Capítulo 4

435 42 17
                                    

Vesti as minhas calças enquanto olhava para Diego, para me assegurar que ele não acordava.  Peguei no meu casaco. Desci do seu apartamento, e comecei a caminhar até o refúgio do gangue.   

Não acredito que imaginei o tempo todo o Romeo, invés de Diego.

Ouvi um buzinar de um carro, e imediatamente olhei para trás. Era Chase.

Suspirei em alívio, e entrei no seu carro.

-Onde raio te meteste ontem? – Perguntou preocupado.

-Isso pergunto-te eu.

-Disseram-me que te viram a sair da festa com o Diego, é verdade? – Ele perguntou enquanto levantava a sua sobrancelha. – Tu e ele?

-Parece que sim. – Limitei-me a dizer, e coloquei a mão no bolso detrás das minhas calças, e encontrei as cartas de Romeo.

Retirei a mão imediatamente, e observei o caminho em silêncio.

Quando chegamos ao refúgio da gangue, rapidamente me sentei no sofá ali perto. Chase sentou-se no sofá oposto, enquanto Ashley colocou-se no colo dele enquanto beijava-lhe o pescoço. Desviei o olhar, e retirei as cartas do meu bolso.

Separei as cartas, e abri a primeira.

"Sei que somos inimigos, mas isso nunca me fará deixar de tentar aproximar-me de ti". Revirei os olhos, e li a última frase.

"De que vale um nome, se o que chamamos rosa, sob outra designaçãoteria igual perfume?"

Levantei-me, e caminhei até a lareira. Dei um último olhar para as cartas, e atirei-as para lá. Elas arderam rapidamente, e a chama tornou-se maior.

Olhei para o chão, e vi que tinha caído uma. Apanhei-a, e observei-a. Estava escrito no envelope com uma caligrafia feita á pressa "A mais importante de todas".

Franzi as sobrancelhas, e quando ia abri-la para a ler, a voz de Ashley despertou-me.

-Luna? – Chamou-me. – Tu e o...?

-Sim. – Interrompi-a.

Ela olhou-me com os olhos arregalados e eu limitei-me a dar de ombros.

-Ele sabe que aquilo não foi nada de especial. – Afirmei e ela olhou-me desconfiada.

-Será que sabe?

Suspirei.

-Vou-me embora. – Informei, e Ashley acenou com a cabeça rapidamente.

Saí do refúgio, e comecei a andar em direção á minha casa.

Cheguei a casa, e sentei-me no sofá

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Cheguei a casa, e sentei-me no sofá. Tirei a carta do bolso, e comecei aler.

"Sei que é errado, mas eu não te consigo esquecer. Os teus olhos verdes, parecem uma galáxia, e juro por tudo que não os consigo retirar da cabeça, por mais que queira. Não me importo se estou a parecer o verdadeiro Romeu, mas eu só preciso que me conheças de verdade. Vamos deixar a maldita rivalidade entre os nossos gangues de lado, e conhecermo-nos de verdade, porque afinal, somos pessoas normais, que apenas moram em Brooklyn.

Quando perceberes que tenho razão, vem me encontrar no Tarot. Prometo-te que estou lá todos os dias, ás três da tarde.

Romeo."

Observei a carta de novo, e olhei para o relógio que estava na estante, perto da minha televisão. Marcava 14:43.

Levantei-me do sofá, e saí de casa. Caminhei até á minha mota, e conduzi até o Tarot.

Assim que lá cheguei, fitei Romeo encostado no seu carro branco, enquanto tinha um cigarro nos seus lábios. Desci da mota, e assim que ele deu conta da minha presença, tirou o cigarro da sua boca, e atirou-o para o chão, pisando-o em seguida.

-Tu vieste. – Disse com um sorriso gigantesco enquanto observava-me de cima a baixo.

-Não fiques tão contente, nem sei ao certo o que estou aqui a fazer.– Murmurei e ele deu um riso pelo nariz.

-Claro. – Deu um sorriso sarcástico.

-Diz o que tanto querias dizer. – Pedi e ele negou com a cabeça.

-Não desta maneira.

-Então parece que foi uma viagem em vão. – Levantei a sobrancelha,e quando ia começar a caminhar de volta até a minha mota, a sua voz impediu-me.

-Tu nunca escutas, pois não Luna? – Perguntou-me olhando para mim sério.

-Nem tento. – Respondi com um sorriso sarcástico.

Quando saiu uma mulher loira do Tarot, ambos nos calamos. Eu afastei-me de Romeo, se não ela ainda iria achar estranho a nossa proximidade.

-Eu conheço-te. – Ela disse-me.

-O quê? – Perguntei confusa. A mulher tinha mais ou menos a minha idade, porém, reparei que também tinha o amuleto de asas no pescoço, assim como Romeo. O seu rosto era angelical, mas eu tenho a certeza que nunca o tinha visto.

-Tu reconheces-me certo? – Perguntou com um sorriso.

-Talvez. – Respondi não muito convencida.

A minha resposta parece tê-la abalado, e ela não disse mais nada. Olhou para mim e para Romeo, e foi-se embora.

No momento em que me iria aproximar de novo de Romeo, Mikhael saiu do Tarot e eu dei um passo atrás. Olhei para o Romeo com os olhos arregalados, porém algo me surpreendeu.

-Finalmente apareceste. – Disse com um sorriso um tanto cruel.

-Como? – Perguntei confusa.

-O Romeo tem estado todos os dias aqui á tua espera, desde o dia do baile. – Continuou com o mesmo sorriso, e algo me dizia para não confiar nele.

-Como sabes isso? – Interroguei desconfiada.

-Ele é o meu melhor amigo, ele sabe sobre nós. – Respondeu Romeo ao aproximar-se de mim.

Quando ia responder, o meu telemóvel começou a tocar, e o nome de Diego apareceu na tela.

Merda.

Desliguei o telemóvel, e observei Mikhael, atenta.

Nunca gostei dele, e agora gosto ainda menos.

-Não existe "nós". Como foste capaz? Eu nem digo á Ashley que falo contigo, e tu confias nesse aí?

-Luna, ele é o meu melhor amigo e eu sei que ele é de confiança.

Suspirei,e calei-me.

-Podemo-nos conhecer agora? – Ele perguntou com um certo brilho nos olhos.

-Aqui? – Olhei ao meu redor.

-Não. – Romeo caminhou até á minha mota. E sentou-se em cima dela. – Vou-te levar a um sítio. – Estendeu-me a mão para subir também na mota, porém eu olhei-lhe desconfiada.

-Como posso confiar no meu inimigo? – Perguntei ainda desconfiada.

-Tenho a certeza que um inimigo nunca iria se esforçar ao escrever 100 cartas a pedir para lhe dar uma oportunidade, e no final desperdiçá-la. – Ele respondeu com um sorriso, e eu bufei.

Subi na mota sem lhe oferecer a minha mão, e ele ligou a mota.

-Podes colocar as mãos á volta da minha cintura, eu não mordo. –Percebi pelo seu tom de voz que ele se estava a divertir bastante com a situação. – Não por enquanto... - Ouvi-o a murmurar, e dei-lhe um soco no braço. – Tudo bem.

Ele acelerou, e eu quase me ia desequilibrando, então, coloquei as mãos ao seu redor.

Vi no espelho retrovisor da minha mota que ele tinha um enorme sorriso no rosto, e revirei os olhos enquanto aconchegava-me mais a ele.

O meu nome não é JulietaOnde histórias criam vida. Descubra agora