Capítulo Quatorze

32 4 5
                                    

O dia amanhecia e Rosemary já podia ouvir os barulhos dos carros e dos soldados conversando na rua. Seus olhos se abriam lentamente enquanto se espreguiçava. Desceu da cama descalça e a foi até a janela para ver o porquê de tanto falatório. Via grandes carros e muitos soldados e logo franziu a testa. Não gostava de vê-los em tamanha quantidade.

- Mary?

Ela ouvir a voz de Thomas inesperadamente pulou de susto.

- Senhor Chase... - disse ela colocando a mão no coração.

- O que foi?

- Nada - disse ela rapidamente - Só não esperava ouvi-lo.

Mary continuava a olhar pela janela e então disse:

- Hoje há mais soldados por aqui, a movimentação está muito maior. Você viu?

- Sim - disse ele.

- E por que será?

- Eu não sei.

Todos aqueles homens fardados, a fazia lembrar da bomba em sua escola; de ver pessoas feridas e casas destruídas. Dentro dela algo lhe dizia que alguma coisa estava acontecendo e aquilo a perturbava. Olhando para o sol, só esperava ver o próximo amanhecer.

- Não se preocupe, tudo vai ficar bem - disse Thomas se aproximando.

A jovem ergueu os olhos e o encarou sorrindo levemente. Era impressionante para ela como Chase sempre sabia a hora certa para animá-la, e sempre dizia a coisa certa para confortá-la.

- O dia está bonito não acha? - perguntou ela voltando a olhar para a janela. - Aqui deveria ser tão lindo antes disso tudo.

Rosemary conseguia imaginar pessoas caminhando calmamente pelas calçadas; crianças indo para escola com seus amigos; pessoas apaixonadas caminhando de mãos dadas; trabalhadores apressados para chegar no trabalho a tempo. Podia ouvir o barulho das fábricas a vapor, dos motores dos carros, das buzinas das bicicletas. Tudo parecia tão encantador. Ela queria ter presenciado tudo aquilo realmente.

- Deveria não é? - perguntou ela novamente olhando para Chase.

Ele ficou quieto por alguns instantes, até que disse:

- ...Não sei, nunca reparei.

Ela estava decepcionada. Olhou para baixo e calçou seus sapatos, enquanto dizia a si mesma que deveria parar de sonhar e viver o mundo real. Nada daquilo era importante e provavelmente nunca havia acontecido. Naquele momento os dois ouviram uma forte batida na porta e se entre olharam. Desconfiado, Thomas se aproximou da porta e alguém do outro lado disse:

- Chase sou eu! Margaret!

Thomas ao ouvir aquilo sorriu e a Rosemary disse:

- É só aquela velha mercenária.

A jovem apenas riu diante daquelas palavras.

O ex soldado abriu a porta e perguntou:

- O que quer?

- Um capitão. Szymański, está lá em baixo e quer falar com você.

- O capitão? Ah... Já vou descer.

A Garota Do ViolinoOnde histórias criam vida. Descubra agora