Capítulo Vinte e Quatro

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Rosemary fez de acordo com o que Wiktor tinha dito, seguiu cuidadosamente pelas calçadas. A rua estava deserta, mas havia muitos barulhos de aeronaves. Tudo estava destruído depois do último bombardeio, uma cena terrível para qualquer um. Mary andou encostada nas paredes que restara de algumas casas e vendas durante muito tempo. Já estava ficando tarde e estava extremamente cansada quando não percebeu um buraco entre as pedras e prendeu o pé nele.

- Ai! - Gritou.

Ela tentou tirá-lo imediatamente, mas não conseguiu, puxou-o e puxou-o, mas estava preso.

- Droga! E agora? - dizia olhando para os lados.

Tentou puxá-lo um pouco mais, já estava muito cansada e sem forças, respirou fundo e levantou com dificuldade, ela sabia que não poderia ficar ali.

- Eu não cheguei até aqui pra ficar presa neste lugar.

Começou a puxar a perna tirando forças de onde nem sabia que tinha. Seu pé doía e conforme puxava as pedras começaram a cortá-lo até que começou a sangrar.

- Seja forte, seja forte! - dizia com os olhos fechados.

Depois de seu grande esforço, Mary finalmente conseguiu se soltar, seu pé estava ferido e lágrimas começaram a descer sobre o seu rosto.

- Vai ficar bem... Vai...

Mesmo mancando continuou seu caminho, faltava pouco pra encontrar Wiktor, era a ideia que a fortalecia. Mary andava muito devagar e a certo ponto não aguentou mais, decidiu parar e sentou no chão para descansar alguns minutos, até que de repente ouviu uma voz:

- O que faz aqui minha jovem?

Mary ergueu os olhos e se deparou com um homem a sua frente.

- Quem é... você? - perguntou ela.

Ele se aproximou e disse:

- O que é isso aí? Um violino? Deve valer alguma coisa.

Mary levantou franzindo a testa e perguntou:

- O que você quer?

O homem não disse nada apenas a encarava e então se aproximando mais passou a mão no rosto dela, Mary se afastou rápido e disse:

- Não encosta em mim.

- Por que? O que vai fazer? - perguntou ela com um sorriso de canto.

Já estava escurecendo e ele olhava a sua volta.

- Não tem ninguém aqui - disse ele com um sorriso de canto.

- Não! - Gritou ela tirando de debaixo do vestido uma arma.

O homem arregalou os olhos e Mary a apontou para ele dizendo:

- Não se aproxime mais ou eu atiro.

Ele logo notou que ela tremia e soltou um riso de deboche. Mary não entendeu e franziu a testa.

- Acha que eu tenho medo de você? - perguntou ele se aproximando de novo.

A garota nunca tinha pegado em uma arma em sua vida e nem desejava pegar, a ideia de atirar era totalmente absurda, mas naquele momento de desespero mesmo sem querer apertou o gatinho e errou o alvo completamente, porém, ainda assim o homem a olhou enfurecido.

- Sua vadia! - disse ele pegando uma arma também.

Mary estava sem forças e derrubou a arma das mãos, quando percebeu que estava sobre a mira dele, fechou os olhos e lembrou de sua família e de Thomas. Então ouviu um disparo, era o fim... Mas ao abrir os olhos, ela viu o homem cair de bruços e Wiktor mais atrás com uma arma em punho.

A Garota Do ViolinoOnde histórias criam vida. Descubra agora