Maya acordou assustada, seus sonhos lhe lembravam de cada cena e som que ouviu na noite anterior, ela afundou as mãos ao cabelo negro e tentou tirar a imagem de sua amiga em tanto sangue, se sentia culpada, deveria ter ficado com ela ou se tivesse sido um pouco mais rápida.
Ana moveu-se lentamente no meio das cobertas, Maya assustou-se de início mas a lembrança do final da noite lhe atingiram com tudo, ela queria que Ana ficasse ali porém ainda era um mistério o por quê.
Os olhos da primogênita então fixaram-se a bagunça do quarto, sua raiva fora descontada nos móveis, vidros de perfumes, enfeites e algumas outras coisas que não lembrava o que era. Os irmãos acordaram minutos depois e isso também incluiu Ana que os olhou meio assustada. Ela não sabia como deveria reagir, os três pares de olhos verdes lhe fitavam sem dizê-lhe nada. Incomodada tentou se retirar porém Maya segurou em seu pulso impedindo-a de fazer isso. O olhar de Ana foi até os da irmã, sua expressão era serena, nem de longe lembrava a Maya da noite anterior, aquela que chorava copiosamente culpada no apoio dos irmãos e Ana teve de admitir que se sentiu bem-vinda no meio deles, quase como se realmente fosse da família.
__Ana, quero te perguntar uma coisa e quero que me diga a verdade. Eu quero entender por quê ficastes assim e te proteger do que quer que tenha lhe levado a ser assim__Ana esboçava surpresa e até choque em sua expressão, Maya suspirou e a fitou__Eu posso parecer mas não sou um monstro sem sentimentos. Posso dizer que queria poder não senti nada mas estaria mentindo a mim mesma.
__O que você quer saber?__Maya a soltou e logo a menina recolheu o pulso.
__O que aconteceu com você no orfanato?
Ana a encorou por muitos minutos, Nícolas até mesmo voltou a dormir e Mike lhe olhava com curiosidade. Ana cedeu e contou um pouco do que viveu no Orfanato e a cada palavra o nó a garganta se intensificava, ela não queria ter de relembrar tudo que vivêncio mais a cada palavra que disse sentiu a liberdade de lhe contar mais e mais até tudo ter saído e lhe se sentia mais leve. Mike a olhava com pena e algo mais em seu olhar e Maya a fitava com a mesma expressão neutra, pensava com calma sobre aquelas palavras.
__Então André me deve duas de suas unhas__Maya pensou alto ao se levantar, seu olhar vagou o quarto antes de voltar aos irmãos.
__O que quer dizer com isso? __Ana ajeitou-se a cama ao fita a irmã que tinha o olhar meio distante.
__Quero dizer que você pode ficar tranquila. Aqui não vão te machucar se acreditar na gente, protegemos um ao outro e se você quiser, você pode fazer parte disso sem cobrança ou pegadinhas e humilhação__Ana olhava para Maya com receio e Mike segurou em seu ombro.
__Não machucariamos você, Ana__Ana sorriu com sinceridade e Mike retribuiu o sorriso. Maya sabia que os dois se daria bem, Mike e Ana se pareciam de alguma forma
__Vou ter que resolver umas coisas pra ajudar Helena então vou sair. Se Laura encher a paciência de vocês... a ignorem ou se tranquem no quarto, Mike sabe meu número certo?__Mike assentiu e Maya lhe deu a lingua ao se retirar do quarto para o banheiro.
__Por que ela faz isso?__Ana olhava para Mike que deu de ombros.
__É tipo um sorriso dela__Ana refletia um pouco e logo deu a língua para Mike.
Ana o chamava ao sair da cama da irmã, ela esperava no batente da porta o chamando, Mike a seguiu com cautela e logo ela o puxava pelo braço até um dos quartos trancando a porta.
Mike tinha um pouco de curiosidade quando Ana trancou a porta e saiu correndo até o armário o chamando com a mão antes de adentrar o pequeno cômodo, ele coçou as madeixas loiras por um instante mas a seguiu, ela estava de costas e quando pensou em dizer algo ela abriu uma passagem na parede e entrou ali, deixando a passagem aberta para ele, o chamando novamente. Ele nunca soube que tinha aquela passagem e com a curiosidade aguçada resolveu seguir-lá. Ana trancou a passagem e logo segurou na mão do irmão o guiando e até mesmo lhe mostrando outras passagens e onde cada uma iria parar.
Maya saiu do quarto meia hora depois e se vestiu com rapidez, havia perdido tempo concertando uma coisa na família mas tinha outro assunto a tratar e esse assunto seria com Helena.
Ela se demorou um momento ao observar o irmão dormindo e notando a ausência de outros dois, lhe beijou a testa com carinho e saio fechando a porta do quarto com cuidado, quando voltasse provavelmente teria de dar um jeito naquela bagunça inteira no quarto.
Os passos de Maya a levaram ao hospital depois de caminhar algumas horas, apresentou-se e logo foi levada para o quarto de Helena. Ela pode ver que a amiga ainda tinha de tomar remédios para dor e deitava-se de barriga para baixo, os pontos em sua costas deixava claro que ali ficaria uma grande cicatriz e isso fez Maya murcha e se entristece, a amiga estava daquela forma por sua causa, mas ela iria fazer alguma coisa para acertar as contas com os que fizeram tamanha barbaridade.
__Helena? __O rosto da amiga se virou e ela estava chorando, os olhos vermelhos e o rosto inchado denunciavam isso
__Maya__Ela tentou sorrir em meio as lágrimas e Maya teve de reprimir qualquer sentimento que viesse lhe fazer jogar com o emocional, ela tinha e devia ser racional__O que faz aqui?
__Vim busca respostas__Ela teve de aguentar o olhar perdido e confuso da amiga enquanto se aproximava da cama hospitalar__Por favor Helena. Eu só preciso de nomes.
Helena lhe olhava com o rosto contrariado não poderia falar-lhe coisa alguma, era contra seu acordo com aquela mulher e mesmo assim ali estava Maya lhe observando.
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A Primogênita (Em Revisão)
General Fiction||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||| Maya é uma garota que esconde segredos de seu passado e marcas da separação dos pais, tendo sua guarda compartilhada acaba ficando maior parte do tempo na casa do pai, já qu...