Capítulo 11

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Olá! Feliz ano Novo! Espero que este ano seja melhor para todos nós e nos traga muitas felicidades!

Abri a primeira carta, que tinha a caligrafia de Romeo, e Leah espreitou por cima do meu ombro para também conseguir ler.       
  

 
"Lamento pelo o que aconteceu. Não fazia a mínima ideia de que isto poderia acontecer. A cidade ficou mais calma e desinteressante depois de teres-te ido embora, e não há um único dia em que eu sinta a tua maldita falta. Volta para mim Luna, por favor. Peço desculpa pelo o que o Mikhael fez, eu conversei com ele e sei que se voltares não te acontecerá nada. Bem, se não quiseres voltar, apenas diz-me onde te encontras no momento, pois temos andado as últimas semanas à tua procura. Nem sei como raio vais receber esta carta. O padre já me pediu para tentar-te esquecer, para não haver mais sarilhos, mas eu simplesmente não consigo...

Para sempre teu,

Romeo."

Suspirei, e olhei para o rapaz vestido de branco à minha frente, que observava-me atentamente.

Como Romeo podia ser tão inocente ao ponto de acreditar que Mikhael não me iria fazer algo? Afinal, ele tentou-me matar.

Fitei a segunda carta, ainda selada, na minha mão, e coloquei-a no meu bolso de trás das minhas calças de ganga. Como o rapaz do gangue de Romeo reparou que eu não iria comentar, ou fazer algo, ele caminhou de novo até a sua mota em silêncio. Mas antes de colocar a mota a trabalhar, ele olhou-me com uma expressão triste.

- Só para avisar que o Romeo está bastante mal sem ti Luna. - Acabou por dizer, fazendo despertar a atenção das meninas, que antes estavam a falar distraídas. - Ele está realmente desesperado, e eu acredito que ele irá fazer de tudo para te encontrar, e ter-te de novo.

- Isso não vai acontecer. - Respondi decidida.

Eu não iria ficar naquele acampamento para sempre. Apesar de agora ele saber onde me encontrava, tinha decidido que iria viajar para outra cidade, e talvez alugar uma casa, para ficar durante um certo tempo.

O rapaz de branco lançou-me um último olhar, e em seguida para as meninas. Ele ligou a mota, e partiu sem olhar para trás.

- Estás mesmo a pensar em ir embora, não é? - Perguntou Leila, como se me lesse os pensamentos.

- Bem, sim. - Comentei envergonhada.

Afinal de tudo, elas tinham-me dado comida, confiança, e até um sítio para ficar. Soava bastante rude, pensar em viajar para outro lugar sem elas.

- Muito bem então. - Respondeu ela com um sorriso, e em seguida olhou para Leah e para Steela com um sorriso ainda maior. - Meninas, façam as malas porque iremos viajar.

- O quê? - Perguntei com um sorriso.

Elas conheciam-me há bastante pouco tempo, e no entanto estavam-se a atirar de cabeça nesta viagem louca.

- Viemos juntas até aqui, é assim que iremos continuar. - Olhou-me séria, e eu neguei com a cabeça ainda não acreditando.

Leah e Steela fizeram rapidamente as malas, e colocaram-nas dentro do carro, enquanto Leila despedia-se da criança que estava anteriormente a brincar com a areia.

- Ela não vem connosco? - Perguntei confusa, referindo-me à criança.

- Não. - Lançou um sorriso. - Ela costumava passar algum tempo connosco, pois os seus pais estavam sempre a trabalhar, agora ela terá que ir para casa. - Fez uma festa na cara desta, que mostrou um lindo sorriso branco, com um dente em falta.

O meu nome não é JulietaOnde histórias criam vida. Descubra agora