Capítulo Quinze

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Era a primeira vez que Rosemary saía do hotel. Ela caminhava pela calçada ao lado de Thomas enquanto olhava para todos os lados, e desta vez não era para deslumbrar a paisagem e sim para reparar os soldados em cavalos que os cercavam. Tudo aquilo partiam seu coração e a fazia acreditar menos no amor. Talvez fosse inevitável se tornar alguém fria e vazia.

Quando chegaram a um certo ponto Thomas apontou para o lugar onde iriam. Era um simples bar, mas um sorriso cobria o rosto dele que a jovem não entendia o porquê. Os dois logo entraram e ele a levou até o balcão, e sentaram.

- Você pode pedir qualquer coisa - disse Chase.

Ela não sentia vontade de comer nada, mas não podia fazer essa desfeita para Thomas que parecia tão animado por algum motivo aparentemente desconhecido.

- Eu quero uma tequila - disse Thomas ao balconista.

- Ah, eu quero... Um suco - disse Mary.

A garota rodeava o lugar com os olhos. Havia muitas pessoas reunidas e bebendo, algo estranho para Rosemary já que em uma guerra não havia motivos para celebrações, mas também notou que ninguém parecia feliz, tanto homens como mulheres e ficou ainda mais confusa. Um casal que estavam ao seu lado conversavam e Mary ouviu a mulher dizer:

- Eu estarei aqui te esperando.

A jovem logo franziu a testa e continuou olhando para todos que pareciam ter a mesma expressão no rosto. Estavam tristes. Ela não sabia o que estava acontecendo e ficou incomodada. Naquele momento o homem a serviu e gentilmente ela disse:

- Obrigada.

Ela fitava o suco sem muitas expectativas, até que olhou para Thomas que já pedia sua segunda dose, então decidiu tomar um gole e acabou impressionada com o gosto, pois era muito saboroso, sem demora o tomou por inteiro.

- É muito bom - dizia ela.

Thomas apenas sorriu e ela ao vê-lo sorriu também.

- Posso te fazer uma pergunta? - perguntou ela.

- Pode - disse ele.

- Afinal, qual foi o motivo de você ter sido expulso do exército?

Ele respirando fundo disse:

-... Depois de um tempo servindo o exército, eu vi muitos soldados recebendo titulos, subindo de cargos e eu achava que eu também merecia. Afinal, eu que era o filho de um capitão aclamado. Eu queria ser bem tratado por isso. Eu também sempre fui dedicado quando mais jovem, mas continuava sempre sendo um mero soldado, tendo de receber ordens. Nas provas eu não conseguia passar e achava injusto... Eu achava que era marcação em cima de mim. Mas acabei perdendo a razão e me intitulei acima dos outros. Comecei a beber bastante e fiquei muito arrogante, já não queria receber ordens... Então tive uma discussão com um sargento, e nos agredidos seriamente... Depois disso fomos expulsos.

- Entendo - disse a garota.

- Foi tudo culpa minha.

Uma música lenta era tocada enquanto Mary o fitava. Então perguntou:

- Qual era o seu sonho?

A Garota Do ViolinoOnde histórias criam vida. Descubra agora