Capítulo um

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Em Wodospad uma cidadezinha da Polônia, onde haviam muitas estradas, em sua maioria de terra e rios cristalinos. Nela se tinha poucas vendas, postos e delegacias. Muito chovia, porém o sol sempre aparecia pela manhã durante o verão. Seus habitantes eram pessoas humildes, muitos deles com costumes antigos e patriarcais. Próximo as montanhas, por volta do ano de 1939, morava uma garota chamada Rosemary Krawczyk, que completara recentemente dezesseis anos. Tinha meia estatura; era bonita, de cabelos pretos brilhantes e olhos âmbar. Tinha a pele rosada e os lábios corados. Era contente e muito sonhadora, muita vezes ingênua sobre o mundo. Sua casa era grande, onde morava com seus pais e seus irmãos, eram três no total: dois irmãos mais velhos de dezoito e vinte anos e sua irmã caçula Jozefina de doze anos.

Logo cedo, depois de colher trigos no campo com sua mãe, Rosemary lavava a louça do café da manhã, enquanto isso, olhava pela janela da cozinha as árvores do outro lado e se distraia em pensamentos. Desde que havia completado dezesseis anos, vivia sonhando com a sua festa de debutantes que estava marcada para o próximo mês, mas ainda lhe faltava muitos preparativos e um vestido que ela mesmo queria costurar. Estava nervosa e não conseguia disfarçar. Suas pernas e mãos tremiam mesmo sem querer, e sem perceber naquele momento, uma das xícaras que lavava acabou escorregando subitamente, se quebrando em milhares de pedaços no chão.

- Rosemary o que está fazendo?! - perguntou sua mãe olhando para os cacos de porcelana.

- Me desculpe. Me distrair - respondeu a jovem.

- Se distraiu com o que? Anda, pegue a vassoura - disse a mulher entregando-lhe a vassoura.

- Sim senhora.

- Ela vive assim depois que sua festa de debutantes foi anunciada. Deve estar ansiosa com um possível pretendente - disse Anthony um de seus irmãos que estava a mesa.

Rosemary o olhou envergonhada e disse:

- Isso não é verdade!

- Tudo bem! Eu só estava brincando - disse o rapaz.

- Não oportune a minha menina - disse um homem adentrando a cozinha.

Era Jozef pai de ambos.

- Pai! - exclamou Rosemary contente ao vê-lo.

Ele era um homem honesto e muito gentil.

- Não está na hora da sua aula de violino? - perguntou Jozef olhando para o relógio de parede.

- Tem razão!- disse a garota entregando a vassoura a Anthony - Limpe o resto.

- Nem pensar - disse ele torcendo o nariz.

- Tem que ser um homem prendado para arranjar uma boa esposa - disse ela.

- Já está na hora meu filho - disse Jozef risonho.

- Eu já tenho namorada - disse o rapaz estreitando os olhos.

Todos começaram a rir.

- Não tem graça. - Concluiu Tony.

- Me dê isso... - disse a mãe pegando a vassoura dele - Eu termino, e você Mary, vá depressa e leve Jozefina consigo.

A Garota Do ViolinoOnde histórias criam vida. Descubra agora