Capítulo Nove

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"Abri meus olhos. Meu coração saltava no peito quase para fora quando vi a luz do sol entrar pela janela do meu quarto. Olhei ao redor para ter certeza e vi todos os meus móveis, e objetos preciosos, não pude conter a felicidade de estar ali, finalmente tinha acordado daquele terrível pesadelo. Abri a gaveta do guarda-roupa e tirei dele um lindo vestido rosa e antes de qualquer coisa, desci as escadas ainda descalça, queria muito ver a minha familia, parecia que não os via há décadas. Ao adentrar a cozinha, lá estavam todos eles assentados a mesa: Anthony com seu sorriso largo; Robert sempre sério, porém tão belo, e a pequena Jozefina também estava, pronta para fazer encrencas; meu pai completava a mesa e minha mãe os servia com muito carinho. Fiquei parada os observando. Eu estava tão feliz.

- Dormiu muito hoje Mary - dizia meu pai me fitando.

Apenas sorri e sentei ao seu lado. Era magnífico apreciá-lo. A mesa estava farta de alimentos e tudo estava delicioso, Tony contava suas histórias divertidas enquanto todos riam contentes. Aquele momento não podia acabar. Comíamos, riamos e tudo estava sendo como sempre fora, entretanto, o sol já não era tão forte, nem chegava a bater nos vidros das janelas, tudo aos poucos começou a escurecer; a comida estava fria, e as histórias já não eram tão interessantes. Até que tudo ficou silêncioso, eles já não pareciam felizes e me olhavam cabisbaixos.

- O que há com vocês? - perguntei sem entender.

Ninguém me respondeu, pouco depois ouvi um grande barulho, e de repente muitos homens começaram a invadir a nossa casa. Levantamos assustados das cadeiras e comecei a gritar. Não podia ser! Um deles agarrou em meus braços.

- Solte ela! - gritou meu pai que acabou levando um soco.

Meu pai caiu desmaiado e tentei ir até ele para ajudá-lo, mas o homem impediu, me segurando ainda mais forte do que antes. Ele falava muitas coisas que eu não conseguia entender. Quebravam nossos móveis com pontapés e empurrões. Meus irmãos também tinham sido pegos, Tony foi arrastado para fora e fiquei desesperada.

- Me solta! - gritava estericamente.

Jozefina também gritava. O soldado que a segurava, logo puxou uma arma. Meus olhos se arregalaram quando o vi apontar para ela.

- Não! - gritei

Mas eles não se importavam com nada, e a pequena Jozefina, tão bonita, tão jovem, não teve nenhuma chance, e caiu sobre o tapete empueirado. Robert já inconsciente também acabou sendo puxado para fora. Comecei a me debater e gritar. Eu precisava me soltar, eu precisava ir até eles; queria ir ver jozefina, queria protegê-la! Mas o homem me segurava e apertava com força, seus dedos marcavam meus braços, até que o chefe deles apareceu e se aproximou, os outros os cercaram e ele me fitou nos olhos. Ele era o culpado de tudo; ele tinha uma arma e a apontou..."

Mary gritava e se debatia de um lado para o outro, um homem a segurava com força, e ele era Thomas.

- Me solta! - gritou ela empurrando Chase.

- Acalma-se, foi apenas um pesadelo.

Erguendo os olhos a jovem viu as árvores, o céu e o rosto de Thomas que se afastava.

- Você está bem? - perguntou ele. Rosemary começou a chorar. Tinha sido um pesadelo cruel.

- Foi horrível...- dizia ela entre soluços.

A Garota Do ViolinoOnde histórias criam vida. Descubra agora