Capítulo 15

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No momento em que abri a porta, Leila lançou-me um sorriso enorme. Tentou espreitar para Romeo que estava atrás de mim, mas eu movi o meu corpo fazendo com que apenas eu aparecesse no seu campo de visão.

   - Ele está aí? - Perguntou ela com uma expressão maliciosa.
 
   - Ele quem? - Fiz-me de desentendida, e ela revirou os olhos, claramente aborrecida com a minha resposta.

   - Romeo. - Sussurrou, fazendo o meu corpo todo congelar.

Como é que ela sabia?

   - O Theo contou-me. - Leila respondeu em seguida, como se realmente conseguisse-me ler os pensamentos. - Ele não aguentou. - Acrescentou, com um sorriso suave.

   - Não acredito, que fofoqueiro! - Reclamei baixinho, e comecei a pensar em mil maneiras de como matá-lo.

Durante esse tempo, Leila aproveitou o meu momento de reflexão, e abriu mais a porta para conseguir entrar em casa. Arregalei os olhos, e virei-me na direção de Romeo, que mantinha um sorriso no rosto.

   - Uau, agora entendo porque fugiste. - Ela disse olhando-o de cima a baixo, e eu limpei a garganta chamando-lhe à atenção. - Calma, apenas estou a brincar.

   - Prazer, Romeo. - Lançou a mão a Leila, enquanto se aproximava.

Eu simplesmente observava a cena de longe, exatamente no mesmo espaço em que me encontrava quando abri a porta a Leila.

Se por acaso alguém começasse com as cantadas, sempre poderia lançar algo à cabeça de alguém.

O quê? Ciúmes? O que é isso?

   - Sou a Leila, uma das pessoas que ajudou-a a sair do inferno  que tu causaste. - Respondeu fria.

Espera o quê?

Bem, não era esta resposta que eu estava à espera.

   - Não causei nada, e não penses que podes chegar aqui e começares-me a insultar sem me conheceres. - Respondeu Romeo no mesmo tom.

   - Claro que não, nunca iria fazer isso! - Ela levantou os braços em redenção. - Mas, o problema aqui é que eu conheço-te bastante bem Romeo. Se fosses realmente fiel à Luna, irias voltar de onde vieste, apenas para matar o filho da puta do Mikhael! - Leila apontou o seu dedo para Romeo.

Ele manteve-se em silêncio, possivelmente ainda a processar as palavras ditas por Leila. 

Até que eu decidi colocar um ponto final naquela conversa.

   - Tudo bem Leila, compreendo que apenas querias verificar se eu estava bem, mas agora que verificaste, podes por favor ir-te embora? - Pedi com jeitinho, mas o olhar que ela me lançou, não foi nem um pouco simpático.

   - Claro. - Olhou para Romeo com desprezo. - Não te esqueças que eu não sou como a Ashley...

   - Eu sei que não és. - Interrompi-a. 

   - E eu não vou deixar que também nos leves à ruína por causa de um amor estilo Romeu e Julieta do século vinte e um. - Continuou.

   - Isso não vai acontecer!

   - A sério? Quantas mais pessoas precisam morrer para abrires os olhos? - Ela olhou para Romeo, que ainda se encontrava pensativo, em silêncio e em seguida olhou para mim, antes de voltar a caminhar até à porta, e sair de casa.

Quando o fez, suspirei, e olhei diretamente para o Romeo, coisa que não fiz desde que a Leila chegou, e apercebi-me que ele também estava a olhar para mim.

   - Ela tem razão. - Romeo disse finalmente, passado alguns minutos de silêncio.

   - O quê? - Sussurrei sem acreditar. 

   - Nós precisamos de voltar.

Observei-o ainda sem entender a sua mudança, e neguei com a cabeça com um sorriso irónico.

   - É claro que não vamos voltar. - Dei um passo na sua direção, enquanto ele observava-me sério. - Se é alguém que tem de voltar, esse alguém sou eu! E infelizmente tu não estás nos planos... 

   - O quê? - Ele perguntou furioso, no mesmo momento em que se encontrava incrédulo. - Luna, não podes voltar para lá sozinha.

   - Quem disse que iria sozinha? - Perguntei com um sorriso malicioso, e Romeo percebeu claramente que não iria ser ele a fazer-me mudar de ideias. - Eu saí daquela maldita cidade sozinha uma vez, posso voltar a fazê-lo, se for preciso.

   - Não estás a pensar claramente Luna!

   - Nunca estive. - Respondi.

E antes que ele pudesse dizer mais alguma coisa, eu saí de casa.  

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HEYYY! Sei que tenho andado um pouco desaparecida, mas finalmente recuperei a inspiração para terminar a história! YEYYY ahah!

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O meu nome não é JulietaOnde histórias criam vida. Descubra agora