Capítulo Vinte

49 5 4
                                    


O dia amanhecia, mas Rosemary não tinha conseguido pregar os olhos a noite inteira. Logo levantou para tomar um banho e assim tentar ficar um pouco mais leve, vestiu um de seus vestidos na altura dos joelhos e amarrou o cabelo com um lenço branco. Ao sair do banheiro acabou dando de cara com Wiktor que parecia assustado.

- Que susto Rosemary! - dizia ele. - Achei que tivesse sumido.

A jovem não disse nada, apenas franziu a testa diante daquelas palavras , pois o achou extremamente exagerado.

- Vou descer para comprar alguma coisa pra comer - disse ele.

- Está bem.

Mary respirou fundo e foi até a janela. O dia estava nublado, e seu coração estava apreensivo, estava com medo e com raiva por ter quer ficar ali, se sentia como se estivesse presa sem saber de nada que se passava a sua volta. Mas uma coisa agora ela sabia, era que naquela noite no bar na verdade era uma despedida de Thomas assim como os demais, mas ele não a disse, ela queria ter aproveitado um pouco mais. Já sentia a falta dele, ele que esteve a protegendo por todo aquele tempo. Rosemary sabia de sua boa intenção em não querer deixá-la sozinha, por isso levou Wiktor, ela queria ser gentil com ele também, mas ainda era muito estranho para ela porque Thomas não tinha o mencionado até aquele dia.

Minutos depois Baranowski voltou trazendo consigo algumas frutas.

- Você gosta? - ele perguntou entregando para Mary algumas.

- Obrigada.

Rosemary não sentia fome e resolveu não comer nada por um tempo, Wiktor sentou ao lado dela e perguntou:

- Não está com fome?

- Não.

- Pois eu estou faminto. A comida está acabando lá fora também, mas um pouco e...

Mary olhava pelo canto do olho e Wiktor percebeu que ela ainda não se sentia confortável com ele e não queria assustá-la, então se distanciou, mas queria poder conquistar sua confiança o mais rápido possível,

As horas se passaram rapidamente e Wiktor odiava ficar em silêncio, pois geralmente falava sem parar e Mary tinha passado a tarde inteira na janela pensando em Thomas, até que percebeu que Wiktor estava impaciente porque não parava em um único lugar, então perguntou:

- Será que o senhor Chase está bem?

- Acredito que sim! Você gosta muito dele não é?

- Hã?! Ah, é... - disse Rosemary corando. - Ele tem me ajudado bastante é por isso.

- É, ele me contou tudo.

- Contou?!... Ah... eu sou muito grata por tudo.

- O Chase é um cara legal, eu sou muito grato a ele também - disse Wiktor pensativo.

- É?

- Sim, eu o conheço desde que nasci - disse Wiktor sentando ao lado dela. - Ele era o melhor amigo do meu pai... Eles se conheceram no quartel, meu pai já era soldado e o ajudou bastante no início. Quando ele se foi numa missão há alguns anos atrás o Tom nunca nos abandonou, ele sempre esteve presente em todos os momentos importantes pra mim, onde meu pai não pôde estar. Eu nunca vou esquecer disso.

A garota ouvia atentamente tudo aquilo, sentia vontade de chorar e seu sentimento por Thomas se descontrolava dentro do peito.

- Você o considera um pai? - perguntou ela.

- Não, na verdade ele é como um tio - respondeu Wiktor sorrindo de canto. - Ele sempre me contou histórias sobre o meu pai, de como ele era cabeça dura, de como falava pra caramba. Chase apesar de ser mais novo era sempre ele que dava as broncas no meu pai, por ele ser um tanto desligado.

A Garota Do ViolinoOnde histórias criam vida. Descubra agora