Capítulo Doze

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Chase caminhou durante minutos, mas estava sem sorte, não conseguia encontrar um posto para que pudesse tratar seu ferimento. Sentia os olhos embasando e suas pernas fraquejando. Transpirava fora do comum. Ele estava quase desistindo quando alguém disse:

- Thomas Chase.

Ele logo olhou para trás e reconheceu quem o chamava.

- Capitão Szymański?

- Que bom vê-lo. O que houve com você? Está ferido? - perguntou o homem.

- Nada, estou bem.

- ...Já sabe sobre a guerra não é?

- Não muito... Está com uma unidade aqui?

- Sim - respondeu o Capitão.

- E como vão as negociações? - perguntou Thomas.

- Não tem negociações... Não vamos nos render.

- ... As tropas já estão preparadas?

- Sim, mas estamos recrutando mais homens, sabe que estamos em desvantagem tanto em número como em armamento... Esperamos a ajuda da França e Inglaterra.

- Eu estive nas cidades atingidas dias antes fazendo uma pequena investigação, suspeitava de que estava perto de algo assim acontecer.

- Você esteve lá? - perguntou o capitão.

- Sim, foi terrível.. Mas acredito que ainda tem muita coisa pra acontecer.

O homem estreitando os olhos perguntou:

- Como assim?

- Quando estive fora, ouvi muitas coisas, e pode ser que outro país também tem a intenção de nos invadir, espero estar errado, mas precisamos ficar atentos.

- ... Vou certificar que enviem mais homens para o leste. Obrigado pelas informações.

Thomas assentiu.

- Você sempre foi um bom soldado Chase. Tenho certeza que nos ajudaria muito num momento como esse.

- Me aceitem de volta.

- Você sabe que eu já tentei antes, mas sua briga foi muito séria.

- Mas eu quero poder ajudar.

- Eu tentarei de novo e farei o possível.

- Obrigado capitão.

-... Para onde está indo?

- A um posto médico, mas não encontrei nenhum por aqui.

- Eu sei onde há um. Venha, eu te levo até ele - disse Szymański abrindo a porta de seu carro.

Thomas sorriu e nele entrou. Não era muito longe dali e chegaram rapidamente. Chase desceu do carro e agradeceu ao seu ex- superior.

- Agora tenho que ir. Boa sorte Thomas.

- Igualmente.

O Capitão se foi em seu carro, e Thomas entrou no posto preparado para tratar soldados feridos. Ele estava tonto e fraco, mas conseguia se manter firme.

- Com licença... - dizia ele se aproximando de uma enfermeira.

Ela ao ouvi-lo ergueu os olhos e franzindo a testa disse:

- Thomas?

- Cecylia?

- Quanto tempo! - disse ela se levantando. - O que está fazendo aqui?

- Nada de interessante - respondeu ele.

Os dois se fitaram.

- Está ferido? - perguntou ela com os olhos arregalados.

- Sim... Pode me ajudar?

- Claro! Se aproxime.

Thomas se aproximou dela e sentou em uma das camas tirando a camisa.

- Foi baleado? Como?

- Um soldado inimigo.

- Hã? Mas você foi expulso do exército.

- É... Mas eu estava em uma investigação independente, quando começaram a invasão.

- Entendo, sempre se arriscando. Você não muda nunca - disse ela enquanto terminava de dar alguns pontos.

- Ai... - resmungava ele.

- Você teve sorte Thomas, a bala pegou de raspão, mas está fraco, perdeu muito sangue. Precisa repousar entendeu?

- Hunf.

-... Fique aqui... Comigo... Eu posso cuidar de você.

- O que? Não.

- Por que não?

- Porque não é necessário - disse ele vestindo a camisa.

- E quanto a nós? Já pensou nisso? - indagou ela.

- Nós? - perguntou ele dando com os ombros - Nós só ficamos uma noite.

- Uma noite maravilhosa.

- Não sei - disse ele se levantando.

- Qual é o seu problema Thomas, hein? Quer ficar a vida inteira sozinho?

- Talvez.

- Você esconde algo. Pode se abrir comigo - disse ela.

- Eu não escondo nada. Do que é que está falando?

- Não precisa se esconder do amor Thomas - disse ela se aproximando dele.

- Não diga besteiras - disse ele.

- Um dia ele vai vir até você e você não terá como evitar.

- Já chega Cecylia!

- Eu te amo... Eu quero ficar com você, eu sei que você não é tão duro assim aqui dentro - disse ela encostando a mão próximo ao lado esquerdo do peito de Chase.

- Você não sabe de nada - disse ele tirando a mão dela. - Obrigado pelo curativo.

Os dois se fitaram durante alguns segundos.

-... Tome analgésicos para aliviar a dor - disse ela.

Thomas assentiu e se retirou, mas antes de sair completamente Cecylia disse:

- Estarei aqui se precisar.

A Garota Do ViolinoOnde histórias criam vida. Descubra agora