana cruzou os braços
__Ana! Me chamo Ana pelo amor é tão difícil dizer meu nome?
__Hm perdão a intromissão mas agora que posso tirar uma dúvida o farei imediatamente__Ana olhava para Mike, ele se encolheu diante das palavras da irmã, ela apenas se virou pelos calcanhares e olhou para Maya.
__A aranha é minha mascote, quis dá uma lição em Laura então... __Maya encarava Ana com os braços cruzados, chegou a sorrir de lado com ironia sobre suas palavras
__ Não é essa minha dúvida pode acreditar__ Maya ronronou ao rir sem animo, talvez isso tenha feito Ana notar o que ela queria saber pu perguntar pois a menina no mesmo instante descruzou os braços e ficou com uma expressão curiosa e desconfiada, ela até recuou passos quando viu Maya da um passo para frente __O que foi Ana? Achei que não tivesse medo de mim, não foi o que disse?
__Eu não tenho medo de você__ Maya encarava a menina dando mais um passo mas ela não recuou nenhum pouquinho que seja. Ana não cairia na idiotice de recuar novamente, ela apenas observou quando Maya deu mais um passo, as duas não desviavam o olhar em nenhum momento, Ana não permitiria ser pisada novamente, não de novo, não quando aprendeu a se defender.
__Ótimo que não tem medo, por que invadiu o quarto dos irmãos e trancou ele lá? __Maya apontou para Mike que fitava as duas, ele tinha esquecido daquilo e ficou agradecido por sua irmã ter lembrado. Ana encarou Mike pelo ombro e suspirou
__Achei que ele fosse o Nícolas, quer dizer, eu sei que bati no Nícolas e foi errado mas ele me irritou me chamando de adotada, eu chamei ele pelo nome enquanto ele ficava me chamando de adotada__Ana olhou feio para Nícolas e ele retribuiu o olhar
__Você disse que a Aya ia embora! __Nícolas cerrou os punhos irritando-se
__Foi o que Laura me disse muitas vezes, apenas dei um recado __Ana deu de ombros incomodada, Maya lhe lançou um olhar duro
__Essa mulher mentiu muito bem
__Eu sei, eu ouvi o que ela disse sobre o Nícolas... ela é mesmo mãe deles? __Ana olhava para ninguém específico, ela olhava para o nada
__É. Ela é sim, o que você ouviu?
__Tudo, eu ia beber água quando ouvi Laura lhe interrogando...
__É feio ouvir a conversa dos outros
__É mesmo? __Ana desvio o olhar para Mike e ele se encolheu no mesmo instante __Eu não quero que pense que estou aqui para fazer mal na primeira oportunidade, eu só queria sair daquele lugar __Maya pode notar algo de ruim nessas palavras, algo meio distante e quando ela suspirou e se abaixou do outro lado da cama trouxe algo com pernas peludas nas mãos em concha, a aranha era realmente enorme __No orfanato fizeram um favor de me receberem com ela, parece que devo algo a eles__Maya pode ver raiva no olhar da menina
__Te assustaram com ela?__Ana assentiu a contra gosto passando os lábios um no outro__Por que?
__Era um... Não interessa por quê. Eu vou voltar pro meu quarto __Maya suspirou levemente e se encostou na menina pousando um braço sobre sua cabeça__O que você ta fazendo?
__Nada, mas não deixei que saísse, isso é falta de educação sabia? __Ana olhava para Maya com confusão Mike então se aproximou.
__Ma-Maya, deixe a Ana em paz__Ana o olhou, era o primeiro dos irmãos que lhe chamou pelo nome __Por favor Maya, ela fez uma brincadeira apenas isso.
Maya encarava o irmão, ele estava pela primeira vez defendendo aquela garota, quando olho para ela pode ver como isso funcionou com ela, seus olhos castanhos brilhavam, os lábios pequenos tremiam mas logo ela os mordeu e tentou esconder como aquilo lhe impressionava.
__Ok. Então você fica no lugar dela? __Ana olhava para Mike, viu ele se encolher então soube que abandoria a possibilidade de proteção dela, ela já havia se acostumado.
__Eu fico no lugar dela__Mike sussurrou encolhido, Ana então ergueu o olhar e viu alguém que se importasse um pouquinho com ela,não pode evitar abaixar a cabeça
__O que você vai fazer? __Sua voz saiu em um sussurro, Maya por sua vez sussurrou perto de seu ouvido.
__Eu vou ter que fazer umas coisinhas desconfortantes pra ele, era pra ser você mas já que ele se ofereceu __Maya piscou para Nícolas e ele se aproximou abrindo a porta pra Ana__Agora pode ir.
Ana não se moveu, ela olhava para o novo irmão então ele deu um leve sorriso e a pediu pra sair, ela engoliu seco, por que tinha que ser assim de novo? Ela ia punir ele quando ela apenas fez uma brincadeira com aquela mulher ruim? Não ela não ia deixar, que a garota punisse ele. Nícolas a pegou pelo braço quando viu que ela não ia sair, Ana não se permitiu ser puxada mas foi em vão, quando se deu conta estava fora da sala com Nícolas e uma porta trancada a vista, a aranha de Ana havia caído em algum momento e ela encarava a porta.
__Por que? __Ana correu ao sentir lagrimas ardendo em seus olhos ameaçando cairem, quando se víu no conforto do quarto olhava para o próprio reflexo, ela lágrimava então limpou o rosto com o dorso das mãos__Não, não vou ser conquistada por gentileza, não vou me iludi com falsa preocupação, não vou ser humilhada...
Ana soluçou baixo quando ouviu o trinco da porta se fecha novamente olhou rapidamente e fungou. Nícolas teve que correr atrás de Ana e observa lá, grava cada palavra e emoção exposta, os olhos verdes faiscavam quando fechou a porta e correu de volta para a irmã, não sabia por que ela queria aquilo mais o fez, por ela guardou as emoções que Ana lhe mostrou assim como seus gestos.
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A Primogênita (Em Revisão)
General Fiction||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||| Maya é uma garota que esconde segredos de seu passado e marcas da separação dos pais, tendo sua guarda compartilhada acaba ficando maior parte do tempo na casa do pai, já qu...