Capítulo 4.

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Maya não lembra muito bem do que fez, lembra de ter entrado na casa quando ouviu Nícolas gritar, ela não entendia o porquê de uma garota estar segurando Nick pelo braço mais assim que ela foi encima dela e ela se soltou de Nick, Maya a jogou no chão como uma boneca de pano, ela estava irritada, com dor e cansada e tudo que perguntou foi meio automático, sua atenção estava na garota jogada no chão e assim que ela sorriu seu sangue subiu à cabeça e ela descontou o tapa que ela deu em seu irmão e continuou até que alguém a tirou de cima da garota e assim ela foi para perto do irmão, ele a rejeitou com um empurrão em sua mão e isso doeu mais do que um soco na boca do estômago dela, ela tentou lhe acalmar e assim que ele a viu de fato praticamente a jogou no chão com um abraço, Maya acariciou os fios dourados do menino que continuou a choraminga em seus braços, era a primeira vez que ela o viu assim, seu irmãozinho querido chorava como nunca vira chorar e isto a irritava mais que tudo na vida, os tapas que a garota recebera não era nada comparado ao que de fato ela merecia ou pretendia fazer.

Léo chegou cinco minutos depois que recebeu a ligação da esposa contando o que houve, ele suspirava a cada palavra e reclamação da filha, ele conhecia os atos de Maya, sabia que a filha não faria coisas do tipo sem mais nem menos, mesmo a explicação de Ana quanto ao ataque de Maya não o convenceu. Assim que estacionou o carro na frente da casa saiu e suspirou passando pela porta, ele observou cada um na sala e então olhou para o que já esperava ver, Maya abraçando o irmão com zelo que sempre vira entre os dois depois de um tempo, várias vezes tentou mantê-los cada um em seu canto mais resultou em muitos problemas, Maya quase quebrou um braço quando caiu do telhado enquanto tentava entrar no quarto de Nick e seu filho não ficará muito atrás de tal situação, mantê-los separados por vontade era e é praticamente impossível. Maya ergueu o olhar para o pai e notou que estava a olhando como sempre, pensativo e distante, Nick havia se acalmado e dormido como seu anjinho, ela gostava de olha-lo dormi, era tão calmo e lindo, quase impossível de não se admirar ou compara-lo a um anjo, e ele era seu anjinho; ela acomodou o irmão no colo lhe chamando com sussurros enquanto seu pai suspirou pesado e juntou as mãos, Maya entendeu que ele estava com pressa e irritado.

__Maya, porque bateu em Ana? __perguntou ainda olhando para a filha, ele saberia se ela mentisse e a puniria se fosse o caso.

__Ela bateu no Nicolas __Falou de imediato olhando fixamente nos olhos do pai, Ana soluçou do lado de Laura.

__Ana?

__É mentira, eu estava conversando com ele, ela chegou me jogando no chão e depois me atacou __Léo não olhou para Ana, ele ouvirá o tom dela, choroso e penoso, a face da menina ainda se encontrava levemente rosada.

Maya continuou o contato visual com o pai, mesmo quando o irmão acordou com resmungos ela manteve o olhar fixo, era desconfortante para outras pessoas mas para Maya era um tipo de desafio, as pessoas costumavam achar que isso era algo ruim ou até mesmo meio invasivo e irritante, seu pai por outro lado tinha a mesma mania da filha, ele sequer poderia negar que ela fosse seu sangue. Laura Clareou a garganta rompendo a atenção de seu marido, ela sabia que os dois estavam em praticamente um duelo pra saber quem estava certo, ela odiava aquilo porque tanto Maya quanto seu marido não davam o braço a torce, ela revirou os olhos e lançou um olhar afiado ao marido, ela não deixaria Maya sair impune do ataque a nova filha, a verdade é que ela não poderia levantar um dedo contra a garota porem seu marido poderia e se pudesse ajudar nisso ela o faria.

__Maya peça desculpas a Ana. Seu comportamento não é aceitável, o que ela pensara de nós? __Maya estava pronta pra responder que o que essa garota pensasse ou não dela ela estava pouco se lixando quando Nícolas despertou por completo e se levantou, ela ficou perdida sem entender nada mas ele foi até o pai

__Papai __Léo o olhou e bagunçou os cabelos do menino, ele também parecia confuso principalmente quando o filho segurou seu braço exercendo força, pelo menos era o que parecia__''Meu nome é Ana'' __o pai do menino o olhou mais confuso do que antes quando o viu ergue a mão, Maya por outro lado parecia entender o que o irmão queria dizer ele estava imitando Ana__''E já que não tem bons modos vou ensinar eles a você Nícolas.''

