Humanas & Exatas: Uma história além da Física (EM REVISÃO)

Episódio 17

"—Se a traição fosse o mais tenebroso pecado, acredite, todos já estariam condenados ao inferno, sem direito a julgamento... - falou vovó."

O episódio foi idéia da billdip_girl, apenas acrescentei muitas coisas e mudei alguns pontos.

01 de Março, 2018

Se me dissessem que em 2018 eu namoraria Johnny Walker, eu com certeza iria bater nessa pessoa e dizer pra ela procurar um psiquiatra. Mas, olhe só, estamos namorando.
Estou deitada no chão da varanda, absorvendo vitamina D.
É domingo, o casal Zary estão em algum lugar, namorando. Johnny estava treinando para as Nacionais, que seriam sábado que vem.
Expiro.
Tenho a leve a impressão que vai acontecer algo, está bom de mais pra ser verdade...
Bem, deixa pra lá!

02 de Março, 2018

Me diz como em um mês pode acontecer tanta coisa!
Três mortes, concurso, mudança, Walker, Zack hétero, Lary sendo minha amiga. Eu já falei Walker?
Entro na escola, calmamente, analisando tudo ao meu redor.
Samantha Diaz e sua gangue de patricinhas param na minha frente.
—Olha só, Sam, é a Talarica. - falou uma.
Arquei uma sobrancelha.
—Não se faça de desentendida, Lyssa - vociferou Samantha - Você sabe muito bem o que fez!
Coloquei as mãos na cintura e curvei meu corpo pra frente.
—E o que eu fiz? - perguntei indiferente.
—Ficou com o Walker, mesmo sabendo que eu e ele estamos namorando!
Respirei fundo. Calma, Lyssa, sem conclusões precipitadas.
—Tem provas?
Ela mostra uma foto dela com ele, se pegando em uma parede.
O sangue ferveu. Trinquei os dentes.
—Não chegue mais perto dele! - vociferou.
Sai andando, antes de quebrar aquele nariz empinado dela.
Quando eu já estava fora do seu campo de visão, minhas pernas fraquejaram e eu tive que escorar na parede.
As lágrimas ameaçaram cair.
—Aqui, não, por favor...
Mesmo com as pernas fracas, consegue caminhar até o campus, sentei embaixo de uma árvore, encostei a cabeça no tronco.
Sem muita hesitação, as lágrimas caíram ferozmente, encharcando minhas bochechas em questão de segundos.
—Pequena! - ouvi aquele ser gritar, se aproximando.
Ponho a cabeça entre os joelhos.
—Luke disse que tinha visto você vir pra cá, o que houve? - pergunta, pousando sua mão em minhas costas.
Levantei o rosto.
—Você estava com Sam, todo esse tempo!!! - doía ainda mais dizer isso voz alta - Isso que houve!
—Mas, eu...
—Não me toca! - falei, me afastando - Você é um idiota, repugnante.
—Lyssa, mas...
Me levantei, ele continuou sentado me encarando.
—Sabe o que é pior disso tudo?! - gritei - Deixei me levar, acreditei em você, achei que me amava. PENSEI QUE SE IMPORTAVA, mas eu estava errada.
Peguei a mochila e sai andando.
—Lyssa!!!! - gritou.
Continuei andando, sem olhar pra trás.

Johnny P. O. V.

(Essa parte é paralela a de Lyssa)

