Capítulo dois

118 5 0
                                    

Ele não respondeu e se distanciou. Mary o seguiu.

- Podemos ir para minha casa. Meu pai ficará grato se me levar até lá.

O homem continuava em silêncio. Mary andava atrás dele com desconfiança. Não sabia quem ele era, o que fazia ou para onde a levava. Seria ele confiável? Ela não fazia ideia, nem conseguia pensar claramente, tudo que queria era voltar para casa e reencontrar sua família. Olhando para os lados acabou percebendo que ficavam cada vez mais distantes de casa e ficou nervosa.

- Ei espera! - gritou ela.

- O que? - disse ele virando para olhá-la.

- Minha casa é para aquele lado - disse ela apontando com o dedo. - Estamos nos distanciando muito. Eu quero voltar!

Ele percebendo aeronaves se aproximando, se abaixou a puxando pelo braço para baixo também.

- Olha aqui garota, eu não vou voltar para lugar nenhum, se você quiser voltar, volte, mas saiba que não chegará muito longe - disse ele soltando o braço dela.

O homem continuou seu caminho cautelosamente para não ser notado. Mary ficou alguns minutos pensando. Ela queria muito poder voltar, mas sabia que era muito perigoso estar sozinha naquelas circunstâncias e ainda por cima não conseguia andar perfeitamente. Sua perna doía muito sempre que a forçava um pouco mais. Ela sentia um aperto no peito ao se ver levantando para ir atrás do homem outra vez.

- Espere! - exclamou ela.

Ele não respondeu, mas a olhou nada feliz, já estava se irritando com ela. Rosemary não entendeu sua expressão.

Já andavam a bastante tempo atrás de carros e escombros; anoitecia quando de repente, um soldado inimigo que passava na estrada os viu e começou a atirar sem hesitar. Mary e o homem começaram a correr desesperadamente, até que se esconderam atrás de um carro abandonado na estrada.

- Fique sempre ao meu lado - disse o homem a Mary.

A jovem logo assentiu.

Ele então tirou a arma da cintura e começou a trocar tiros com o soldado que se aproximava aos poucos. Rosemary estava com muito medo, seu corpo tremia sem parar.

- Corra! - gritou o homem. - Estarei atrás de você!

Mesmo em pânico ela começou a correr sem saber para onde ir. Ele vinha sempre atrás dela enquanto atirava, em uma delas conseguiu atingir o inimigo com êxito.

- Corra para aquela casa! - gritou ele enquanto protegia sua retaguarda.

Mary fez apenas o que ele pediu. Corria com muita dor e quando não pôde mais aguentar, caiu. Ele assustado se aproximou dela e perguntou:

- Você está bem?

- Não consigo mais... - respondeu ela com voz fraca.

Franzindo a testa ele guardou a arma e a pegou no colo. A levou até os fundos da casa mais próxima que viu e a colocou no o chão.

- ...Iremos entrar? - perguntou ela.

Ele fitando o céu ainda conseguia ver muitos aviões por perto.

- Droga.

- O que foi?

Ele olhava ao seu redor como se procurasse por algo e Mary não conseguia entender, até que ele avistou a porta do porão daquela velha casa e foi até ela, porém, estava trancada com um cadeado. Sem demora, pegou sua arma e deu dois tiros nele, que o fez abrir, depois com o pé ele arrombou a porta.

A Garota Do ViolinoOnde histórias criam vida. Descubra agora