Capítulo 10

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A primeira coisa que fiz assim que cheguei a uma bomba de gasolina, foi ir à casa de banho, e cortar o cabelo. Nunca mais iria usar o cabelo comprido. Cortei o cabelo até os ombros, e olhei para o meu reflexo no espelho.

Tudo isto aconteceu por tua culpa.

Retirei uma embalagem de tinta para o cabelo, e pintei-o de preto. Assim eu podia tornar-me noutra pessoa, e iria começar do zero noutra cidade.

Pedi uma folha de papel ao senhor que estava na caixa registadora, e comecei aescrever uma carta para Romeo:

"Vê onde o nosso "amor" nos levou. Todos que se importavam comigo estão mortos. Prometeste-me que não iria acontecer nada, mas não fizeste nada para o impedir. O teu melhor amigo queria-me matar. O teu melhor amigo chamou a tua gangue. Estás satisfeito? Ou enganaste-te? Não vou deixar isto ficar assim, e por favor não aches que isto é uma ameaça. Tudo o que estou a dizer, é que se tu não me amas mais, mente.

 Com amor,

Luna, não Julieta."

Agradeci ao senhor, e ele deu-me um envelope grátis. Coloquei a morada de Romeo, e dirigi-me de novo até a minha mota.

Passaram duas semanas desde que escrevi a carta a Romeo

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Passaram duas semanas desde que escrevi a carta a Romeo. Desde então tenho passado o meu tempo todo na estrada.

Encontro um motel no momento, perto de uma bomba de gasolina, e paro para encher o depósito.

Quando fui pagar, reparei que estavam também no local, mais três mulheres por volta da minha idade. Depois de pagar, peguei num jornal e comecei a lê-lo. No momento em que o voltei ao contrário, reparei que eu estava lá.

Malditos. Colocaram-se como procurada.

Corri até à casa de banho, deixando o jornal num local qualquer.

Quando me vi ao espelho analisei o meu estado. Eu estava bastante diferente,mas não o suficiente. Retirei toda a minha maquilhagem, e atei o meu cabelo num rabo de cavalo. No momento em que ia abrir a porta da casa de banho, ouvi vozes que falavam sobre mim. Provavelmente aquelas três mulheres tinham-me visto no jornal, e estavam a comentar sobre isso.

Saí da casa de banho, fingindo, mas fui agarrada, e jogada contra a parede.

Quando me apercebi, tinha sido uma das três raparigas, e eu defendi-me imediatamente. Elas começaram-se a rir, e eu encarei-as confusa.

Que merda se está aqui a passar?

- Nós estávamos a brincar contigo, nunca te iríamos denunciar. - Disse uma loira, enquanto mastigava uma pastilha.

- Isso nem faz o nosso feitio. - Continuou uma morena, a mesma que me atacou.

- Então, que merda fizeste para estares a ser procurada? - Perguntou-me uma ruiva.

- Bem, se vos contasse, vocês não iriam acreditar. - Respondi com um sorriso.

- Adoro o teu corte de cabelo. - Disse-me a morena.

Ouvimos o som de um carro chegar, e eu aproximei-me da janela, para verificar quem era, e elas aproximaram-se atrás de mim. Merda, era a polícia.

- Nós tratamos disto. - Disse a ruiva, antes de seguir em direção ao carro.

Elas começaram a namoriscar com os polícias, e quando conseguiram alcançar as algemas, prenderam-nos no carro.

- Rápido! - A loira gritou, e entrou num carro preto.

Corri rapidamente até lá, e entrei também no carro. Elas aceleraram, enquanto eu olhava fixamente para o meu casaco preto de cabedal com o símbolo dos dragões atrás. Atirei-o para o chão, e olhei para o caminho, enquanto aquelas três mulheres cantavam uma música qualquer alegres.

- Eu sou a Leila. - Disse a morena. - Ela é a Steela. - Apontou para a loira. - E ela é a Leah. - Apontou para a ruiva.

- Eu sou a Luna. - Respondi e elas deram gargalhadas.

- Nós sabemos! - Respondeu Steela sorridente.

Quando elas estacionaram, eu observei o local atentamente. Era uma espécie de tenda gigantesca. Na entrada tinha uma criança que brincava comum bocado de areia, e quando me viu fez-me adeus. Eu sorri, e retribui o gesto.

Ela sentraram na tenda, e eu fiz exatamente a mesma coisa. Fitei cada canto atentamente, e vi um aquário. Cheguei perto dele, e comecei a tocar no vidro enquanto observava o peixe a movimentar-se.

Leila chamou-me, e vi que elas tinham quatro copos com champanhe em cima de uma mesa.

- O que é isto? - Perguntei com um sorriso.

- É a nossa comemoração, por termos conseguido fugir daqueles polícias. - Respondeu Leila, e nós brindamos. Eu contei-lhes em seguida, o porquê de estar como procurada, quando o som de uma mota se fez ouvir.

Levantámo-nos imediatamente.

Saí da tenda, e vi o rapaz que me ajudou no dia em que queria encontrar Romeo.

- Mas que merda, o que fazes aqui? - Perguntei irritada e dei-lhe um soco no ombro. - Como raio me encontraste?!

Ele não disse nada, e limitou-se a entregar-me duas cartas que eu abri imediatamente.


O meu nome não é JulietaOnde histórias criam vida. Descubra agora