Economia e praxelogia.
A economia é a mais nova das ciências. É verdade que, nos últimos duzentos
anos, surgiram muitas ciências novas, além das disciplinas que eram familiares aos
antigos gregos. Essas ciências novas, entretanto, eram apenas partes do
conhecimento já existentes no sistema tradicional de ensino e que se tornaram
autônomas. O campo de estudo foi mais bem subdividido e tratado com novos
métodos; foram, assim, descobertos novos campos de conhecimento que até então
não tinham sido percebidos, e as pessoas começaram a ver as coisas por ângulos
novos, diferentes daqueles de seus precursores. O campo mesmo não se expandiu.
Mas a economia abriu para as ciências humanas um domínio até então inacessível,
no qual não se havia jamais pensado. A descoberta de uma regularidade na
sequência e interdependência dos fenômenos de mercado foi além dos limites do
sistema tradicional de saber, pois passou a incluir um conhecimento que não podia
ser considerado como lógica, matemática, psicologia, física, nem como biologia.
Durante muito tempo os filósofos ansiaram por identificar os fins que Deus ou a
Natureza estariam procurando atingir no curso da história humana. Tentaram
descobrir a lei que governa o destino e a evolução do gênero humano. Mas mesmo
aqueles cuja investigação não sofria influência de tendências teológicas tiveram
seus esforços inteiramente frustrados, porque estavam comprometidos com um
método defeituoso. Lidavam com a humanidade como um todo ou através de
conceitos holísticos tais como nação, raça ou igreja. Estabeleciam de forma
bastante arbitrária os fins que fatalmente determinariam o comportamento de tais
conjuntos. Mas não conseguiam responder satisfatoriamente a indagação relativa a
que fatores compeliriam os indivíduos a se comportarem de maneira tal que fizesse
com que o suposto objetivo pretendido pela inexorável evolução do conjunto, fosse
atingido. Recorreram a artifícios insensatos: interferência milagrosa da Divindade,
seja pela revelação, seja pela delegação a profetas ou líderes consagrados
enviados por Deus; harmonia pré-estabelecida, predestinação; ou, ainda, influência
de uma fabulosa e mística "alma mundial" ou "alma nacional". Houve quem falasse
de uma "astúcia da natureza", que teria implantado no homem impulsos que o
guiam involuntariamente pelos caminhos determinados pela Natureza.
Outros filósofos foram mais realistas. Não tentaram adivinhar os desígnios de
Deus ou da Natureza. Encaravam as coisas humanas sob o ângulo do poder.
Tinham a intenção de estabelecer regras de ação política, como se fossem uma
técnica de governo e de condução dos negócios públicos. As mentes mais
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A ação humana- Ludwig Von Mises
RandomMenos Marx, por favor. Aproveite a leitura, em breve mais bons livros. Os capítulos do livro tem tópicos muito grandes, por isso dei um capítulo à cada um. Só para os capítulos não ficarem muito grandes, com os tópicos inclusos. Notas de rodapé est...