Capítulo Dez

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O dia clariava. Quando Thomas já havia se distanciado o bastante parou. Desceu do cavalo e sentou no chão escorando-se em uma árvore.

- Por que paramos? Eles vão nos achar - dizia Rosemary preocupada.

- Está distante agora... Falta pouco... Pra cidade...

Mary franziu a testa ao ver Thomas falar com tanta dificuldade. Ele parecia pálido e ofegante. Sua expressão facial era de dor.

- Você está bem? - perguntou ela.

Ele não respondeu, apenas colocou a mão dentro do casaco e a tirou rapidamente, ela estava ensanguentada.

- Você está ferido! - disse Mary indo até ele.

-... Eu... Vou ficar bem...

Ele fechava os olhos aos poucos.

-Não!... - dizia a garota.

Rosemary abriu sua bolsa e tirou dela uma pano dizendo:

- Precione a ferida com isso.

Thomas sorriu de canto pegando o pano das mãos da garota e logo o colocou na ferida.

- Temos... que continuar...- disse ele.

- Não, você não pode.

Os olhos da Mary começavam a se encher de lágrimas, ele vendo isso disse:

- Não se preocupe comigo, eu posso sim... Se não me engano... há uma velha hospedaria por aqui...

Ele tentava levantar, mas a dor era muito forte.

- Deixe-me ajudar - dizia Mary.

O ex soldado a olhava.

- Tudo bem - disse ele.

A garota com cuidado pegou um dos braços dele e colocou em volta de seus ombros, ajudando-o a levantar.

- Para que lado? - perguntou ela.

- Reto...

- Certo.

- Eu posso ir sozinho... Traga o Baron.

Rosemary assentiu. Muitos aviões ainda passavam sobre eles e Mary estava com medo, medo de ser pega e principalmente medo de perder Thomas. Ela não queria que ele fizesse esforços, mas ele era muito teimoso e tudo o que ela podia fazer era seguir suas ordens.

*

A noite já começava a cair outra vez. Caminhavam lentamente quando Rosemary avistou uma casa de madeira e suspirou aliviada, Thomas seguiu até ela com dificuldade e bateu na porta. Depois de alguns minutos, um homem barbudo com uma espingarda de lado saiu por ela, olhava desconfiado para Chase que se esforçava para se manter de pé, não queria demonstrar que estava ferido.

- Quem é você? O que quer? - perguntou o homem com os olhos entreabertos.

- Não somos inimigos... Só queremos um lugar... Para ficarmos hoje - disse Thomas.

A Garota Do ViolinoOnde histórias criam vida. Descubra agora