Capítulo quatro

59 4 2
                                    

- Mãe! - gritou a garota com voz trêmula.

Lentamente adentrou a cozinha, percorrendo o lugar com os olhos, Rosemary logo viu um pé aparecendo por de trás da bancada onde sua mãe costumava colocar as louças. Suas pernas estavam bambas e seus olhos se enchiam de lágrimas. Com pisadas leves foi até ele. E viu seu irmão desacordado.

- Tony! - disse ela abaixando-se até ele para ver seus sinais vitais.

Então chorou profundamente o agarrando pela camisa.

Olhando para os lados, Rosemary viu um pouco distante Robert que estava do mesmo jeito que Anthony. Saiu angustiada pela casa procurando pelos outros, até que avistou seu pai, seu querido pai caído e não pôde aguentar. Caiu de joelhos ao lado dele e chorou em seu peito.

- Não! Não!

Thomas ficou em silêncio apenas observando.

- Pai?!

Rosemary Não queria acreditar, não podia. Tentou por vezes balançá-lo.

- Acorde...

Chamou por ele, mas não houve resposta alguma.

Seu mundo estava em pedaços. O que seria de seus sonhos? Estavam todos arruínados. Tudo o que Mary havia sonhado: seu futuro, suas ambições, não faziam mais sentido sem as pessoas que ela amava. Naquele momento lembrou-se que ainda restavam sua mãe e Jozefina, mas não sabia se suportaria se as perdesse também. Levantou desorientada e decidiu procurá-las pelo resto da casa, em cada cômodo e esconderijo possível, mas não se encontravam em lugar algum.

- Não estão aqui. Não estão! - dizia ela desesperada.

Rosemary se aproximou de Thomas e perguntou:

- Não encontro minha mãe e nem minha irmã. Elas podem ter sido levadas? O que eles podem ter feito com elas?

-...Não tem como saber ao certo - respondeu Thomas.

Mary fitou o chão e voltou a chorar, era impossível conter a dor. Abaixou outra vez ao lado de seu pai e o abraçou fortemente.

- Eu te amo... - dizia ela entre soluços.

-... Eu tenho que ir... - disse Thomas se virando de costas.

A garota ouvindo suas palavras, abriu os olhos rapidamente.

- Espera! - gritou ela.

Ele virou-se novamente e Mary levantou para encará-lo.

- Me leve com você - disse ela.

- O que? - perguntou ele franzindo a testa.

- Não me deixe aqui. - Seus olhos se inundavam.

- Não posso levá-la.

- Por que não?

- Não posso ficar com você o tempo todo. Eu tenho coisas a fazer. Sigo sozinho.

- Prometo que não vou atrapalhar. Eu fico em silêncio. Nem saberá que estou ao seu lado... Não me deixe, por favor senhor Chase.

A Garota Do ViolinoOnde histórias criam vida. Descubra agora