Capítulo 17

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Leila levantou-se do sofá em que antes nos encontrávamos, e encostou-se à parede do corredor que dava para a entrada da casa. 

O meu coração batia a mil, e decidi fazer o mesmo que ela.

Steela permanecia exatamente no mesmo lugar, e Leah levantou-se do sofá para ir diretamente até o corredor.

Ela quer morrer? Isto é suicídio.

Ouvi a arma a ser carregada, e algo a cair.
Leila olhou para mim atenta, e negou com a cabeça, sabendo exatamente o que eu iria fazer.

- Não podes fazer nada, Luna. Ela escolheu ir para lá. - Sussurrou perto da minha orelha, e segurou-me nos pulsos em seguida encurralando-me contra a parede. - Não faças nada.

- Ela é nossa amiga! - Tentei livrar-me do seu toque, mas ela apertava ainda mais os meus pulsos.

- Ela sabe cuidar-se. - Largou-me, e espreitou para o corredor. - Além disso, se eu tivesse de escolher entre salvar-me, ou salvá-la a ela, acho que nem iria pensar sobre o assunto. - Ela disse sorrindo na minha direção.

- O quê? - Perguntei incrédula. - Como consegues ser tão egoísta?!

- Hey. - Steela chamou a nossa atenção, e apontou com o queixo na direção de Leah. - Ela vem na nossa direção com um homem vestido de branco.

- Ele é do gangue dos Angelus, se ele me reconhecer, estou morta. - Murmurei, e Steela olhou-me com pena.

Preparei a minha arma, e Steela fez o mesmo.

Até que Leah apareceu com o tal homem.

- Calma, ele assegurou-me que não nos iria matar. - Leah disse com um sorriso, e deu a sua mão ao homem.

- Porque não? - Leila perguntou desconfiada.

- Porque ele disse que queria experimentar com todas nós. - Leah respondeu, e eu quase vomitei ali mesmo.

- O quê? Nem pensar que vou fazer uma coisa dessas! - Reclamei, e o homem olhou imediatamente para mim.

E foi aí que eu percebi quem era. Era ele.

Era Diego. Aquele mesmo Diego que tinha dormido comigo, e que era louco por mim.

Porque raio ele estava com vestes dos Angelus?!

Ele continuava a observar-me em choque. Talvez pensasse que eu tinha morrido com Chase e Ashley.

Admito que também tinha pensado nisso com ele, pensava que ele tinha morrido. Afinal, ele não era o melhor a atirar, e raramente se metia em confusões.

- Pensava que estavas morta. - Ele finalmente disse, e eu bufei.

Exatamente o que eu tinha pensado. Previsível.

- Espera, vocês conhecem-se? - Steela perguntou confusa, enquanto Leah e Leila observavam tudo em silêncio.

- Ele era da minha gangue. - Limitei-me a dizer, enquanto o olhava com nojo.

- Mas tu não fazias parte dos Angelus. - Assegurou Leila séria.

- Exato, não fazia. - Afirmei, e olhei para Diego. - Então porquê que te juntaste a eles?

- Maior parte dos Hunters estão mortos, Luna. Tudo por causa tua e do teu amor patético. - Ele olhou-me de cima a baixo. - Não acredito como pudeste trocar-me por um merda como ele.

- Hello?! - Steela perguntou irônicamente. - Estamos aqui para perguntar o que raio tens na cabeça para teres traído a tua gangue, não atirar remorsos para cima da Luna. - Cruzou os braços.

- Eu não iria sair da cidade. - Diego olhou para Steela com um olhar mortal. - Então escolhia morrer, ou juntar-me a eles.

Dei um sorriso irónico.

Era aquilo mesmo que eu tinha ouvido?

Quem jurou de pés juntos que iria lutar pelo gangue, e pelo seu nome até o fim, na primeira oportunidade traíu-o.

- O meu pai estaria tão desiludido contigo neste momento. - Sussurei, e ele deu uma gargalhada.

Olhei para ele como se ele fosse um louco, até que ele finalmente disse:

- Ele estaria desiludido comigo, mas não iremos imaginar como estaria contigo, não é Luna? Quiseste um amor estilo Romeu e Julieta, mas acabaste por nos levar a todas à ruína.

- As vossas escolhas levaram-nos à ruína! Tudo por ódio insano! - Respondi irritada enquanto aproximava-me dele. - Agora sê útil, e conta-nos o que eles andam a tramar.

- E o que te faz acreditar que te iria contar? - Ele perguntou com um sorriso, e eu encostei a minha arma contra a sua cabeça.

- Se não contares, diz adeus á tua miserável vida. - Respondi com um sorriso malicioso, e ele levantou as suas mãos em rendição.

- Tudo bem, eu conto! Eles planejam dar uma festa com máscaras amanhã à noite em memória aos mortos.

- Porquê? Já passou imenso tempo desde o ataque. - Leila deu um passo à frente, enquanto ainda o observava desconfiada.

- Sei que não confiam em mim, mas eu também não sei.

Afastei-me dele, e Leila deu um sorriso malicioso.

- Parece que vamos precisar de fatos, meninas. - Disse, e Steela olhou para mim orgulhosa.

Isto estava apenas a começar.

O meu nome não é JulietaOnde histórias criam vida. Descubra agora