Cheguei na escola e Luke já veio me bombardeando de perguntas.
—Cara, pensei que você e Sam tinham terminado! Você traiu ela com a Lyzz? - perguntou.
—O que? Como assim? Eu não trai ninguém! - exclamei.
—Samantha disse que vocês estão juntos desde aquele dia no Starbucks e que você traiu ela com a Lyzz... - explicou - Só se fala nisso na escola inteira.
—O QUE?!?!! - berrei.
Merda. Merda. Merda. Meu plano vai ser todo arruinado!
Maldita Samantha.
—Sabe onde a Lyssa está?
—Vi ela correndo em direção ao Campus.
—Valeu, cara.
Sai correndo atrás dela.
Vi ela sentada debaixo de uma árvore.
—Pequena! - gritei, me aproximando.
Ela põe a cabeça entre os joelhos.
—Luke disse que viu você vir pra cá, o que houve? - se ela já ouviu Samantha, já sei a resposta.
Ponho minha mão em suas costas, ato de consolo.
—Você estava com Sam, todo esse tempo!!! - eu vou matar essa loira - Isso que houve!
—Mas, eu... - tentei explicar.
—Não me toca! - fala, se afastando - Você é um idiota repugnante.
—Lyssa, mas...
Ela se levanta, continuo sentado a encarando
—Sabe o que é pior disso tudo?! - grita - Deixei me levar, acreditei em você, achei que me amava. PENSEI QUE SE IMPORTAVA, mas eu estava errada.
Pega a mochila e sai andando.
—Lyssa!!!! - grito.
Ela continua andando, sem olhar pra trás.
Corro atrás dela, pego seu braço.
—Me solta, Walker! - disse, tentando parecer firme, mas sua raiva havia desaparecido e dado lugar a tristeza.
—Não, você tem que me ouvir! - falo.
—Eu me recuso! - grita.
---Ly, eu amo você! Sabe disso! - falo, afrouxando o aperto no braço dela - Sabe muito que Sam inventa coisas horríveis. Não pode acreditar nela.
Seus ainda estavam encharcados.
Assim, olhando em seus olhos azuis profundos, me dá vontade de parar com tudo. O plano, as mentiras, tudo. Me dá vontade de ficar ali, com ela, pro resto da minha vida.
—Eu não acredito mais em você! - fala, se soltando e saindo correndo.
Cai de joelhos no chão.
"Eu não acredito mais em você".
A fala dela martelava na minha cabeça.
Burro, burro, burro!
Comecei a socar a terra.
Sinto as lágrimas quentes escorrer pelo meu rosto. Funguei.
Eu poderia estar usando ela, poderia estar mentindo pra ela, mas eu a amava de verdade, mais que tudo.
Tentei inúmeras vezes secar as lágrimas, mas era impossível, elas caiam em nível desregular e anormal. Acho que nunca chorei tanto na minha vida.
Maldita Samantha!
Mesmo com as lágrimas, e um grande risco da minha reputação ir pro espaço, entrei no pátio da escola.
Todos olhares vieram pra mim.
Johnny Walker jamais chorava, jamais demontrara sentimentos.
Me aproximei de Samantha, que estava junto de Jam.
—Sua dissimulada, retardada! - a chinguei.
—O príncipe perdeu sua princesa, Sam! - disse Jam debochado.
Ela riu.
—O que vai fazer, Walker? Ela não quer nem mais olhar na sua cara! - a loira disse.
Meu sangue ferveu.
Dei um soco no nariz dela. Não me importo se for preso, se ela é mulher.
Dei um soco no estômago do Jam, que sei que ele faz parte disso.
Me virei e comecei a andar.
—Sabe que não te quer mais! - fala Jam, com dificuldades.
Apenas fechei o punho e sai do local.

⭐⭐⭐

—E aí, cara? - ouço a voz do Luke.
Eu tava na praia desde que sai da escola. O sol estava se pondo. Não me importei com o concurso hoje. Faltei, estou na frente mesmo!
—E aí. - falo desanimado.
—Ainda tá pensando em continuar com o plano? - pergunta.
Expiro, exausto.
Luke era o único que sabia do plano.
—Não sei, a confiança dela era essencial, agora, ela nem quer olhar na minha cara. - resmungo azedo.
—Devia tentar reconquistá-la! - disse - Mas, sabe muito bem que não apoio esse plano.
Reviro os olhos.
—Sei, Luke, sei muito bem. - penso no que ele disse - Será que ela me perdoaria?
—Não, não mesmo! - disse.
Empurro ele.
—Luke!
—O que eu estava sendo honesto! - levanta as mãos - Mas, falando sério, acho que ela te perdoaria, mas não agora, não tão cedo.
—É, eu sei. Mesmo assim, valeu, cara!
—Disponha, Walker.