Episódio 16

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"—'Uma doce sensação, uma leve brisa de primavera, as flores crescendo, um bom coração...'.
Quinta série. Aula de português.
—Muito bem, Lyssa! - exclamou a professora."

27 de Fevereiro, 2018

Acordei pela manhã, ouvi os batimentos do Walker. Me sentei e peguei meu celular, 06:30 AM. Me levanto e pego uma calça jeans rasgada e uma blusa branca escrito "no rules".
Fui pro banheiro, tomei banho, fiz minhas higienes, penteie o cabelo e sai.
—Beck...? - chama Johnny, do quarto.
—Na cozinha!
Pus as duas torradas, recém retiradas da torradeira, num prato.
Peguei uma tigela e coloquei cereal.
—Bom dia... - falou sonolento.
—Bom dia! - por algum motivo eu estava animada.
Talvez por ser sexta-feira.
Ele sentou pra comer. Comeu o cereal. Enquanto eu passava Nutella nas minhas torradas.
Comemos calmamente.
Johnny terminou.
—Vou pra casa, tomar banho, trocar de roupa. Passo aqui pra te pegar. - falou, depositando um beijo em meus cabelos.
Ouço a porta ser aberta e, logo depois, fechada.
Era muito estranho eu me sentir bem com ele por perto?

Saímos do carro, ele me passou o braço por cima dos meus ombros, atraindo olhares dos demais.
—Aí, sim! Se resolveram! - exclamou Zack, aparecendo junto com Lary.
Nós nos entreolhamos.
—Bem, já que se assumiram, está na hora de contarmos! - falou Lary, ela e Zack se entreolharam.
Oh, não. Não pode ser!
—Estamos namorando! - comentou Zack, por fim.
Dei um gritinho agudo, pulando em cima dos dois.
—Casal Zary!!! - gritei nos ouvidos deles.
—Casal Johnly!!! - gritaram de volta.
Me distancio um pouco.
—Não estamos, bom, juntos... - falo.
—Ainda! - objetou Johnny.
Rimos, o sinal soou e tivemos que ir pra aula.

⭐⭐⭐

28 de Fevereiro, 2018

Já teve aquela leve sensação de perseguição ou de que alguém está te observando? Que alguém está se espreitando pelas paredes e dentre os arbustos para te espionar, te sequestrar ou qualquer outra coisa que leve alguém a fazer isso?
Olhei pra trás pela quinta vez e a rua estava deserta, quer dizer, tem alguns carros indo pra lá e pra cá, algumas pessoas caminhando com seus filhos, ou cachorros, ou outras pessoas. Aparentemente normal, ninguém que ligasse a mera existência de mais uma pessoa que passa em uma rua pública.
Continuei seguindo em direção à praça. Por algum motivo, ainda desconhecido, Walker me chamou lá. Aceitei, era sábado, não tinha nada pra fazer, então...
Entrei no terreno da praça.
Ela tinha um ligação direta com uma reserva floresta, a qual podíamos entrar e sair quando quiséssemos, apenas sendo conscientes e não deixando lixo dos famosos piqueniques.
Ele falou pra esperá-lo no coreto. Cá estou, esperando o moreno.
Voltei a sentir aquela sensação. Olhei para esquerda, casais andando, normal. Quando viro pra direita, me assusto.
Um beijo meu é roubado por Johnny Walker.
—Já te disseram que beijos roubados são os melhores? - perguntou, me dando um selinho.
Reviro os olhos.
—Calma lá, garanhão - falei, colocando minha mão em seu peito - Não somos namorados, nem nada, não pode chegar assim! - bronqueie.
Ele deu uma risadinha.
—Aliás, você fica me perseguindo, eu tenho coração fraco Walker.
Ele beijou minha testa. Pegou minha mão e me puxou.
—Vamos, tenho uma surpresa! - falou, me levando pra área de reserva florestal.

Caminhamos por uns cinco minutos até chegarmos onde ele queria.
Numa pequena clareira, tinha uma toalha quadriculada vermelho e branco, uma cesta e comida sobre a toalha.
Levei as mãos à boca.
—Gostou? - perguntou, me abraçando por trás e apoiando o queixo no meu ombro.
Assinto, ainda sem palavras.
—Vem, vamos, estou morrendo de fome. - exclamou, me puxando.
Esse Johnny, só pensa em comida.
Sentamos um de frente pro outro.
—Minha mãe fez sua torta favorita! - falou tirando aquelas típicas formas de torta.
—Torta de morango e chocolate! - exclamei.
Cortei um pedaço pra cada.
Comi, saboreando cada migalha daquela estupenda torta de Mylena Walker.
—Qual é o por quê de tudo isso? - perguntei, comendo o último pedaço de torta do meu prato.
—Não posso agradar o meu amor? - corei com o comentário - Adoro como fica corada.
Johnny passa os dedos levemente por minha bochecha, me fazendo estremecer com seu toque.
Comemos, conversamos, brincamos, comemos, descansamos, olhamos as nuvens, comemos.
Eu já disse que comemos?
Walker estava com a cabeça em minhas pernas, eu estava lhe fazendo cafuné.
A brisa refrescante era onipresente.
—Ly... Posso fazer uma pergunta?
Ele estava de olhos fechados, mas estava com uma expressão pensativa.
—Sim, faça!
—Se, bem, eu mentisse pra você, eu estivesse te usando pra conseguir algo e você descobrisse, o que faria?
Tamborilei os dedos no queixo, pensando.
—Bem, eu ficaria brava, muito brava.
—Mas iria me perdoar?
—Depende do que você mentiria, Walker...
—E se eu te magoasse quando descobrisse?
—Eu iria quebrar tua cara! - rimos - Mas, por que a pergunta?
—Nada, só... Calculando as chances de sobreviver até nosso casamento, com tanta besteira que eu faço - ele dá um sorrisinho tímido.
Sinto minhas bochechas esquentarem. Casamento? Onde já se viu?
—Ly... - me chamou novamente - Quer namorar comigo? - falou fofamente.
Coisa fofa!!!!
—Quero, Johnny... - dou beijo nele.
—Sabia que seus lábios tem gosto de chocolate? - rio.
—São muitos anos comendo chocolate.
Rimos.
—Te amo, Lyssa.
—Te amo, Johnny.

⭐⭐⭐

Johnny P. O. V.

Estou deitado na cama, olhando pro teto.
Por que estou mentindo pra ela? Por que estou a usando pra vencer o concurso?
Admito, foi um plano infalível, mas a que custo?
O coração partido de Beck, sua decepção, suas lágrimas...?
Só de imaginá-la chorando me parte o coração.
—Meow? - mia Chat.
—Eu sou um idiota, Chat... - o gato sobe na cama e se acomoda no meu abdômen.
—Meow, Meow!
---Devia dizer a verdade a ela? Está maluco? - pergunto.
—Meooow - se espreguiça, esticando-se todo.
—Eu sei, eu sei. Mas, é por um bem maior, meu maior objetivo desde que brigamos na terceira série!
—Meow...
—É claro! Por que acha que estou fazendo isso? - acaricio a cabeça do bicho - Essa briga já foi longe de mais, Chat, vou por um fim nisso. E eu serei o vencedor!

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