Ele não respondeu e se distanciou. Mary o seguiu.
- Podemos ir para minha casa. Meu pai ficará grato se me levar até lá.
O homem continuava em silêncio. Mary andava atrás dele com desconfiança. Não sabia quem ele era, o que fazia ou para onde a levava. Seria ele confiável? Ela não fazia ideia, nem conseguia pensar claramente, tudo que queria era voltar para casa e reencontrar sua família. Olhando para os lados acabou percebendo que ficavam cada vez mais distantes de casa e ficou nervosa.
- Ei espera! - gritou ela.
- O que? - disse ele virando para olhá-la.
- Minha casa é para aquele lado - disse ela apontando com o dedo. - Estamos nos distanciando muito. Eu quero voltar!
Ele percebendo aeronaves se aproximando, se abaixou a puxando pelo braço para baixo também.
- Olha aqui garota, eu não vou voltar para lugar nenhum, se você quiser voltar, volte, mas saiba que não chegará muito longe - disse ele soltando o braço dela.
O homem continuou seu caminho cautelosamente para não ser notado. Mary ficou alguns minutos pensando. Ela queria muito poder voltar, mas sabia que era muito perigoso estar sozinha naquelas circunstâncias e ainda por cima não conseguia andar perfeitamente. Sua perna doía muito sempre que a forçava um pouco mais. Ela sentia um aperto no peito ao se ver levantando para ir atrás do homem outra vez.
- Espere! - exclamou ela.
Ele não respondeu, mas a olhou nada feliz, já estava se irritando com ela. Rosemary não entendeu sua expressão.
Já andavam a bastante tempo atrás de carros e escombros; anoitecia quando de repente, um soldado inimigo que passava na estrada os viu e começou a atirar sem hesitar. Mary e o homem começaram a correr desesperadamente, até que se esconderam atrás de um carro abandonado na estrada.
- Fique sempre ao meu lado - disse o homem a Mary.
A jovem logo assentiu.
Ele então tirou a arma da cintura e começou a trocar tiros com o soldado que se aproximava aos poucos. Rosemary estava com muito medo, seu corpo tremia sem parar.
- Corra! - gritou o homem. - Estarei atrás de você!
Mesmo em pânico ela começou a correr sem saber para onde ir. Ele vinha sempre atrás dela enquanto atirava, em uma delas conseguiu atingir o inimigo com êxito.
- Corra para aquela casa! - gritou ele enquanto protegia sua retaguarda.
Mary fez apenas o que ele pediu. Corria com muita dor e quando não pôde mais aguentar, caiu. Ele assustado se aproximou dela e perguntou:
- Você está bem?
- Não consigo mais... - respondeu ela com voz fraca.
Franzindo a testa ele guardou a arma e a pegou no colo. A levou até os fundos da casa mais próxima que viu e a colocou no o chão.
- ...Iremos entrar? - perguntou ela.
Ele fitando o céu ainda conseguia ver muitos aviões por perto.
- Droga.
- O que foi?
Ele olhava ao seu redor como se procurasse por algo e Mary não conseguia entender, até que ele avistou a porta do porão daquela velha casa e foi até ela, porém, estava trancada com um cadeado. Sem demora, pegou sua arma e deu dois tiros nele, que o fez abrir, depois com o pé ele arrombou a porta.
VOCÊ ESTÁ LENDO
A Garota Do Violino
RomanceRosemary Krawczyk é uma jovem violinista cheia de sonhos para o futuro e sua família é a base deles, porém em um dia que era aparentemente comum seu país é invadido dando início a Segunda Guerra Mundial. Sem encontrar sua irmã mais nova, Rosemary en...