Nícolas abaixou a mão como quem se desferisse um tapa no ar então soltou o braço do pai, seu pai abaixou até ficar na altura do filho e franziu o nariz confuso

__O que é isso Nícolas? __Perguntou enquanto Maya se levantava, ela adorava aquele menino mais do que tudo no mundo, ela o amava.

__Ele ta imitando o que aconteceu com ele. Ele fazia isso lembra? Tipo quando ele empurrou o Mike quando Laura perguntou e ele refez, o próprio Mike pode dizer o que aconteceu__ Léo olhava para a filha e então para Mike, ele estava encolhido no sofá como antes somente observando, Maya estava se irritando com aquele menino, parecia um rato assustado.

__Mike?

__Ela... ela bateu no Nícolas__Ana se levantou e olhou para Laura, Maya quase sorriu com a cara que ela fez, mas foi quase, a menina soluçou enquanto Léo se levantou e a olhou, Maya olhou para Nícolas quando ele foi até ela.

__Ana, por que mentiu? O que a Maya fez não foi certo, mas quando se trata do irmão eu sei muito bem que pra ela não existe mais certo e errado, mas você mentiu __Laura se colocou na frente da menina olhando feio para o marido.

__Querido, ela deve ter ficado assutada, Maya a atacou do nada __Ela faria caras e bocas enquanto Maya a olhava irritada, ela a amava tanto quanto amava Chloe e talvez algum dia ela fizesse as duas se conhecessem no quinto dos infernos

__Maya não mentiu, eu sei que ela que o que fez foi errado mas em momento algum ela mentiu Laura __Léo coçou a nuca antes de encarar a esposa, ele estava dividido em certo e errado, ele sabia que a esposa queria que Maya fosse punida mas ele não faria isso, ele sabia que isso aumentaria ainda mais os conflitos dentro de casa __Ana peça desculpas a Nícolas e Maya se desculpe com Ana

__Mas... Porque eu deveria me desculpar? eu não vou me desculpar com essa... essa garota que sabe se lá de que buraco saiu!

__Maya, se desculpe __Maya olhava para o pai, ele estava serio, mas ela também estava então ficou encarando-o.

__Se eu me desculpar vai ser da boca pra fora, se ela levantar a mão para Nícolas novamente eu juro que não vou só dá tapas__ A garota começou a choramingar quando Maya a olhou friamente, ela não estava brincando, mesmo quando seu pai seguiu até ela praticamente bufando ela não se deixou intimidar, sequer se moveu, permaneceu ali. Laura abraçava a garota que olhava para Maya com desgosto, ela era como o irmão, isso era irritante para ela, isso significava que sair do orfanato e vir pra este lugar não mudava nada já que agora tinha que encenar muito mais que antes.

__Maya, quando eu chegar vamos conversar sobre seu comportamento. Ana se desculpe__ Laura bufou de seu lugar quando olhou para o marido

__Ana não vai se desculpar enquanto Maya não fizer o mesmo

__Se eu me atirar na frente de um carro ela vai ter que fazer também? __Maya cruzou os braços olhando para Laura que quase teve um ataque

__Como você ousa!

__Você que começou__Léo estava fazendo contagem pra controlar os nervos. Quando Laura se metia nas discussões sempre encontrava mais motivos para as discussões continua, ele apenas se virou e saiu deixando a esposa com seus olhares afiados para trás ele precisava ficar calmo pra quando chegasse a noite.

Laura estava com uma cara incrivelmente ridícula quando Maya viu o pai sair deixando uma Laura boquiaberta para trás prestes a entrar em uma crise, ela era de fato uma péssima mãe e péssima em outras coisas também, mesmo quando ela sorrio e ajuntou seu resto de dignidade tentando mimar Ana ela era péssima e por um pequeno momento Maya sentiu pena dela, mais fora um segundo apenas, ela estava a abraçar o irmão, até mesmo chegou a olhar para Mike e bagunçar seus cabelos, ele de fato era estranho, não que ela concordasse certo dizer isso afinal ela tinha sangue nas mãos e escondia algo que mesmo seu irmão não sabia.

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