Capítulo 26.

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Ana não conseguia dormir direito. Desde o dia que a casa fora invadida ficava em alerta, mesmo na escola era possível notar isso. Nícolas voltou completamente calado desde aquele dia, havia passado um dia apenas mas parecia ter passado ao menos um mês.
Ela estava exausta depois de ter passado, ao menos pelas vinte e quatro horas, se acordando com o mínimo ruído dentro da casa que conhecia bem. Aquela casa lhe lembrava da infância de alguma forma, como se já estivesse estado naquele lugar a muito tempo com os pais, a pequena lembraça dos pais a fizeram fechar os olhos com um suspiro.
O bater na porta fez Ana se sentar na cama em um pulo e olha para a direção da porta.
__Ana?__Maya chamou e Ana sentiu o corpo relaxar__Está acordada?
__Sim, eu estou__Ana respondeu com a mão sobre o peito quando Maya abriu a porta e entrou no quarto__Você quer algo?
__Queria agradecer por ter protegido o Mike e a Marisa__Maya disse ao fechar a porta com cuidado e logo se aproximou da menina se sentando a cama__Mike disse que você foi esperta ao escondê-los e da maneira que convenceu a Marisa a ficar quietinha.
__Mike me ajudou__Ana disse com sinceridade, estava um tanto desconcertada pelos agradecimentos vindos de sua irmã.
__Posso perguntar uma coisa?__Maya disse lhe olhando e quando está assentiu suspirou__Como conhecia as passagens? Nem eu sabia que existia e moro aqui faz um bom tempo.
__Ah... eu não sei bem__Ana começou enquanto Maya lhe fitava__É estranho, quer dizer... parece que de alguma forma, eu já tinha vindo aqui antes... com meus pais.
__Acho que entendo__Maya disse com um tom baixo__Como seus pais eram? Desculpe a pergunta indelicada
__Hum... tudo bem, acho que tudo bem eu dizer__Ana disse com um pequeno sorriso__Minha mãe tinha o tom dos meus cabelos e olhos, era doce e adorava brincar comigo. Meu pai tinha os cabelos mais claro assim como os olhos, ele era brincalhão e amável__Continuou com um riso triste__Os dois me mimavam. Acho que por isso fiz besteira quando cheguei aqui, não queria ter batido em Nicolas, me sinto muito arrependida pelo o que fiz.
__Eles pareciam te amar__Maya pensou alto e logo olhou para Ana__Não se preocupe com o que fez, eu também não me sinto melhor pelo que te fiz, eu só pirei por ter visto meu irmão chorando e berrando daquele jeito.
__Eu sei sobre Nicolas__Ana sussurrou e Maya lhe olhou__Eu ouvi sua discussão com Laura. Eu pesquisei sobre o que Nicolas tem, eu sei que não deveria mas...
__Foi por isso que no outro dia Laura acordou com uma aranha no meio da cara?__Maya perguntou com certo humor no tom de voz.
__Hum... Bem, foi__Ana respondeu torcendo as mãos nervosa__Vai contar pra ela?
__Não__Maya disse__Até por que eu já sabia que tinha sido você.
Ana continuou a conversar com  a irmã, ela observava a forma que vez ou outra o rosto de Maya suavizava porém logo o que era uma conversa secreta a duas se tornou uma conversa a quatro. Nicolas manteve sua expressão distante e pouco falava mas era algo de certo que ele estava com os pensamentos conturbados. Mike ficará próximo a ela e vez ou outra criava coragem para impor sua opinião quanto o ocorrido.

***
Já era de manhã quando Dominique saiu do banheiro e se olhou no espelho apenas com as roupas íntimas de cor creme, ela olhava para o abdômen que aprendeu a descontar suas frustrações, segurando uma gilete sobre a pele e pressionou com certa força e fez um pequeno corte com os lábios trêmulos, limpou o fluxo de sangue e limpou usando um bandete para cobrir o corte tratou de se vestir, ela tinha mais de trezes cortes em seu abdômen, tomou aquilo como forma de punição por não conseguir pistas do paradeiro da filha porém sabia que agora tinha uma luz e só precisava ter paciência para usa Ana para atrair Maya.

***
Dam estava passando a camisa pela cabeça quando as palavras de Bonnie ecoaram em sua mente, ele sabia que devia obedecer a chefe e tira Alessa daquele buraco o quanto antes, quando passou as mãos pelos cabelos negros ainda úmidos pelo banho a mulher envolta pelas cobertas resmungou e abriu os olhos de íris negras, olhou para Dam e se permitiu sentar-se sem se importar com a nudez dos seios, cada uma das cicatrizes da mulher fora absorvida pelos olhos do homem que a observava com fascínio.
__Acabei de acordar__Disse Alessa com a voz levemente rouca__Não me olhe assim.
__Assim como?__Dam disse com um sorriso no rosto, se sentou segurando as mãos da mulher que lhe olhava com os olhos estreitos__Quero te mostrar um lugar hoje, Alessa.
__Por que?__Alessa disse ao arquea uma sobrancelha__Quer me afastar daqui?
__Alessa__Dam disse como se fosse uma prece.
__Ela vai pegar Raven não vai?__Alessa disse em um sussurro e Dam não precisou dizer o que estava escrito em sua cara.
Alessa se viu puxando as mãos e com o olhar distante, se levantou e caminhou para o banheiro trancando a porta, queria ela poder dizer que estava com raiva do homem em seu quarto, não conseguia afinal ela não poderia, ele estava lhe protegendo assim como ela o faria pela Raven.
Quando Alessa saiu do banheiro com os cabelos ruivos úmidos não olhou para Dam, trocou-se e colocou o uniforme com a mesma quantidade de hora que gastava naturalmente, após terminar olhou para Dam e calçou as botas estilo militar, diferente dela o homem usava roupas causuais.
__Alessa?__Dam falou com um tom baixo.
__Eu vou com você__Alessa disse ao fitar Dam__Vou como uma estranha e não ouse dá um piu sobre minhas roupas.
__Claro Senhora__Dam disse com um humor contido diante da gargalhada de Alessa.
__Você realmente não presta Damião__Alessa disse com um sorriso de lado.
__Você realmente disse meu nome?__Dam disse incrédulo.
__Falo o sobrenome também__Alessa disse cruzando os braços__Vamos antes que eu mude de idéia e saia por ai atirando aos quatro ventos.
__Me espere aqui__Dam disse mais sério que o normal e Alessa assentiu quando ele sumiu pela porta que ligava ao corredor. Alessa esperou alguns segundos antes de testar a porta e constatar que ele havia trancado, soltou um palavrão e começou a circular pelo quarto.
Não demorou para Dam volta vestindo seu uniforme, roupas que tinham a predominância em preto. Buscou Alessa e ambos partiram. Dam com uma expressão de alívio e Alessa com uma carranca.

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