Capítulo Treze

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Já era noite e a lua clariava no céu quando Thomas voltou para o hotel e bateu na porta do quarto, porém Mary não atendeu de imediato, e ele votou a bater mais algumas vezes. A porta continuava fechada e Chase estranhou muito, para ele algo estava errado. Franziu a testa e iria arrombá-la quando inesperadamente ela se abriu. Ele a empurrou lentamente e viu Mary de costas indo em direção à cama. Estreitando os olhos Thomas entrou e fechou a porta dizendo:

- Por que demorou tanto?

- Ah... Desculpe... Eu... - dizia ela sentando ainda de costas para ele.

- Aconteceu alguma coisa?

- Não.

- Você está bem? - perguntou ele franzindo a testa.

- ... Sim...

Thomas não estava convencido, precisava olhá-la nos olhos para ter certeza se era verdade o que dizia. Ele olhava em sua volta e logo reparou que tudo parecia limpo e arrumado, totalmente diferente do que ele havia visto horas atrás. Voltando a fitar Mary perguntou:

- Você fez tudo isso?

- Sim - respondeu ela.

- Não precisava - disse ele se aproximando mais dela.

- Mas eu quis - disse ela virando o rosto para ele. - Se vamos ficar aqui é melhor assim.

Chase a fitava enquanto ela desviava o olhar lentamente. Ele conseguia enxergá-la. Era tão bonita e gentil. Ele conseguia ver a tristeza em seus olhos, eles estavam vermelhos, Thomas sabia o motivo, mas não conseguia fazer nada nem por si próprio. Como ele poderia ajudá-la? Era o que ele se perguntava naquele momento.

- Você está bem? - perguntou ele mais uma vez.

- Sim - disse ela.

Ele a achava extremamente forte por tudo o que estava passando, e ao vê-la sorrir, um sorriso involuntário se formou em seu rosto.

- Eu fiz uma coisa pra você - disse ela rapidamente.

- Pra mim? O que? - perguntou ele surpreso.

- Sente-se aí, eu já volto.

Rosemary levantou empolgada indo até a cozinha. Thomas obedeceu a sua ordem e sentou na cama. Estava ansioso para ver o que era, até que viu Mary vir em sua direção com algo nas mãos: um prato preparado por ela mesma. Ele já podia sentir o aroma agradável, sua barriga roncava; sentia muita fome, pois não comia a horas.

- O que tem aí? O cheiro está ótimo - perguntou ele.

- Você precisa se recompor, então eu fiz isso... Espero que goste - disse ela entregando a ele o prato de sopa.

Chase o pegou e deu a primeira colherada. A garota o olhava a todo momento; tinha as bochechas levemente coradas. Thomas também a olhava de forma discreta enquanto comia. Naquele momento algo começava a vir a tona em sua mente: ele havia passado tanto tempo sozinho que havia esquecido de muita coisa, de como era ter alguém ao seu lado, de como era ter alguém para ajudá-lo, ou simplesmente para lhe fazer companhia. Na verdade ele não sabia bem como era ter essas coisas porque na maioria das vezes esteve sozinho; nunca sentiu falta delas ou achou que precisasse, mas ao lado de Rosemary tudo parecia muito diferente, sua companhia era aprazível e algo nela o fazia rever seus conceitos.

A Garota Do ViolinoOnde histórias criam vida. Descubra agora