Episódio 28

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"---O esquecimento é inevitável e o amor é apenas um grito no vácuo! - li em voz alta"

27 de Março, 2018

Cheguei no hospital, todos estavam na sala de espera.
---Como ela está? - questiono, me aproximando.
Lary se levanto com as lágrimas nos olhos. Começou a me socar.
---Vai embora, morre! É tudo culpa sua! - acusou.
---Lary. Lary - Luke segura ela.
A loira o olha indignada.
---Espera... - fala Zack - Você sabia, Luke? Sabia o tempo todo e deixou isso acontecer?! Ela era sua amiga!
Luke abaixa a cabeça.
---Não acusem ele, fui eu que pedi que não contasse. Eu posso explicar, eu juro.
Kay se aproxima e cruza os braços.
---Então, explique - disse numa confiança, que até  me deu medo.
---Foi hoje de manhã...

Flashbacks on

Acordei lentamente e me sentei na cama.
---Bom dia, Johnny - ouço uma voz.
Samantha.
---O que faz aqui?
Ela começou a andar pelo quarto.
---Só queria que... Bem, você fizesse alguns ajustes em seu plano.
---Que plano? - questiono.
Depois de ontem à noite, desisti totalmente do plano, não poderia vacilar com Lyssa.
---O plano que você planejou para se aproveitar de Lyssa, nesse concurso.
---Não sigo ordens de uma fracassada! - vociferei.
---Ah, claro, não queria usar essa ameaça, mas... Luka.
O irmão dela saiu do banheiro. Será que não tranquei a porta?
---Então, o plano é quase que nem o original, só que dessa vez foi está sendo ameaçado para cumpri-lo. Ou você completa esse maldito plano ou... Bem, seria muito interessante sentir as unhas de Lyssa em minhas costas, não acha?
Trinquei os dentes.
---Não ousaria.
---Você sabe do que sou capaz, Walker. E então?
Eu... Eu não sei o que fazer... Me sinto tão impotente agora...
Engulo em seco. Me perdoe, meu amor.
---Feito.
---Ótimo, vamos, Luka.
E sumiram, não consegui levantar.
Não consegui fazer mais nada.
A única coisa que eu pensava era em Lyssa chorando e aquilo estava me matando por dentro.

Flashbacks off

---Por que não contou?
---Eu não sei. Se eu contasse pra alguém, além de Luke, poderiam contar à Lyssa.
---Daríamos um jeito, Johnny - fala Lary, pondo a mão em meu ombro.
Sinto uma dor no estômago.
---Desculpa.
Ela me deu um soco.
---Quem é a família da srta. Beck? - pergunta um médico.
---Eu. - se pronuncia Zack.
---Me siga, por favor.
Ambos se retiram.
Todos no entreolhamos aflitos.

28 de Março, 2018

Já passava da meia-noite, Zack nos contou o que o médico dissera.
Havia uma grande chance de haver sequelas do acidente.
Suspiro. Eu era o único acordado naquele momento.
Todos conchilavam.
Me levanto e caminho um pouco pelos corredores.
Pego um doce numa máquina.
Como lentamente.
Escoro na parede e deslizo pra baixo.
Como fui deixar isso acontecer? Como pude ser tão idiota?
Isso é tudo culpa minha. E eu nem posso fazer nada pra consertar.
Abaixo a cabeça.
---Hey, moço, você está bem? - ouço uma vozinha infantil.
Levanto a cabeça e encaro a menina. Parecia Lyssa quando criança.
---Não, não estou.
Ela se senta ao meu lado.
---O que houve?
---O amor da minha vida está em algum quarto desse hospital com possíveis sequelas de um acidente que eu poderia evitado se eu não fosse tão... Retardado. - confessei.
---Hey, relaxe, não jogue tudo nas suas costas. Foi um acidente de carro? - assinto - Foi você que estava dirigindo?
---Não.
---Então, pra quê se culpar tanto? Se ela morrer ou acontecer algo com ela, quem deve sentir culpa e remorso é o motorista, não você.
---Mas...
---Nada de mas, moço. O mundo é assim, cruel e um pouco tenebroso, mas há sempre luz em meio a escuridão.
---Tem razão, menina. - falei - Mas e agora, o que eu faço?
Ela parou pra pensar um pouco.
---Você a ama e, com certeza, não deixará ela ir, certo? - assinto - Então vá atrás dela. Saiba onde ela está e fique com ela.
Olho pro teto. Ela tinha razão.
Até uma criança sabe o que fazer e eu não. Que humilhante.
---Tem razão, obrigada...
---Lindy.
---Lindy. Sou Johnny.
Ela sorri.
---Eu sei! - eu estranhei, mas deixei pra lá.
Me levantei e fui em direção a recepção.
Antes de sair daquele corredor, olhei pra trás.
Não havia ninguém, apenas uma suave fumaça branca.
Dei de ombros e segui até o local.
---Com licença, em que quarto se encontra Lyssa Beck?
---Lyssa... Quarto 512, quinto andar.
---Obrigada.
Vou em direção ao elevador, aperto o botão e logo chega.
Entro e vou pro quinto andar.
Saio do elevador. 512.512. Achei!
Entro.
Lá está ela, cheia de tubos e fios. Nem parecia minha Beckham.
Ela parecia tão fraca e venerável.
As lágrimas ameaçaram cair.
Pisquei algumas vezes.
Me aproximo e pego sua mão.
---Oi, meu amor... Sou eu, Johnny, me perdoe. Queria que soubesse da história toda, mas agora você está aí, perdida no subconsciente.
Suspiro e aperto sua mão. A solto.
---Estou aqui, tudo bem? Sempre estarei aqui... É uma promessa.

Humanas & Exatas: Uma história além da Física (EM REVISÃO) Onde histórias criam vida. Descubra agora